Tudo começou com um simples gesto em 1994. No dia 7 de julho daquele
ano, Bebeto apresentava Matheus ao mundo com uma comemoração. O
“nana-neném” virou mania não só no Brasil, como ao redor do mundo. O
“neném” de então cresceu e, para tristeza da mãe, seguiu os passos do
pai e virou jogador de futebol do Flamengo, clube em que o craque fez
história.
- Sinceramente, eu não esperava. Até hoje! Eu vou para o Japão, para a
China, eles fazem isso, esse gesto como se tivesse colocando o Matheus
nos meus braços. Foi muito legal por isso, ficou marcado. Hoje, estou
com 48 anos e o pessoal ainda não esqueceu – diz Bebeto.
Em 1994, o jogador acompanhou, da concentração, o nascimento por meio
da cunhada, Nivalda. Mesmo sem ter presenciado o momento, Bebeto
conseguiu ver o filho, na época, logo depois do parto nos braços da
esposa, Denise, pela TV Globo. E a partir disso, surgiu uma promessa.
- No dia que eu estava indo para o hospital, o ´Beto´ falou: olha, eu
vou prometer um gol! Vou fazer um gol para o meu filho e vou fazer uma
homenagem para você, pelo nascimento dele. Aí, realmente, eu tive que
cobrar, porque promessa é dívida! – lembra a mãe de Matheus.
Desde pequeno, a bolinha de pelúcia já era companheira inseparável.
Alguns anos depois, o homenageado virou gente grande, se tornou cria da
Gávea e já chegou, inclusive, a vestir a amarelinha nas seleções Sub-13,
Sub-15, Sub-17 e Sub-20.
Filho
de Bebeto, Matheus passou nos testes do Flamengo aos 10 anos de idade e
hoje, com 18, joga entre os profissionais (Foto: Rafael
Cavalieri/Globoesporte.com)
- É um sonho realizado, estar tendo essa oportunidade de me integrar
aos profissionais, ainda mais jogando. Acho que tenho só que trabalhar
mais para que as coisas aconteçam naturalmente. Dentro de campo, eu
procuro esquecer a pressão de fora, para não virar rotina – comenta
Matheus.
Matheus foi levado para fazer os testes no Flamengo, aos dez anos, sem
ninguém saber quem ele era. Mesmo com uma passagem histórica pelo clube,
Bebeto não queria que o filho fosse aceito apenas por privilégio.
- Não falei nada, ninguém sabia. Não queria que tivesse isso de ser
´filho do Bebeto´. Ele chegou onde está por méritos dele e eu estou
muito feliz – explica o camisa 7 da Copa de 94.
Atualmente, o ex-jogador é membro do Comitê Organizador de 2014. Apesar
de viajar muito, sempre dá um jeito de falar com o filho depois dos
jogos. A preocupação é constante em todos os sentidos e sobra um puxão
de orelha quando o filho vai mal em uma partida.
- Ele me dá bronca sim. Quando tem que falar bem, fala também. Mas
quando termina o jogo ele me cobra bastante. Por um lado é bom, mas
também perturba um pouquinho – brinca a revelação rubro-negra.
Seja com bronca ou elogio, Bebeto procura sempre ser o exemplo, com
ensinamentos e cuidados. Dar prioridade ao trabalho, para o craque, é o
principal valor a passar para o filho.
- Tem que ter sempre os pés no chão, cabeça no lugar, procurar se
cuidar. Não perder noite, não fumar, não beber e se alimentar bem. Tudo
na vida é sacrifício e trabalho intenso, que é o que eu acredito muito -
finaliza o tetracampeão.
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