O andamento das negociações entre o Flamengo e o Consórcio Maracanã,
vencedor da licitação de concessão para administrar o estádio nos
próximos 35 anos, anda muito complicado. A revelação foi feita pelo
vice-presidente de futebol do Rubro-Negro, Wallim Vasconcellos. Segundo
suas palavras, a situação está afligindo a diretoria do Flamengo. O
clube fez todos os seus cinco jogos no Campeonato Brasileiro fora do Rio
de Janeiro. Sem casa para jogar no Rio, o dirigente já admite,
inclusive, que o clube construa um novo estádio para poder mandar seus
jogos.
- Não conseguimos ainda chegar a um acordo com o consórcio, é uma
negociação dura, e a gente está muito preocupado. Se não chegarmos a um
acordo com o Maracanã, por outro lado a gente também não quer ficar
jogando fora do Rio muito tempo. A gente precisa ter uma referência de
estádio, a nossa casa, para mandar nossos jogos, é uma situação que está
nos afligindo bastante. Se não tiver o Maracanã, vamos jogar em Volta
Redonda, Macaé, Bangu, é vida que segue e vamos tentar ver alguma
alternativa, como construir um estádio. Talvez essa situação nos leve a
buscar alternativas, inclusive um estádio novo. É a vida, o que podemos
fazer? - declarou o vice de futebol, em entrevista à Rádio Bradesco
Esportes FM.
Ciente de que a opção pela construção de um estádio não resolve o
problema a curto prazo, Wallim declarou que a vontade do clube é, ao
menos, fechar acordo para jogos avulsos no Maracanã. Ele, inclusive,
pediu apoio do Governo do Estado nas tratativas. O primeiro jogo do
Flamengo após a pausa no Campeonato Brasileiro está marcado para 6 de
julho, contra o Coritiba, ainda sem local definido.
- (Jogar contra o Coritiba no Maracanã) não depende da gente, depende
do consórcio. Se o consórcio quiser fazer um jogo avulso, e o Flamengo
pagar para jogar lá, a gente está disposto. A nossa posição é a
seguinte: não chegar a um acordo não quer dizer que a gente não possa
jogar. A gente pode continuar negociando e jogando no Maracanã, pagando,
não importa como. A gente quer e precisa jogar no Rio. Esperamos que o
próprio Governo do Estado nos ajude na negociação com o consórcio, e se
não chegarmos ao acordo, que a gente faça jogos avulsos no Maracanã. Não
só o Flamengo, vale para Fluminense, Vasco e Botafogo. A gente pode ir
jogando e negociando ao mesmo tempo. É uma solução secundária se a gente
não chegar a um acordo agora. É bom para todo mundo, para o consórcio e
para os clubes. Não sei por que a gente não consegue. Espero que até o
dia 6 a gente consiga isso - finalizou Wallim.
Segundo o edital de licitação, o Consórcio Maracanã tem 90 dias após a
assinatura do contrato (foi publicado em Diário Oficial no início deste
mês) para fechar com dois clubes do Rio de Janeiro. De cara, os
interessados são Flamengo e Fluminense. A exemplo do Rubro-Negro, o
Tricolor também não resolveu sua situação. Outro que tem interesse em
utilizar o estádio é o Botafogo, mas apenas enquanto o Engenhão estiver
fechado para reparos na cobertura. A previsão é de que o estádio do
Alvinegro não reabra em menos de 18 meses.
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