Paolo
Guerrero tem em 2017 o mesmo número de gols que marcou em seu primeiro
ano de Gávea (2015): quatro. A média é de um por partida, muito superior
à constituída em sua temporada inicial no Flamengo (0,22 - 4 em 18
jogos). Mais do que isso, Guerrero ganhou confiança, passou a discutir
menos com os árbitros acintosamente e está bem mais entrosado com a
torcida.
Confiança
Guerrero
vem de um 2016 positivo. Acumulou boas atuações no Brasileiro,
destacando-se sobretudo nas vitórias sobre Chapecoense (3x1) e Cruzeiro
(2x1) e nos empates com Corinthians e Atlético-MG (ambos por 2x2). Além
disso, terminou como artilheiro do time na competição, com nove gols
marcados. Mas ser goleador não é meta pessoal do atleta de 33 anos.
-
Não ligo muito para isso. Acho que a jogadas que se criam. Claro que
jogo de centroavante e tenho que estar ali para finalizar. Mas acho que o
jogo é coletivo, somos um time qualquer um pode fazer gol.
Primeiro pênalti batido e candidato a cobrador de faltas
Se
já arriscava chutes de fora da área no ano passado, em 2017
candidata-se a jogadas que não aspirava nas temporadas anteriores.
Contra o Nova Iguaçu, no sábado, cobrou seu primeiro pênalti com a bola
rolando. Em 2015, ao não bater um contra o Atlético-MG - Alan Patrick
bateu e perdeu -, foi criticado, e o Fla perdeu por 4 a 1. Alegou na
ocasião que vinha de uma lesão séria.
Além disso,
aproximou-se e ajeitou a bola em falta que acabou sendo cobrada por
Rafael Vaz. A jogada nasceu de um grande passe de Guerrero para Márcio
Araújo. Embora tenha excelente aproveitamento nos treinos, o peruano
dificilmente se posicionava entre os possíveis batedores.
Empatia com a torcida, tapas no escudo e gritos
Depois
de início excelente na Gávea - três gols em mesmo número de jogos -
Guerrero somou lesões a más atuações em 2015. De ídolo repentino, virou
alvo da torcida. Em 2016, teve início positivo ao marcar os gols do
Flamengo nos 2 a 0 sobre o Atlético-MG pela Primeira Liga, no Mineirão.
Nas comemorações, porém, corria mais para o time.
Desde
que a bola começou a entrar e que seu futebol cresceu, passou a correr
mais em direção da torcida. Bate no peito, mostra escudo, grita que é
Flamengo e mais uns palavrões. O grito "Acabou o caô", sumido em alguns
momentos de 2016, voltou a ser entoado com toda força nas arquibancadas.
Nas redes sociais, trata o clube majoritariamente como
#Mengao e já usa frases de efeito. No sábado, por exemplo, respondeu
firme quando perguntado se o Fla brigará por tudo que disputar em 2017.
- Estamos preparados para isso. E temos que mostrar que Flamengo é Flamengo.
Guerreiro sem ser grosseiro
Em
2017, Guerrero passa a fazer jus ao sobrenome somente no espírito de
luta por vitórias. Até a temporada passada, acumulou cartões por
reclamações exageradas. Os muxoxos eram constantes. Chegou a ter mais
amarelos do que gols - em agosto do ano passado, quando completou 50
jogos, tinha 18 advertências e 17 gols.
Nos últimos três
jogos, teve calma na hora de argumentar. Contra o Macaé, fez gol em
posição legal e levou - erradamente - cartão amarelo por ter chutado a
bola na rede após o apito. Nas reclamações, foi bastante ponderado.
Diante
do Nova Iguaçu, no lance da falta para qual candidatou-se a bater,
imaginou que Márcio Araújo tivesse sido derrubado dentro da área.
Questionou o juiz, mas sem se exceder. No fim do duelo, levou um pisão
de Paulo Henrique e novamente não explodiu.
Primeiro grande teste
Guerrero
e o Flamengo têm seu primeiro grande desafio no ano nesta quarta-feira,
quando enfrentam o Grêmio, às 19h30, pela Primeira Liga, em Brasília. O
camisa 9 está ciente da cobrança por uma vitória que pode provar o bom
momento vivido pelo time rubro-negro.
- A gente está em
preparação. A gente não pode esquecer. E esses jogos dão para corrigir
nossos erros. Mas, como falei, agora a gente já entra nessa quarta-feira
com um jogo muito importante. Um teste mais forte, mas temos que fazer
um grande jogo e descansar. Os últimos jogos foram bem pegados. Acho que
o ano começou bem para o Flamengo, para o time. Acho que a torcida está
gostando disso. E a gente tem que seguir na mesma pegada. Não podemos
relaxar nem dá brecha ninguém.
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