Um dia depois da Ferj publicar um documento que autoriza a venda de
cerveja nos estádios durante o Campeonato Carioca, o Ministério Público
do Rio instaurou um inquérito civil para apurar a validade da resolução.
O inquérito tem a autoria da promotora Luciana De Jorge Gouvêa, da 4ª
Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do
Contribuinte da Capital, e vai investigar a responsabilidade da
federação e dos clubes por possíveis danos causados com a liberação da
bebida, de acordo com comunicado oficial.
O inquérito surgiu depois um ofício encaminhado pelo procurador-geral
de Justiça do estado, Marfan Martins Vieira, que alertou que a liberação
de bebidas alcoólicas entraria em “rota de colisão com os esforços dos
poderes constituídos para reduzir a violência e preservar a incolumidade
física e mental do torcedor”, princípios contidos Estatuto do
Torcedor.
O documento publicado pela Ferj na última segunda-feira deixa claro que
apenas é autorizada a venda de cerveja, sendo vetado qualquer outro
tipo de bebida alcoólica. A comercialização acontecerá apenas em pontos
fixos - sendo vetada a ambulantes - no período compreendido entre duas
horas e até 15 minutos antes dos jogos, além do intervalo das partidas. O
consumo só poderá acontecer fora das arquibancadas, cadeiras e
tribunas.
Para justificar a medida, Rubens Lopes cita uma série de considerações.
O presidente afirma que bebidas alcoólicas não contêm substâncias
proibidas e não são citadas diretamente pelo Estatuto do Torcedor.
Também ressalta que uma lei estadual apenas proíbe a venda de bebidas
alcoólicas destiladas, não fazendo citação a cervejas.
O presidente da Federação também lembra que a CBF proíbe a venda de
tais bebidas apenas em competições organizadas por ela própria e ainda
cita que pesquisas apontam que a proibição do consumo de bebidas
alcoólicas não diminuiu a violência entre torcedores. Por fim, Rubens
lembra que a Fifa autoriza a venda de cerveja no interior dos estádios
durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
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