Geuvânio
entrou em campo contra o Corinthians num misto de sentimentos. Apesar
da boa notícia que ganharia oportunidade como titular, assim como havia
pedido nas redes sociais, o jogador teve que lidar com a pressão das
vaias da torcida até mesmo antes da bola rolar.
Em campo, começou nervoso, errou várias jogadas, mas não se omitiu.
Mais na persistência do que na qualidade, sofreu pênalti de Pablo e viu
Diego marcar o segundo do Flamengo.
Na zona mista após a partida, foi sincero. Lembrou do tempo no futebol
chinês – em 2017 jogou apenas cinco vezes pelo Tianjin Quanjian – e
pediu paciência para a torcida.
- A minha situação é bem complicada. É um ano muito difícil para mim.
Ninguém sabe da minha trajetória, venho há praticamente um ano sem
jogar, de um futebol totalmente diferente. No Brasil não tem comparação,
é quarta, domingo, viagem para lá, para cá. Tem que ter pulmão, corpo,
descansar bem a mente. Eu vim de um futebol que eu descansava duas vezes
por semana, só jogava no fim de semana, não tinha essa pressão, que o
jogador tem que estar preparado – destacou o meia-atacante.
Geuvânio fez uma comparação para para exemplificar a cobrança no Rubro-Negro:
- Estou chegando no Flamengo e as pessoas já querem que o Geuvânio
mostre algo, tipo miojo, em três minutos já tenho que estar pronto.
Preciso de um tempo. Falei que precisava de oportunidades porque um
torcedor disse que eu precisava de confiança. Não é isso, eu tenho
confiança, sei o que posso fazer, sei da minha qualidade. Acabei
respondendo ele, e acabou saindo matérias que eu queria oportunidade.
Um dos pedidos de Geuvânio é por sequência. De fato, com Rueda, o
meia-atacante de 25 anos ainda não conseguiu. A vitória por 3 a 0 contra
o campeão brasileiro foi apenas o sexto jogo como titular com o
colombiano. E novas chances podem aparecer na sequência, até mesmo pelos
desfalques – Everton e Berrío estão lesionados.
O panorama, segundo ele, tem tudo para mudar com a virada do ano e o foco numa pré-temporada.
- Esse jogo acabou caindo no meu colo, um jogo bom, onde jogadores de
verdade aparecem mesmo. Eu pude aproveitar. Fui vaiado desde o início do
jogo, mas continuei tentando, fazendo meu futebol. Uma hora você está
bem, na outra está mal, a torcida vai te beijar, te abraçar, outra hora
vão criticar. Essa é a maturidade que estou buscando, preciso evoluir no
Flamengo, tenho coisas para mostrar. Mas ano que vem, com uma
pré-temporada, eu vou fazer um grande trabalho. Sei das minhas
qualidades, a diretoria e comissão apostam no meu trabalho. Eu sei o que
eu fiz para estar aqui.
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