quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Jayme cita lição e ressalta melhora no segundo tempo: 'Flamengo foi outro'

Quarenta e cinco minutos que fizeram com que Jayme de Almeida repensasse o time ideal para sequência da temporada. Com o 3 a 1 sobre o Emelec, na noite desta quarta-feira, no Maracanã, o Rubro-Negro pulou para segunda posição do Grupo 7 da Libertadores. O dever de casa bem feito, entretanto, apresentou dois Flamengos: o do primeiro tempo, lento e vaiado, apesar do 1 a 0 no intervalo; e um cheio de velocidade e toques rápidos, que chegou a botar 3 a 0 no placar com tranquilidade e fez a festa dos quase 40 mil torcedores presentes. O segundo, ao que tudo indica, será mantido pelo treinador nos próximos jogos.

Nitidamente descontente com a disposição tática da equipe em campo no primeiro tempo, quando virou Cáceres e Muralha isolados entre duas linhas de quatro jogadores - na defesa e no ataque -, Jayme de Almeida deixou claro que a entrada de Gabriel foi determinante para o triunfo rubro-negro. Rápido e confiante, o camisa 17 partiu para cima da marcação equatoriana, distribuiu bons passes e abriu espaços para que Everton e Hernane participassem mais do jogo. Em entrevista coletiva, o treinador foi só elogios:

- No segundo tempo, botei o Gabriel, puxei o Everton para dentro. O Gabriel deu uma velocidade incrível ao time, e o Flamengo passou a ser mais o que estamos acostumados. Quando o Elano sentiu, botei o Alecsandro, que segura bem a bola. O Flamengo no segundo tempo foi outro e acho que merecemos a vitória, mas ficou a lição de que não podemos jogar um primeiro tempo inteiro fora e deixar o jogo ficar perigoso.

Questionado se a exibição tinha garantido a Gabriel uma vaga entre os titulares, Jayme não quis se antecipar, mas deixou claro que o baiano, que tem feito também um bom Carioca, será testado no time principal em breve.

- O Gabriel já tinha mudado a equipe contra o vasco, hoje (contra o Emelec) também. Quando entramos com o time que não é de hoje (o reserva, no Carioca), tem entrado bem. Com certeza, vai ter uma oportunidade. Está merecendo isso.

Com três pontos, o Flamengo é o segundo colocado do Grupo 7 da Libertadores, atrás do León, do México, que tem quatro. No próximo dia 12, a equipe encara o lanterna Bolívar, no Maracanã. Já no sábado, o rival será o Nova Iguaçu, sábado, às 18h30m (de Brasília), também no Maracanã, pelo Carioca. O Rubro-Negro é líder da competição, com 25 pontos, mesmo com um jogo a menos que o Flu, segundo, e a Cabofriense, terceiro - ambos têm 22. 

Jayme de Almeida, Flamengo x Emelec (Foto: Alexandre Cassiano/Agência O Globo) 
Jayme de Almeida observa o jogo no Maracanã, nesta quarta (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

O jogo

-  Nosso primeiro tempo foi muito abaixo do que podemos render, principalmente por nunca termos treinado ou jogado assim. Ficamos com quatro atrás, dois no meio e quatro na frente. Não tínhamos saída de bola, segunda bola. Era bola para trás e para frente. Assim, a torcida se irritou. O time do Emelec é perigoso, a bola começou a rodar muito perto da nossa área. Acabamos vencendo por 1 a 0, mas ninguém estava satisfeito. No segundo tempo, botei o Gabriel, puxei o Everton para dentro. O Gabriel deu uma velocidade incrível ao time, e o Flamengo passou a ser mais o que estamos acostumados. Quando o Elano sentiu, botei o Alecsandro, que segura bem a bola. O Flamengo no segundo tempo foi outro e acho que merecemos a vitória, mas ficou a lição de que não podemos jogar um primeiro tempo inteiro fora e deixar o jogo ficar perigoso.

Cálculo para a classificação

- Temos que jogar para vencer todos os jogos. Não vamos fora para perder ou empatar. O Flamengo tem que ser forte jogando em casa ou não. A postura em León foi muito boa e tem que seguir nos outros jogos. Mas é claro que vencer no Maracanã vai ajudar muito na nossa classificação.

Gabriel e Lucas Mugni

- O Lucas não fez um bom jogo. É normal, não podemos colocar a culpa só nele. A maior dificuldade foi o posicionamento. Ele começou a ficar junto com o Hernane e faltou gente no meio. Quando ele tentava, estava em uma noite que não acertava um passe. O Gabriel entrou muito bem, conduz bem a bola, tocava, saia, e ficamos forte do lado direito. A torcida veio junto e, quando isso acontece, fica difícil ganhar do Flamengo.

Hernane

- O Hernane se doa, corre, luta. Sinceramente, não entro na questão se vai ou se não vai. Tenho que me preocupar com a equipe do Flamengo. Ele estando aqui é uma peça importante do nosso esquema. Jogou, lutou, fez gol. Não é minha função ver se ele vai sair. Se perdemos, a vida segue. Mas é um garoto que é um exemplo para todo mundo pelo que fez aqui.

Boa fase de Gabriel

- O Gabriel já tinha mudado a equipe contra o Vasco, hoje também. Quando entramos com o time que não é de hoje, tem entrado bem. Com certeza, vai ter uma oportunidade. Está merecendo isso.

Escalação contra o Nova Iguaçu

- Não fico escondendo. A princípio, se não tivermos problema nenhum, joga o grupo que começou contra o Emelec. O time precisa de ajuste, vimos isso no primeiro tempo que não estamos no nível que terminamos o ano. No decorrer dos jogos, vamos ganhando ritmo, entrosamento. Agora, a ideia é manter esse time jogando o Carioca e a Libertadores. O que podemos mudar é jogar com o Bolívar, por jogarmos no domingo com o Bangu e depois vamos lá para cima (La Paz). Somente neste jogo estamos pensando em mudar.

Everton

- O que víamos no Everton é a movimentação que ele dava, não parava em campo e era difícil marcá-lo. No Flamengo, estava ficando muito aberto, tinha conversado com ele. No segundo tempo, o coloquei para dentro e teve uma atuação muito boa.

Time ideal

- Acho que bater em definitivo eu não gosto. Ainda estamos procurando. Há jogador que vai voltar, caso do Paulinho, o Márcio Araújo não pode jogar a Libertadores, mas pode jogar o Estadual e é um jogador que me agrada muito.

Cáceres

- Colocamos o Cáceres com a ideia de ser jogo da Libertadores. Precisávamos de um homem mais forte fisicamente, habituado a esse tipo de jogo. É um menino que salta bem, cabeceia bem, dá força defensiva e ofensiva. Fez um jogo muito bom no México, está crescendo de produção, e sempre tem uma determinação, vontade de lutar os 90 minutos. Fiquei feliz. No ano passado, teve uma lesão que incomodava muito e agora está correspondendo muito bem a expectativa.


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