O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, concedeu
entrevista coletiva após o encontro na tarde desta segunda-feira com o
governador do Rio, Sérgio Cabral, e discursou em tom conciliatório e bem
mais ameno do que o empregado na carta aberta do clube à concessionária
que controla o Maracanã. A reclamação sobre a arrecadação voltou a ser
citada, mas Bandeira frisou que Cabral telefonou diretamente para o
presidente da concessionária do estádio, João Borba, durante a reunião, e
que saiu com uma impressão positiva do Palácio da Guanabara, onde
ocorreu a conversa.
Bandeira disse que o Flamengo reafirmou o seu interesse em mandar seus
jogos no Maracanã em caráter definitivo, mas deu a entender que um
contrato a longo prazo com a concessionária só deve sair no ano que vem.
Ele ressaltou também que o governo não tomou uma decisão a respeito de
cancelar ou não a concessão, afirmando apenas que não é o desejo de
Cabral devolver a operação do estádio à Suderj.
- O governador foi muito compreensivo, ligou para o presidente da
concessionária para que estudasse o que o Flamengo já propôs e pediu que
sentasse imediatamente para chegar a esse acordo, nem que seja para
ajustar pontos do acordo até o fim do ano. A ideia e firmar condições
para que no ano que vem seja firmada uma parceria longo prazo. Ele
(Cabral) não quer o Maracanã com a Suderj novamente, mas não está
definido se a concessionária permanece em caráter definitivo. Terá uma
solução em breve. Mas reafirmamos o nosso desejo de jogar no Maracanã -
disse Bandeira.
Eduardo Bandeira de Mello começa a hastear a bandeira branca (Foto: Vicente Seda)
O dirigente evitou entrar em detalhes dos pedidos feitos para mudança
no atual acordo com a concessionária, mas destacou mais uma vez a
insatisfação do clube com a parcela que coube ao Flamengo da arrecadação
da partida contra o Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
- Foi uma proposta que segue um pouco os termos do que foi negociado
com eles, com detalhes que aprendemos na operação desses jogos e
acabaram não tendo um resultado positivo. Como a arrecadação contra o
Cruzeiro, algo incompatível com a necessidade do Flamengo, ainda mais
com os números de Brasília. Todo mundo sabe que o Flamengo está numa
situação muito difícil, temos de virar esse jogo, sobreviver os próximos
meses, e tenho certeza que a concessionária vai ter boa vontade para
chegar a um acordo.
Ao comentar a possibilidade de criação de uma empresa pelos clubes para
operar o Maracanã, Bandeira tratou o tema como "especulação", alegando
ser uma situação que só pode ser discutida depois de o governo tomar a
decisão de manter ou não o controle do Maracanã com a atual
concessionária.
- Isso se vier a compor a pauta de negociações será mais para frente,
porque no momento o governo está analisando se mantém o acordo com o
consórcio, dadas as alterações no Maracanã (como a manutenção do Célio
de Barros e do Júlio Delamare). Se mais para frente mudar, a gente
estuda.
Bandeira disse também que o governador está participando do processo de
negociação e também tem interesse que o clube mande os seus jogos no
Maracanã, novamente tentando dar um tom otimista às declarações depois
da troca de farpas entre concessionária e clube via notas oficiais na
última semana.
- Ele (Cabral) está participando, tem todo interesse que o Flamengo
volte a mandar os jogos em caráter definitivo no Maracanã. Temos plena
certeza que é possível haver um entendimento que atenda as necessidades
dos clubes. Vamos pensar daqui para frente. Se está havendo essa boa
vontade, vamos ser otimistas. Não há impasse porque o presidente da
concessionária manifestou em telefonema com o governador o interesse em
continuar as negociações com o Flamengo. Quando chegamos nos detalhes,
não era o que estávamos esperando da operação quando fizemos o acordo em
linhas gerais.
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