sábado, 18 de agosto de 2012

Love, exclusivo: quase desisti da carreira quando deixei a coisa maldita ''vasco''


O confronto com o vasco vai ter sempre um saber especial para Vagner Love. A dispensa do clube nas categorias de base foi um baque e por pouco não fez o atacante pensar em desistir da carreira. A desilusão, porém, contribuiu para ele ter se tornado o Artilheiro do Amor, principal esperança de gols do Flamengo no clássico deste domingo, contra o arquirrival. E a partida acontecerá no momento ao qual Love retomou a confiança e voltou a fazer gols. Calado durante o período de oito jogos sem marcar, ele conversou com a reportagem do LANCE!, às vésperas do clássico, sobre a polêmica na qual se envolveu no último clássico com o Cruz-Maldito, garantiu que o Flamengo vai brigar por uma vaga na Libertadores, que não vai desistir de conseguir uma vaga na Seleção Brasileira e admite que Ronaldinho poderia estar até hoje no clube.


Confira abaixo os principais trechos da entrevista:


Como você encarou a declaração do Felipe após a eliminação do Flamengo na Taça Rio deste ano?
Encarei a declaração dele com a maior naturalidade. Foi bem tranquila. Em nenhum momento eu fiquei chateado.

 A resposta não te incomodou nem um pouco?
Nunca procurei criar polêmica com relação a clássico. Um jogador diz aqui, outro ali. Falei que é bom quando tem uma atração para o torcedor, com os dois times completos, fica mais gostoso e emocionante. Nunca vou gostar de pegar um time sem os principais jogadores. O torcedor um zoa o outro. Eu tenho amigos vascaínos. Eu fico brincando "tem que estar completo, porque se ganhar vocês vão ficar dando desculpas". Não procurei criar nenhum tipo de polêmica. Só falei o que as pessoas estavam falando na época. Tinha muitos jogadores que não poderiam jogar.

Você tem um passado no vasco. Como foi essa experiência?
Joguei no mirim e no primeiro ano de infantil. Uns dois anos e alguns meses. Eu torcia pelo Flamengo. Garoto não tem aquela coisa ainda. Tinham vários outros jogadores que estavam próximo do profissional e torciam pelo Flamengo também. Mas é a questão da primeira oportunidade que você tem de jogar futebol. A minha primeira oportunidade foi no vasco e eu aprendi me ensinou muita coisa. Aprendi muito. Não levava muito a sério esse negócio de jogar pelo vasco e torcer pelo Flamengo.

Existe alguma mágoa por ter sido dispensado do vasco?
Na época eu fui mandando embora porque era pequeno, não tinha porte físico. Mágoa, mágoa eu não tenho, mas eu quase pensei em parar. Parei de jogar por um tempo, não queria mais saber de bola. Queria estudar, mas não guardo mágoa, foi até bom ter acontecido isso. Fez eu correr atrás depois, me dedicar, para voltar a jogar voltar num time grande novamente. Voltei para o Campo Grande, depois passei uns seis meses no São Paulo e fui para o Palmeiras.

Hoje em dia tem vascaíno no elenco do Flamengo?
Hoje, aqui? Não. Se tiver é muito enrustido. (risos)

O que foi fundamental para você voltar a marcar gols?
Trabalho e confiança. Acho que a partir do momento que você continua treinando, se dedicando, as coisas vão acontecer naturalmente. Eu nunca deixei de focar no meu trabalho. Nunca deixei de confiar em mim, os meus companheiros me passaram muita confiança, o treinador também. Isso fez com que a gente se ajudasse dentro de campo e, por isso, consegui ter oportunidades e confiança para fazer os gols nos últimos jogos.

A chegada de Dorival foi importante para essa mudança?
Foi importante a chegada do Dorival. É um treinador que cobra e está sempre pedindo para os jogadores se dedicarem nos treinamentos. Acho que foi importante o jogo com o Atlético-MG ter sido adiado. Porque ele teve um período maior para conhecer os jogadores. E ver o que queria. Fez com que nós entrássemos no espírito de Flamengo, dedicação, de tudo que a gente precisava. Isso fez com que todos os jogadores ganhassem confiança. Deu oportunidades para jogadores que não tinham tido. Isso fez com que a gente pensasse num objetivo só e começasse a reagir no Brasileiro.

Você vê o clássico com o vasco como um jogo especial?
É especial em geral, pela tradição que tem um Flamengo e Vasco. Pelas torcidas terem essa rivalidade. Pelo Flamengo já ter ganho títulos em cima do Vasco, o Vasco ter ganho títulos em cima do Flamengo. É um jogo especial, pela história dos dois clubes. Pela história que tem.

É um bom jogo para ultrapassar o Fred na artilharia?
Tomara que sim. O objetivo é esse. Meus companheiros vão me ajudar e defender bem lá atrás, vão fazer com que a bola chegue na frente em condições de fazer gols e eu possa ajudar o Flamengo fazendo gols nesse clássico.

