Fisiologista e preparador físico, Claudio Pavanelli só trabalha com
feras. No MMA, entre outros atletas, acompanha Rodrigo Minotauro; no
Flamengo, tem monitorado a recuperação de Adriano
para que o atacante possa voltar a jogar futebol. Entre socos, pontapés
e chutes a gol, existem mais situações em comum do que se imagina.
Pavanelli usa Minotauro, que sofreu três lesões sérias e voltou a
competir em alto nível, como exemplo de superação. E assim terá que ser
com o Imperador, que passou por duas cirurgias no tendão de Aquiles do
pé esquerdo.
- O MMA é conversa de qualquer ambiente. No futebol não é diferente,
nem com o Adriano. O Minotauro é um grande exemplo de superação, de dar a
volta por cima depois de lesões, de grandes dificuldades, e acaba sendo
usado no futebol. Coincidentemente, hoje trabalho com os dois. Gosto de
usar esses grandes exemplos vitoriosos, faz com que a gente cresça e
veja que, mesmo com as dificuldades, conseguimos – afirmou Claudio
Pavanelli.
Adriano tem demonstrado evolução, e chegou a declarar que dentro de três semanas pode estar à disposição de Dorival Júnior. Pavanelli prefere não estipular prazos e mantém a cautela.
- Todo mundo, inclusive eu, quer ver o Adriano jogando rápido. Mas
precisamos tomar bastante cuidado com o tempo de recuperação. É uma
lesão séria, com cirurgias no tornozelo, já teve insucesso (na
primeira), é preciso bastante cuidado com isso. Primeiro objetivo era
fortalecer a musculatura, dar condições à articulação para sustentar o
treinamento. Estamos numa transição para a segunda fase, que começa a
preparação física mais específica, para ter mais impacto, estamos
dosando, dar prazo é complicado – afirmou Pavanelli.
O profissional traça um paralelo entre preparação no MMA e futebol:
- A grande diferença é que um é esporte coletivo, outro individual. O
atleta do individual tem uma característica diferente, a determinação, a
vontade, são fundamentais. E, claro, as valências físicas são mais
importantes para um do que para outro, nível de exigência. Na luta, são
três ou cinco rounds de cinco minutos, com intervalo de um minuto; no
futebol, são dois tempos de 45 minutos, com 15 de intervalo. Diferença
na forma de condicionar, de dar aptidão física a esses atletas. Mas o
conceito é o mesmo no equilíbrio entre a melhora de performance com a
prevenção de lesões. Não adianta muito ter um preparo absurdo, com alto
risco de lesão.
Pavanelli começou a trabalhar com Minotauro antes de o lutador disputar a primeira edição do UFC Rio, em agosto de 2011.
- Trabalhei com vários esportes, motovelocidade, Robert Scheidt do
iatismo, triatlo. Quando vim para o Rio, o Rodrigo Minotauro me
procurou, ele estava voltando de três lesões gravíssimas, duas cirurgias
no quadril, joelho direito, começamos a trabalhar em cima da
recuperação com a preparação física, para que ele pudesse fazer o UFC
Rio 1, quando ele teve uma vitória. Depois disso, vários atletas do MMA
me procuraram, e conseguimos um trabalho interessante. No futebol,
sempre trabalhei como fisiologista, nas outras modalidades como
preparador – disse.
Por fim, ele sugere um duelo curioso entre Adriano e Minotauro:
- Não sei o que seria mais interessante, mas vamos propor assim: um
round com os dois, ou um meio tempo com Minotauro jogando futebol, não
sei se os dois iam topar (risos).
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