Onde tem fumaça tem fogo, charuto e fritura também entre dirigentes.
Joel Santana caiu, o clube tenta acertar o mais rápido possível com um
novo treinador, mas, em outra frente de batalha, terá que combater
problemas internos que deixam o vice-presidente de futebol, Paulo Cesar
Coutinho, e o de finanças, Michel Levy, com futuro incerto em seus
cargos. Contra Coutinho pesam acusações chamadas de “sacolinha preta”.
Jogadores estariam incomodados com o fato de o vice recolher camisas
depois dos jogos independentemente do resultado. Na Gávea, circula a
informação de que seria para trocar por charutos cubanos. Outro relato
dá conta de que ele teria dormido no vestiário do estádio do Pituaçu
antes da partida contra o Bahia, cena presenciada por diversas pessoas.
Já Levy tem resistência de grande parte de aliados da presidente
Patricia Amorim. Os grupos dos dirigentes duelam entre si. E os dois
podem cair.
- Tenho minha cota de camisas. Estão querendo me limar - afirmou
Coutinho, ao ser questionado sobre a notícia da suposta troca de camisas
do Flamengo por charutos cubanos.
O vice de futebol tem direito a 50 camisas por mês. Ainda assim, depois
da derrota por 3 a 0 para o Corinthians na semana passada, alguns
jogadores se surpreenderam quando Coutinho recolhia camisas no vestiário
do Engenhão e colocava as peças dentro de um saco preto preso à
cintura.
- O time perde, e ele está preocupado em pegar camisas - reclamou um dos jogadores.
Sobre o cochilo antes do jogo contra o Bahia, apesar de a cena ter sido
presenciada por jogadores e membros da comissão técnica, Coutinho nega o
episódio:
- Não tinha nem onde dormir, nem espreguiçadeira. É mentira cabeluda - afirmou o dirigente.
Coutinho esteve perto da demissão no episódio do vídeo sobre Ronaldinho
Gaúcho. O dirigente foi flagrado por torcedores de Teresina detonando o
ex-camisa 10 num momento delicado da relação do jogador com o clube. No
mesmo dia, Ronaldinho anunciou que colocara o Flamengo na Justiça. Na
ocasião, Zinho pediu a permanência de Coutinho.
A situação de Michel Levy também é delicada. Diversos vices de Patricia
Amorim condicionam suas permanências à saída do vice de finanças.
Responsável pelo dinheiro das contratações, Levy não fala a mesma língua
de Coutinho, e os aliados de cada parte vivem em guerra interna. Nas
reuniões, o dirigente é questionado, mas ganhou respaldo de Patricia
Amorim em embates com Zico e Vanderlei Luxemburgo. Mas há algum tempo a
paciência da presidente com seu vice de finanças chegou ao fim.
Procurado pela reportagem, Levy não atendeu às ligações.
- É questão de dias - afirmou uma pessoa ligada à diretoria ao ser questionada sobre a possibilidade de saída de Levy.
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