quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sem se esconder, Deivid, ''o maldito'', diz: ‘Não sou jogador frouxo, covarde e otário’, sou um merda!


Deivid, ''o maldito'', pediu a palavra. Tomou a iniciativa e se escalou para ser o entrevistado do Flamengo na coletiva da tarde desta quinta-feira, no Ninho do Urubu. Como de hábito, não se escondeu e não deixou perguntas sem resposta. O gol perdido na derrota por 2 a 1 para a coisa maldita(vasco), em uma das semifinais da Taça Guanabara, foi o tema (assista ao lance no vídeo ao lado). Assim como no intervalo e no fim da partida, manteve-se sereno e lamentou o erro. Foi além. Assumiu a culpa pelo resultado e a eliminação.

- Por toda a repercussão que tenho acompanhado, não teria motivo para me esconder. É a minha profissão. Não sou jogador frouxo, covarde e otário. Isso nunca vai me fazer pedir para sair do Flamengo. Tenho contrato até dezembro e vou cumprir. Tenho acompanhado o noticiário, vi que colocaram o Ronaldo como o pior do jogo. A culpa não foi dele, não foi do Joel (Santana). Só tem um culpado. Eu fui o culpado. Se tivesse feito o gol, iríamos para o intervalo com 2 a 1, mas é uma coisa que acontece. Gostaria de estar aqui falando da boa atuação, do gol que fiz, do passe para o gol do Love. Poderia estar falando como herói da classificação, mas falo como vilão. Se tivesse feito o gol, a história seria outra.

O jogador disse que só conseguiu dormir às 8h. Além do apoio da família, recebeu mensagens de incentivo de amigos que fez ao longo da carreira.


deivid coletiva flamengo (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)Deivid durante coletiva no Ninho do Urubu

- Foram ligações de jogadores do Santos, de presidentes de clubes. Fico feliz, mostra que sou querido, que tenho feito as coisas certas no futebol. Disseram que tenho uma história muito bonita para ser apagada por conta de um gol perdido. Quem mais sofre é a família, né? Fica escutando gracinha, piadinha. Eu já sou cascudo, tenho casco de tartaruga. Momento mais difícil da minha vida foi quando quebrei a perna e perdi minha mãe. Joel me deu força no intervalo, os jogadores. Isso é o mais importante. Fico triste porque a torcida vai, paga R$ 50, R$ 60. Temos muita coisa lá pela frente, jogos decisivos pela Libertadores, Carioca.

O jogador disse que reviu o lance mais de uma vez e também custou a acreditar no erro.

- Fui tão convicto que faria o gol que bati para comemorar. Aquela fração de segundo, desatenção, acabou acontecendo dessa forma. Até meu filho, de cinco anos, faria. Pensei nele quando aconteceu. Ele já entende. Vou tentar recuperar. Tenho que levantar a cabeça. Minha vida sempre foi de desafios, obstáculos.



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