Modalidade derivada do futebol de campo, o showbol vem servindo de
experimento para uma das mais antigas e polêmicas reivindicações de
praticantes e torcedores do esporte mais popular do mundo: o uso de
imagens para tirar dúvidas de arbitragem. Desde o Campeonato Paulista de
showbol deste ano, todas as competições da modalidade vêm tendo como
regra o uso de vídeo em casos de dúvida ou reclamação. Nas duas partidas
da semifinal do Carioca, o VT mudou o destino de duas marcações
equivocadas da arbitragem. Neste domingo, América e Flamengo decidem o
título, às 12h, com transmissão do SporTV.
No jogo entre América e Fluminense, neste sábado, o técnico tricolor
Válber questionou a não marcação de um pênalti. No lance, Vaguinho, do
América, cortara cruzamento para a lateral, o que seria pênalti pelas
regras do showbol. No momento do corte, entretanto, o árbitro Romildo
Corrêa entendeu que foi um desvio involuntário, o que acarretaria uma
simples cobrança de lateral. Válber protestou e teve sua reivindicação
atendida, depois de o árbitro rever o lance no vídeo: pênalti para o
Fluminense e gol de Maciel.
A mudança do árbitro gerou protesto dos americanos.
- Essa regra é complicada. O adversário só pode pedir para rever uma
marcação da arbitragem no instante do lance. O Válber só foi pedir isso
mais de um minuto depois, já que não conseguiram fazer o gol na
sequência – reclamou o meia do América, Bruno Reis.
Na outra semifinal, entre Vasco e Flamengo, um lance envolvendo a
marcação de um pênalti também gerou a solicitação do vídeo. No primeiro
tempo, quando os rubro-negros venciam por 2 a 1, o árbitro marcou um
pênalti do vascaíno Leonardo, entendendo que ele cortou um ataque do
adversário, jogando a bola pela lateral. A marcação gerou protesto da
equipe do Vasco, que exigiu rever o lance em vídeo. Ao ver a jogada, no
monitor, o árbitro voltou atrás e deu apenas lateral para o Flamengo.
Dessa vez, quem reclamou foi o defensor rubro-negro Emerson.
- Não teve cabimento o que eles reclamaram, e o árbitro acabou indo no
protesto deles. Mas fazer o quê? – afirmou, no momento do lance.
Diretor de marketing do showbol, Diego Talim explica que cada equipe
tem direito a um pedido de replay por tempo. Segundo ele, o recurso já
foi usado em seis lances deste Carioca.
- Isso é algo que poderia ser implantado no futebol de campo também,
pois facilitaria muito o trabalho da arbitragem. Eliminaria também
muitas discussões em campo, pois a imagem do vídeo quase nunca deixa
dúvidas. Nosso intuito é que essa experiência seja passada para os
gramados de futebol, pois assim teríamos resultados mais justos –
avaliou.
Questionado sobre a tradição do futebol sobre as eternas discussões de
torcedores em torno das marcações polêmicas, ele tratou de se defender.
- Realmente o futebol poderia perder muito de sua graça, pois, quando
há um torcedor que se sente injustiçado com a arbitragem, a discussão
perdura pela semana inteira. Só que, em compensação, teríamos uma
arbitragem mais justa. É hora de pensarmos melhor na evolução do esporte
– finalizou ele.
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