O técnico Joel Santana viveu nesta segunda-feira o primeiro dia de sua
quinta passagem pelo Flamengo. O treinador chegou ao Ninho do Urubu às
15h30m e não foi a campo. Ele limitou-se a ter uma conversa reservada
com os jogadores. Depois, vestindo uma camisa polo azul, vermelha e
branca, cores do Bahia, seu ex-clube, Joel adentrou a sala de imprensa
lotada para conceder uma entrevista coletiva.
- É a quinta vez que venho para essa casa, casa essa que toda vez que
estive aqui deu certo. Espero que seja assim desta vez. Eu me lembro que
a última vez que trabalhei aqui a torcida me levou ao Corvovado. Fez
uma coisa que nunca tive na vida, que era uma bandeira com o meu rosto.
Isso tudo vai mexendo com o treinador. Se soubesse que ia acontecer o
que aconteceu não teria saído. Mas estou voltando. - disse Joel,
referindo-se ao fato de ter aceito o convite para dirigir a seleção da
África do Sul, em 2008, e de ter sido demitido antes da disputa da Copa
de 2010.
De azul, vermelho e branco, Joel se encaminha para coletiva (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
Uma das primeiras indagações feitas a Joel foi sobre o relacionamento
com Ronaldinho Gaúcho. Foi por bater de frente com o craque que
Vanderlei Luxemburgo teve sua saída decretada. O atual treinador adotou
tom conciliador.
- Não vai ter nenhum tipo de problema. Nunca teve e não teremos agora.
Somos pessoas maduras, experientes, com objetivos traçados. Ronaldo não
chegou por acaso onde chegou. Chegou porque é talentoso. Não sei se
existe fórmula (para lidar com estrelas). Sei que nós nunca tivemos
problemas de lidar com ídolos da torcida, do time. É o jogador que faz a
diferença. Nós vamos nos ajudar. Eu não jogo, ele que joga e vai
resolver os nossos problemas. Papo foi normal, natural, comecei com todo
mundo lá dentro. Fomos apresentados hoje (segunda) e amanhã (terça)
começa o trabalho realmente - acrescentou Joel.
Confira outros trechos da entrevista.
Quinta passagem
- Cada um coloca de uma maneira, vê de um jeito. Trabalhar uma vez é
uma honra. Trabalhar cinco vezes me deixa numa situação agradecida. É
esse o carinho que a torcida sempre teve comigo. O que a torcida quer,
eu quero. Vencer jogos, ganhar títulos. Esse é meu trabalho aqui. Nada
mais do que isso.
Atitude ao chegar
- Providência é ganhar jogos. Dois jogos pelo Carioca, quinta e
domingo, já temos Libertadores na outra semana. Primeiro temos de sair
dessa situação desagradável de terceiro lugar. Depois começar a
Libertadores, jogo fora de casa, time argentino. Vamos devagar, com
muita calma nessa hora.
Estilo
- Vamos manter nossa forma de trabalhar, sou meio à moda antiga em
algumas coisas. Vamos ver se conseguimos sucesso, torcida vai nos
acompanhar, definir os nossos caminhos. Se Deus quiser vai dar tudo
certo.
Retomada na Libertadores
- Não sei, vamos ver o final do filme. Flamengo é assim, acontece com
uma grande rapidez. Estou mais uma vez aqui, acima de tudo com respeito
ao torcedor, nosso maior patrimônio, e carregando a responsabilidade.
Uma torcida que cobra, vibra, apaixonada. Vou fazer parte mais uma vez
dessa história.
Vantagem de conhecer boa parte do grupo
- Ajuda sabendo a minha maneira de trabalho. Soldado no quartel já
conhece, sabe das coisas que gosto, jogadores que foram campeões comigo,
respeito bastante. E com certeza vão ajudar. Os jogadores perguntam.
Não estou aqui para inventar. Faço parte de um grupo, de uma equipe
desse porte e mais uma vez tenho a oportunidade de desenvolver meu
trabalho. Me considero um felizardo de cinco estrelas por estar pela
quinta vez nessa casa.
Passagens recentes
- Nunca fui de pensar no passado, gosto de pensar no futuro. Saí do
Cruzeiro, fui para o Bahia com um pedido da torcida, direção, fomos lá e
tudo deu certo. O Bahia voltou a uma competição internacional depois de
20 anos. Um clube que recebe bem, torcida recebe bem. Agora estou aqui
deste lado, vamos ver se a coisa vai dar certo. A coisa vai dar certo.
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