O sonho de voltar a mandar jogos no Estádio José Bastos Padilha,
popularmente conhecido como Gávea, sempre esbarrou na prefeitura,
pressionada pela Associação de Moradores do Leblon. O panorama mudou.
Após reuniões com Marcelo Crivella entre as duas últimas semanas e esta
segunda-feira, o Flamengo contou com a receptividade do prefeito do Rio
de Janeiro. Subsecretária de esportes da prefeitura e ex-presidente do
Flamengo, Patrícia Amorim tem forte influência no processo.
Principal barreira contra a reutilização da Gávea para jogos do time profissional é a resistência dos moradores vizinhos ao estádio, onde o clube mandou jogos de 1938 a 1997. A última partida disputada lá foi entre Flamengo e Americano, em 27 de abril de 97, quando o Rubro-Negro venceu por 3 a 0, com gols de Romário, Fábio Baiano e Evandro. As principais queixas são em relação ao barulho e sobretudo impactos no trânsito da região.
O Flamengo ainda não fez nenhum treino na Gávea em 2017 (Foto: Gustavo Rotstein)
Para evitar transtornos, o novo estádio teria que ser acústico - não fechado em sua totalidade, mas com barreiras de som capazes de impedirem que a vibração da torcida incomode a vizinhança. Outro aspecto é não construir um estacionamento, estimulando que as pessoas cheguem à Gávea utilizando transporte público. Isso se tornou mais fácil após a inauguração das estações de metrô Jardim de Alah e Antero de Quintal.
O veto a estacionamentos já existe no Estádio Luso-Brasileiro, que receberá partidas do Flamengo, muito provavelmente, a partir de maio. Para atuar na Ilha do Governador, o clube firmou contrato de três anos com a Portuguesa da Ilha e investiu cerca de R$ 12 milhões no local.
O Flamengo também trabalha em outras frentes por terrenos que possam possibilitar a construção de um estádio maior. Um situado na região das barcas em Niterói vem sendo alvo de estudos frequentes. Outros, na Zona Oeste, entre Barra e Guaratiba, também não estão descartados. O atual impasse em relação ao futuro do Maracanã acelera essa busca.
Durante as eleições municipais de 2016, o presidente Eduardo Bandeira de Mello conversou com candidatos, inclusive Crivella, e manifestou a eles o desejo de fazer um estádio-boutique na Gávea. Bandeira estimava capacidade para 20 mil pessoas. Ainda nesta semana, o Rubro-Negro tem reunião interna para discutir projetos para a casa que não utiliza desde 1997.
É bom destacar que a situação ainda está em estágio
embrionário. Não foi nem discutido o projeto oficialmente nem que
empresa faria a remodelação da arena. Com a Ilha à disposição, o
Flamengo tem tempo para iniciar a reconstrução de sua casa.
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