Dario Bottinelli foi uma aposta de Vanderlei Luxemburgo. Entre a
torcida, El Pollo (o Frango), como é chamado, ainda está longe de ser
unanimidade. O argentino de 24 anos teve dificuldades no início, sofreu
lesão, voltou para o banco de reservas, mas, contando com a confiança do
treinador, ganhou a vaga de titular nos últimos jogos.
De poucas palavras e com um espanhol carregado, Bottinelli concedeu a
entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por e-mail, respondido pouco tempo depois
de enviado e de forma bem direta. O argentino garante que aguenta a
pressão que o Flamengo oferece, diz que Ronaldinho Gaúcho tem uma
mística, e considera a mulher Carla e os filhos Violeta e Dario a base
de tudo. Já os problemas de adaptação ao Rio, ele afirma que superou com
a ajuda dos chilenos Maldonado e Fierro, os únicos com quem conseguia
se comunicar no começo. Agora, está pronto para, enfim, conquistar a
desconfiada torcida.
Em uma foto do seu arquivo pessoal, ele aparece ao lado dos irmãos,
todos vestidos com camisas de San Lorenzo e a frase que a casa respira
futebol. No Flamengo, o Frango ainda precisará de fôlego para conseguir
cantar de galo e fazer valer o fato de ter apelido semelhante ao do
maior ídolo do clube. Seu pai e fã número 1, Juan Carlos, assiste a
todos os jogos do Flamengo pela internet. Segundo ele, Bottinelli define
o futebol carioca como 'apaixonante' e deseja, em breve, transformar
toda a paixão que vem de fora dos gramados em uma preciosa aliada na
luta para garantir seu espaço.
GLOBOESPORTE.COM: Quais foram as principais dificuldades que você encontrou quando chegou ao futebol brasileiro?
Bottinelli: Acho que foram as dificuldades linguísticas. Eu
senti que não consegui aprender o idioma rapidamente e, logo em seguida,
a lesão do meu tornozelo veio em um momento muito inoportuno.
Em algum momento você teve medo de não alcançar seus objetivos no Flamengo? Temeu a pressão?
De forma alguma. Nunca duvidei das minhas qualidades e do que posso render dentro de campo. A pressão está em todos os clubes grandes. É daí que sai a capacidade do jogador para torná-la maior ou menor. Graças a Deus eu considero e trato de fazer essas coisas serem pequenas para poder continuar jogando.
De forma alguma. Nunca duvidei das minhas qualidades e do que posso render dentro de campo. A pressão está em todos os clubes grandes. É daí que sai a capacidade do jogador para torná-la maior ou menor. Graças a Deus eu considero e trato de fazer essas coisas serem pequenas para poder continuar jogando.
Vanderlei e seus companheiros disseram que você era um pouco tímido quando chegou. Já se sente mais solto?
Quando alguém chega em um país e um clube diferente, sempre se apoia nos estrangeiros, neste caso Claudio (Maldonado) e Gonzalo (Fierro). Agora eu já me sinto mais solto com todos os companheiros e isso ajuda bastante.
Quando alguém chega em um país e um clube diferente, sempre se apoia nos estrangeiros, neste caso Claudio (Maldonado) e Gonzalo (Fierro). Agora eu já me sinto mais solto com todos os companheiros e isso ajuda bastante.
E jogar ao lado de Ronaldinho Gaúcho?
É muito bom ter ele no time. Ele é um companheiro que está sempre nos ajudando e consegue ter essa mística que a equipe precisa para ser diferente de todo o resto.
É muito bom ter ele no time. Ele é um companheiro que está sempre nos ajudando e consegue ter essa mística que a equipe precisa para ser diferente de todo o resto.
O que aconteceu na partida contra o vasco, na final da Taça
Rio? Você ficou chateado por sair do jogo (substituído no segundo tempo,
Bottinelli saiu xingando)?
O que aconteceu naquele jogo já ficou no passado. Todo jogador quer estar numa partida como essa o tempo todo. Mas foi uma decisão do treinador e tem que ser respeitada.
O que aconteceu naquele jogo já ficou no passado. Todo jogador quer estar numa partida como essa o tempo todo. Mas foi uma decisão do treinador e tem que ser respeitada.
Qual a importância de contar com a confiança do técnico Vanderlei Luxemburgo desde o começo? Como é a relação de vocês?
É importante tê-lo como treinador. Ele trabalha de uma forma muito exigente. Consegue fazer com que o jogador tire 110% de sua capacidade.
É importante tê-lo como treinador. Ele trabalha de uma forma muito exigente. Consegue fazer com que o jogador tire 110% de sua capacidade.
Depois da fase de adaptação no Rio, como se sente na cidade? Tem vontade de ficar por bastante tempo? E seus familiares?
A verdade é que me sinto muito bem e confortável nesta cidade. Minha família está contente e espero ficar pelo menos até o fim do meu contrato, direito, como sempre gostei de fazer as coisas.
A verdade é que me sinto muito bem e confortável nesta cidade. Minha família está contente e espero ficar pelo menos até o fim do meu contrato, direito, como sempre gostei de fazer as coisas.
Bottinelli na infância e nas divisões de base do San Lorenzo (Foto: Arquivo Pessoal)
Quais os seus programas preferidos no Rio de Janeiro? O que gosta de fazer no tempo livre?
Gosto muito de ver programas de comédias ou desenhos animados com meu filho. Todo o meu tempo livre é dedicado à minha esposa e meus filhos.
Gosto muito de ver programas de comédias ou desenhos animados com meu filho. Todo o meu tempo livre é dedicado à minha esposa e meus filhos.
Você começou sua carreira no San Lorenzo, mas uma lesão acabou
atrapalhando sua carreira. Foi muito difícil? É o seu time do coração?
Comecei no San Lorenzo aos 9 anos e alcancei meu objetivo de chegar ao
primeiro time. Passei por várias dificuldades. Mas com as minhas
decisões cheguei aonde tanto queria. Torcedor eu não sou. Todos sabem
que o meu amor é da Universidad Católica, do Chile.
Você só tem 24 anos, pode fazer muito ainda pelo Flamengo? Qual
é a sua meta profissional no momento? Tem vontade de jogar na Europa?
Estou feliz aqui e tenho um contrato que tem que ser respeitado. Mas
sempre quis jogar no futebol da Europa. Mas isso só acontece se
continuar jogando bem por aqui e crescendo como jogador e pessoa.
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