As reclamações dos tricolores, especialmente do técnico Abel Braga e do
vice de futebol Sandro Lima, em relação à arbitragem de Antônio
Schneider no clássico contra o Vasco, irritaram o presidente da Comissão
de Arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro,
Jorge Rabello. O dirigente defendeu o árbitro e ainda disse que o
Fluminense deveria buscar internamente as razões para maus resultados.
- Eles reclamam de arbitragem porque é melhor falar sobre isso. Por que
não explicam que o Fluminense não vem jogando nada? Por que com uma
folha salarial de R$ 7 milhões empata com o Duque de Caxias, que tem uma
folha de R$ 100 mil? Por que o Fluminense é sempre dominado no segundo
tempo? Foi assim contra Duque de Caxias, Boavista, vasco. Por que o
centroavante (Fred) cai mais do que chuta? Mas isso não vale a pena eles
questionarem. Como o time não vem jogando nada desde o começo do
campeonato, rezam para ter erro de arbitragem e terem o que falar. Não
falam sobre terem contratado vários meias-esquerdas, nenhum zagueiro e
nenhum goleiro - disse Rabello em entrevista à Rádio Tamoio.
Para Rabello, a atuação de Antônio Schneider foi correta. O Fluminense
reclama da quantidade de cartões dados aos tricolores e de três lances. O
primeiro foi um suposto pênalti em cima de Fred, em lance com Dedé,
ainda no primeiro tempo. O segundo foi outro suposto pênalti, desta vez
de Fagner em Carlinhos, na etapa final. Já o terceiro foi a não marcação
de um escanteio após um chute do ataque tricolor que desviou em Fagner.
Neste lance específico, a revolta foi tanta que Fred e Rafael Moura
acabaram punidos com o amarelo. Para Leonardo Gaciba, comentarista de
arbitragem do SporTV, houve pênalti em Fred e Carlinhos.
- Analisamos os cartões, que foram aplicados com coerência. Então, na questão física e na disciplinar, não observamos erros na atuação do Antônio. Tecnicamente, o primeiro lance que o atacante pede é visível. Se fizer um scout de quantas vezes o Fred cai e de quantas ele chuta para o gol, vão ver. No outro lance (em Carlinhos), houve um contato físico, que é inerente à prática do futebol. Confesso que, vendo a imagem, achei que o atleta foi tocado, mas isso pela TV - comentou para a Rádio Brasil.
Jorge Rabello sugeriu ainda que o Fluminense envie um ofício à Ferj
para manifestar com vídeos a insatisfação com a arbitragem e elogiou a
postura dos outros grandes clubes do Rio de Janeiro, garantindo que não
aceita veto a árbitro.
- O Fluminense deve encaminhar ofício à Federação manifestando essa
insatisfação com vídeos, e nós, da Comissão de Arbitragem, temos a
obrigação de questionar o que está sendo reclamado ou reconhecer isso e
tomar providências. O comportamento do Fluminense mudou muito. Eles têm
reclamado constantemente da arbitragem. Temos que entender que futebol é
interpretação. Não adianta eu achar isso e você achar aquilo. Quem
marca ou não o pênalti é o árbitro em campo. Vamos ter o mesmo
comportamento do Oswaldo (de Oliveira). Ele criticou o erro do árbitro,
que não marcou pênalti em Antônio Carlos contra o Flamengo, mas não
tirou a culpa da sua equipe. O Péricles Bassols teve dois erros no
Brasileiro (referindo-se aos dois jogos entre Flamengo e vasco). Não era
nem para ter atuado no segundo jogo entre Flamengo e vasco. Não há
sentido em expor o árbitro ao vasco. Mas o Vasco não mandou nenhum
ofício, não tocou no assunto. Não aceitamos veto de ninguém, seja de que
clube for - afirmou à Rádio Brasil.
O presidente da Comissão de Arbitragem da Ferj disse também que,
independentemente de polêmicas, a entidade conversa com os árbitros
sobre os principais lances de cada jogo.
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