 Pode garantir que vai brigar pela artilharia até o fim?
Eu quero muito (risos). É um objetivo pessoal que tenho. Quero que o Flamengo chegue nas primeiras colocações, brigue por título. Se o Flamengo estiver brigando por título, Libertadores, com certeza vou brigar pela artilharia. Quero primeiro que o Flamengo esteja bem

Você tem falado com o Ronaldinho, agora que ele está um pouco mais distante?
Tem algum tempo que não falo com ele, mas a amizade é a mesma. Antes de a gente jogar junto aqui, antes mesmo de vir para o Flamengo, sempre tivemos uma amizade, sempre tivemos contato e vai continuar sendo assim.

Essa é a opinião de todo o grupo do Flamengo?
Com certeza. todo mundo aqui é amigo dele. Independentemente do problema que ele teve com o Flamengo. Ele não teve problema com os jogadores, mas com o Flamengo. todo mundo aqui é amigo. De vez em quando ele fala com alguns jogadores, sente falta de nós, e sentimos falta dele, pois é um amigo nosso. Mas eu quero ganhar o jogo dele, não quero dar mole para ele não.

Dá para dizer que ele está fazendo falta em campo também?
Nós sentimos falta dele dentro de campo, claro. É um jogador importante para a gente. Para mim, particularmente, porque era o jogador que metia as bolas, que fazia a bola chegar ao ataque. Depois, com a saída dele, demorou para o time se adaptar aos novos jogadores, em relação ao esquema tático. Sentimos um pouco, sentimos em geral. Acho que não foi só pela saída do Ronaldo que o time caiu de produção, o time em geral caiu. As coisas não vinham acontecendo do jeito que a queríamos. Foi um momento ruim pelo qual passamos. Espero que esse momento não chegue mais.

De vez em quando vocês pensam que ele poderia estar aqui?
Poderia. Sabemos que poderia estar aqui. Mas não mandamos na vida de ninguém. Não sabemos o que se passa na cabeça das pessoas e das pessoas que trabalham com ele. Desejo toda a sorte do mundo para ele, é o nosso amigo.

E com o Adriano, você tem falado, está torcendo para que a dupla possa ser reeditada?
Espero que ele possa voltar a jogar futebol. Se jogar pelo Flamengo vou ficar muito feliz. Se ele voltar e reeditar uma dupla comigo vou ficar muito feliz porque deu certo da outra vez.

Como seria esse ataque com Vagner Love, Adriano e Liedson? Dá para imaginar um nome para o trio?
Não sei como se chamaria, mas acho que daria bastante trabalho (risos) para as zagas adversárias.

Algumas pessoas chegaram a dizer que acabou a bagunça no Flamengo quando o Ronaldinho saiu. Você concorda?
Faltava organização geral. O Zinho chegou e não mudou só porque o Ronaldinho saiu, mas quando o Ronaldinho estava aqui também já estava organizando. Quando ele (Zinho) chegou a casa estava desarrumada, mas nada a ver com o Ronaldo. Ele veio para organizar o clube e o que estava bagunçado por aqui. Ele estava procurando fazer isso quando o Ronaldinho ainda estava conosco. .

Você tem alguma coisa para falar para o Joel? Houve realmente um problema entre vocês?
Tudo que eu tinha para falar com o Joel ou do Joel, eu falei quando ele estava aqui, Hoje eu não tenho nada para falar dele, da pessoa dele, do trabalho dele.... Nunca tive problema com o Joel. Tudo que eu achava, a minha opinião, eu falava diretamente para ele, sem rodeios.

Você vai apoiar a candidatura da Patricia Amorim nas eleições do Flamengo, este ano?
Se eu puder apoiar ela de alguma forma, sim. Temos uma amizade fora do clube. Acho que ela está fazendo um bom trabalho. Está procurando melhorar o Flamengo. Ela não se preocupa em colocar dinheiro no bolso, se preocupa com o Flamengo, em fazer melhorias no Ninho do Urubu. Em 2010 não tinha nada disso aqui. Quando nos treinamos de manhã a gente já fica aqui, descansa, as coisas estão melhorando aqui, na Gávea, tudo isso na gestão dela. Os salário estão em dia. Há muito tempo que o Flamengo não tinha isso. Uma pessoa que procura fazer o bem do Flamengo tem que continuar.

Não te preocupa os problemas com as dívidas?
Hoje ela é a presidente do clube, ela assumiu e vem pagando as dívidas dos outros presidentes. Não é culpa dela. As pessoas fazem uma coisa, uma tempestade em copo d'água em cima dela porque hoje ela é a presidente do clube, esse ano tem eleição. Tem aquela briga de oposição, que está lá para tirar ela e colocar outro no lugar. A culpa não é dela. Quem tem que assumir essas dívidas são essas pessoas que estavam na época.



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