domingo, 3 de março de 2013

Corvadia contra Máquina do Flu: Zico vê clássico como divisor de águas

Em 7 de março de 1976, Flamengo e Fluminense entravam em campo no Maracanã para a disputa da Taça Nelson Rodrigues, em homenagem ao dramaturgo e escritor. Embora taça recebesse o nome de um torcedor do Tricolor, foi o Rubro-Negro quem levou a melhor: 4 a 1. Zico marcou todos os gols da equipe da Gávea. A atuação levou o "Jornal dos Sports", fundado por Mario Filho, irmão de Nelson, cravar: "Que Zicovardia". Para o eterno camisa 10, que completa 60 anos neste domingo, a partida e a manchete marcaram a sua carreira.

- Não levei a ferro e fogo, mas foi um divisor de águas na minha relação com a torcida do Flamengo. O futebol carioca estava meio morno e o (presidente do Fluminense, Francisco) Horta deu uma "levantada", trouxe o Rivelino, montou a famosa Máquina. Não é qualquer um que faz quatro gols em um Fla-Flu. Eu tive essa felicidade, veio a manchete "Zicovardia" e foi a partir dali que a torcida do Flamengo me adotou como ídolo, passou a confiar em mim, como o grande jogador que eles esperavam - disse Zico, em entrevista ao "Redação SporTV".

Aquela geração do Flamengo levaria o tricampeonato estadual, em 1978 e nos dois campeonatos de 1979, e o primeiro título nacional, em 1980. Para Zico, a vitória sobre o Atlético-MG, com o Maracanã lotado, consolidou o Rubro-Negro de vez entre os gigantes do futebol nacional.

- O Flamengo tinha a fama de time caseiro, que só ganhava campeonato regional. A gente, com aquele time, sabia que poderia ser campeão brasileiro, não poderíamos desperdiçar aquela oportunidade. A gente esperava, até aquele momento, o grande título: o Campeonato Brasileiro, que estava faltando ao Flamengo.

No entanto, na Seleção, Zico não teve o mesmo destino. Em três Copas do Mundo, chegou mais perto da conquista em 1978, na Argentina, quando a Seleção acabou em terceiro lugar. Logo na estreia, diante da Suécia, a partida estava empatada por 1 a 1, quando o Galinho marcou de cabeça o que seria o gol da vitória. Mas o árbitro Clive Thomas, do País de Gales, anulou.

- Era um aviso de que, em Copa do Mundo, as coisas não funcionariam muito bem. Não tinha motivo para anular o gol. O Nelinho estava discutindo com o bandeira e, na época, não existia acréscimo. O Nelinho bateu (o escanteio) aos 45 minutos e 08 segundos. Eu fiz o gol de cabeça dois segundos depois. Não dava tempo de ele apitar. Ele apitou depois que a bola estava dentro do gol. Foi um desespero para todos nós.

Zico no Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem) 
Zico: quatro gols no clássico mudaram minha relação com a torcida (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
 
 
 

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