sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Depois da expulsão, Dorival sofre, ‘some’ e promove ‘dança da cadeira’


Um técnico à beira do campo sofre. Um técnico expulso, assistindo ao jogo de um camarote improvisado, com seu time tendo um jogador a menos e sob forte pressão, sofre muito mais. Dorival Júnior que o diga. Diante do Atlético-MG, na quarta-feira, o árbitro Sandro Meira Ricci expulsou o treinador do Flamengo na volta do intervalo. O comandante rubro-negro passou a assistir à partida atrás do gol defendido por Victor, em uma espécie de laje em cima dos vestiários do estádio Independência. Sofreu, xingou, se escondeu nos momentos de maior tensão e fez uma espécie de dança das cadeiras versão “tic tic nervoso”.

Sentado numa cadeira de plástico como a que é usada em festa infantil em playground, Dorival não tinha motivos para brincar. Contrariado com a sua quinta expulsão no ano, a terceira desde que chegou ao Rubro-Negro, o treinador passou por momentos de tensão durante o segundo tempo. Ele estava cercado por Ivan Izzo (auxiliar), Cantarelle, Zinho e outros integrantes da comissão.

Dorival gritou muito, mas de onde estava era impossível que algum jogador escutasse. Em alguns momentos, xingou e foi avisado por membros do estafe que alguns jornalistas acompanhavam a cena.

Possesso, Dorival levantou, pegou a cadeira, parecia que ia arremessar, mas apenas deu uma chacoalhada no objeto, enquanto membros da comissão se afastavam. A cobrança de Ronaldinho acertou a trave.

Foi um teste para o coração e a garganta do treinador. Felipe, que deixou o campo no primeiro tempo com entorse no tornozelo esquerdo, assistiu ao jogo no mesmo local, e também sofreu.

No fim, Dorival desceu a escada e, por um breve momento, ficou olhando para o gramado. Com vermelhidão no rosto, condenou o árbitro:

Dorival Junior Flamengo expulso (Foto: Reprodução)
- Sou bem claro sobre minha expulsão. Só perguntei a ele se o primeiro cartão do Wellington (Silva) havia sido disciplinar ou técnico, foi a única pergunta que eu fiz. Ele falou: “Vai para o seu vestiário”. Eu perguntei se ele não poderia nem me responder isso para que conversasse com meu jogador. Aí, quando entrei de volta, fiquei sabendo que estava expulso. É inaceitável você não poder trocar uma palavra com o árbitro, sem ofendê-lo, sem denegrir a imagem, sem ser agressivo. Nós caminhamos para onde com o futebol? Os árbitros precisam de uma atitude como essa para mostrar que são soberanos dentro da partida? Eles têm a soberania, o mando de tudo. Para o treinador, está impossível de trabalhar.

A cadeira não sofreu maiores danos. Já a garganta de Dorival...

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