O presidente Marcio Braga deu a senha: “É hora de subir os garotos porque eles entendem o que é o Flamengo”. O recado chegou e Fabrício apressou-se em vestir a camisa e levantar o dedo. Aos 18 anos, o zagueiro mistura as qualidades de um zagueiro promissor com o comprometimento de um torcedor fervoroso do time.
Em 2007, então nos juniores do Rubro-Negro, o jogador saía de casa sozinho, em Niterói, e ia de ônibus ao Maracanã. Ele era sócio da principal torcida organizada do clube.
- Aquela arrancada que o time deu até a vaga na Libertadores foi especial. Me recordo muito dos jogos contra São Paulo e Corinthians, no Maracanã – conta.
Apesar da juventude, o defensor tem história para contar. No segundo semestre deste ano, o Flamengo decidiu emprestá-lo ao Paraná para que adquirisse experiência. A missão era espinhosa. O clube paranista estava na zona de rebaixamento da Série B.
Ficha técnica | |
Nome: | Fabrício Silva Dornellas |
Altura: | 1,88m |
Peso: | 87kg |
Nascimento: | 20/2/1990 (em Niterói, RJ) |
Posição: | zagueiro |
Ídolo: | Juan (zagueiro do Roma) |
Fabrício surpreendeu e rapidamente roubou a vaga de titular. As brincadeiras após os treinos também renderam mais uma “obrigação”: ser o cobrador de faltas e pênaltis da equipe. Foram dois gols na reta final e que ajudaram o Paraná a escapar sem sustos do descenso.
- Aprendi muito. Passei por situações novas, com reuniões da diretoria com os jogadores, pressão da torcida... Mas sempre tive como ponto forte a personalidade. Apostei naquela oportunidade de salvar o Paraná como se fosse a última – declara o jogador.
De volta ao Rio de Janeiro, aguarda o momento de se reapresentar ao Flamengo, dia 7 de janeiro. O contrato foi renovado recentemente até 2013. Mas por pouco, ele não deu os primeiros passos em um rival. Na infância, jogou futsal o Fluminense.
- Mas sempre fui flamenguista doente – apressa-se a esclarecer.
A transferência para a Gávea aconteceu em 1998. Em dez anos de clube, aprendeu a admirar companheiros de sua profissão. E dois merecem um elogio especial do zagueiro canhoto.
- Juan (zagueiro do Roma) é meu ídolo, um espelho. Jogador sério, com caráter. Sempre observei muito o Gamarra pelo seu modo de jogar sem cometer faltas – diz Fabrício.
Antes de parar adversários, porém, ele terá de driblar a própria euforia interna. O presidente Marcio Braga, por exemplo, não se contém ao falar do pupilo:
- Este garoto, Fabrício, é uma jóia rara. O novo Juan.
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