segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Flamengo ameniza discurso e se diz otimista por melhor acordo no Maracanã

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, concedeu entrevista coletiva após o encontro na tarde desta segunda-feira com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e discursou em tom conciliatório e bem mais ameno do que o empregado na carta aberta do clube à concessionária que controla o Maracanã. A reclamação sobre a arrecadação voltou a ser citada, mas Bandeira frisou que Cabral telefonou diretamente para o presidente da concessionária do estádio, João Borba, durante a reunião, e que saiu com uma impressão positiva do Palácio da Guanabara, onde ocorreu a conversa.

Bandeira disse que o Flamengo reafirmou o seu interesse em mandar seus jogos no Maracanã em caráter definitivo, mas deu a entender que um contrato a longo prazo com a concessionária só deve sair no ano que vem. Ele ressaltou também que o governo não tomou uma decisão a respeito de cancelar ou não a concessão, afirmando apenas que não é o desejo de Cabral devolver a operação do estádio à Suderj.

- O governador foi muito compreensivo, ligou para o presidente da concessionária para que estudasse o que o Flamengo já propôs e pediu que sentasse imediatamente para chegar a esse acordo, nem que seja para ajustar pontos do acordo até o fim do ano. A ideia e firmar condições para que no ano que vem seja firmada uma parceria longo prazo. Ele (Cabral) não quer o Maracanã com a Suderj novamente, mas não está definido se a concessionária permanece em caráter definitivo. Terá uma solução em breve. Mas reafirmamos o nosso desejo de jogar no Maracanã - disse Bandeira.

Eduardo Bandeira presidente Flamengo reunião Sergio Cabral  (Foto: Vicente Seda) 
Eduardo Bandeira de Mello começa a hastear a bandeira branca (Foto: Vicente Seda)

O dirigente evitou entrar em detalhes dos pedidos feitos para mudança no atual acordo com a concessionária, mas destacou mais uma vez a insatisfação do clube com a parcela que coube ao Flamengo da arrecadação da partida contra o Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

- Foi uma proposta que segue um pouco os termos do que foi negociado com eles, com detalhes que aprendemos na operação desses jogos e acabaram não tendo um resultado positivo. Como a arrecadação contra o Cruzeiro, algo incompatível com a necessidade do Flamengo, ainda mais com os números de Brasília. Todo mundo sabe que o Flamengo está numa situação muito difícil, temos de virar esse jogo, sobreviver os próximos meses, e tenho certeza que a concessionária vai ter boa vontade para chegar a um acordo.

Ao comentar a possibilidade de criação de uma empresa pelos clubes para operar o Maracanã, Bandeira tratou o tema como "especulação", alegando ser uma situação que só pode ser discutida depois de o governo tomar a decisão de manter ou não o controle do Maracanã com a atual concessionária.

- Isso se vier a compor a pauta de negociações será mais para frente, porque no momento o governo está analisando se mantém o acordo com o consórcio, dadas as alterações no Maracanã (como a manutenção do Célio de Barros e do Júlio Delamare). Se mais para frente mudar, a gente estuda.

Bandeira disse também que o governador está participando do processo de negociação e também tem interesse que o clube mande os seus jogos no Maracanã, novamente tentando dar um tom otimista às declarações depois da troca de farpas entre concessionária e clube via notas oficiais na última semana.

- Ele (Cabral) está participando, tem todo interesse que o Flamengo volte a mandar os jogos em caráter definitivo no Maracanã. Temos plena certeza que é possível haver um entendimento que atenda as necessidades dos clubes. Vamos pensar daqui para frente. Se está havendo essa boa vontade, vamos ser otimistas. Não há impasse porque o presidente da concessionária manifestou em telefonema com o governador o interesse em continuar as negociações com o Flamengo. Quando chegamos nos detalhes, não era o que estávamos esperando da operação quando fizemos o acordo em linhas gerais.



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