segunda-feira, 16 de maio de 2011

Bottinelli: o Frango quer cantar de galo com a camisa do Flamengo



bottinelli flamengo (Foto: Arquivo Pessoal)
Dario Bottinelli foi uma aposta de Vanderlei Luxemburgo. Entre a torcida, El Pollo (o Frango), como é chamado, ainda está longe de ser unanimidade. O argentino de 24 anos teve dificuldades no início, sofreu lesão, voltou para o banco de reservas, mas, contando com a confiança do treinador, ganhou a vaga de titular nos últimos jogos. 

De poucas palavras e com um espanhol carregado, Bottinelli concedeu a entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por e-mail, respondido pouco tempo depois de enviado e de forma bem direta. O argentino garante que aguenta a pressão que o Flamengo oferece, diz que Ronaldinho Gaúcho tem uma mística, e considera a mulher Carla e os filhos Violeta e Dario a base de tudo. Já os problemas de adaptação ao Rio, ele afirma que superou com a ajuda dos chilenos Maldonado e Fierro, os únicos com quem conseguia se comunicar no começo. Agora, está pronto para, enfim, conquistar a desconfiada torcida.

Em uma foto do seu arquivo pessoal, ele aparece ao lado dos irmãos, todos vestidos com camisas de San Lorenzo e a frase que a casa respira futebol. No Flamengo, o Frango ainda precisará de fôlego para conseguir cantar de galo e fazer valer o fato de ter apelido semelhante ao do maior ídolo do clube. Seu pai e fã número 1, Juan Carlos, assiste a todos os jogos do Flamengo pela internet. Segundo ele, Bottinelli define o futebol carioca como 'apaixonante' e deseja, em breve, transformar toda a paixão que vem de fora dos gramados em uma preciosa aliada na luta para garantir seu espaço.

GLOBOESPORTE.COM: Quais foram as principais dificuldades que você encontrou quando chegou ao futebol brasileiro?
Bottinelli: Acho que foram as dificuldades linguísticas. Eu senti que não consegui aprender o idioma rapidamente e, logo em seguida, a lesão do meu tornozelo veio em um momento muito inoportuno.

Em algum momento você teve medo de não alcançar seus objetivos no Flamengo? Temeu a pressão?
De forma alguma. Nunca duvidei das minhas qualidades e do que posso render dentro de campo. A pressão está em todos os clubes grandes. É daí que sai a capacidade do jogador para torná-la maior ou menor. Graças a Deus eu considero e trato de fazer essas coisas serem pequenas para poder continuar jogando.

Vanderlei e seus companheiros disseram que você era um pouco tímido quando chegou. Já se sente mais solto?
Quando alguém chega em um país e um clube diferente, sempre se apoia nos estrangeiros, neste caso Claudio (Maldonado) e Gonzalo (Fierro). Agora eu já me sinto mais solto com todos os companheiros e isso ajuda bastante.

E jogar ao lado de Ronaldinho Gaúcho?
É muito bom ter ele no time. Ele é um companheiro que está sempre nos ajudando e consegue ter essa mística que a equipe precisa para ser diferente de todo o resto.

O que aconteceu na partida contra o vasco, na final da Taça Rio? Você ficou chateado por sair do jogo (substituído no segundo tempo, Bottinelli saiu xingando)?
O que aconteceu naquele jogo já ficou no passado. Todo jogador quer estar numa partida como essa o tempo todo. Mas foi uma decisão do treinador e tem que ser respeitada.

Qual a importância de contar com a confiança do técnico Vanderlei Luxemburgo desde o começo? Como é a relação de vocês?
É importante tê-lo como treinador. Ele trabalha de uma forma muito exigente. Consegue fazer com que o jogador tire 110% de sua capacidade.

Depois da fase de adaptação no Rio, como se sente na cidade? Tem vontade de ficar por bastante tempo? E seus familiares?
A verdade é que me sinto muito bem e confortável nesta cidade. Minha família está contente e espero ficar pelo menos até o fim do meu contrato, direito, como sempre gostei de fazer as coisas.

bottinelli flamengo (Foto: Arquivo Pessoal) 
Bottinelli na infância e nas divisões de base do San Lorenzo (Foto: Arquivo Pessoal)

Quais os seus programas preferidos no Rio de Janeiro? O que gosta de fazer no tempo livre?
Gosto muito de ver programas de comédias ou desenhos animados com meu filho. Todo o meu tempo livre é dedicado à minha esposa e meus filhos.

Você começou sua carreira no San Lorenzo, mas uma lesão acabou atrapalhando sua carreira. Foi muito difícil? É o seu time do coração?
Comecei no San Lorenzo aos 9 anos e alcancei meu objetivo de chegar ao primeiro time. Passei por várias dificuldades. Mas com as minhas decisões cheguei aonde tanto queria. Torcedor eu não sou. Todos sabem que o meu amor é da Universidad Católica, do Chile.

Você só tem 24 anos, pode fazer muito ainda pelo Flamengo? Qual é a sua meta profissional no momento? Tem vontade de jogar na Europa?
Estou feliz aqui e tenho um contrato que tem que ser respeitado. Mas sempre quis jogar no futebol da Europa. Mas isso só acontece se continuar jogando bem por aqui e crescendo como jogador e pessoa.




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