O estádio de Deodoro interessa ao Flamengo (Foto: David Rogers / Getty Images)
Mesmo
apostando em viagens curtas para não desgastar seu elenco, o Flamengo
quer voltar a jogar no Rio de Janeiro ainda em 2016, seja no Maracanã ou
não - em parceria com o Fluminense, tenta acordo para que o Fla-Flu de
12 de outubro seja disputado lá. Outra alternativa é o estádio de
Deodoro, utilizado pelo rúgbi, pentatlo moderno e futebol de 7 nos
Jogos. A capacidade máxima é de 15 mil pessoas. Em evento realizado no
Rio Media Center, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, confirmou a
procura rubro-negra para explorar o local.
- O Flamengo
manifestou oficialmente ao Ministério do Esporte a intenção de assumir a
arena do rúgbi para mandar jogos ainda este ano e no ano que vem. Lá é
uma área do Exército, portanto ele também participa dessa discussão.
Caso isso chegue a um bom termo, me parece ser uma boa ideia para
manutenção do equipamento, permitindo que o rúgbi possa também usar.
Isso está muito mais nas mãos do Exército do que do Ministério - disse
Picciani.
Diretor geral do Flamengo, Fred Luz confirmou tal
intenção e afirmou que são necessárias alterações na estrutura do
estádio para utilizá-lo no futebol. Além disso, destacou que o desejo
rubro-negro é ter o local como opção para 2016, mais precisamente já
para outubro.
- A gente já teve algumas reuniões com o
Ministério do Esporte sim, mas depende também de um acordo com o
Exército, porque o espaço ali é do Exército. O Ministério do Esporte
deseja colocar aquele espaço como legado da Olimpíada, e o Flamengo
faria um convênio para utilizá-lo. Para o Fla poder usar, e o rúgbi
continuar usando o estádio, seriam necessárias algumas adaptações. A
gente está trabalhando para tentar utilizar nesse ano, sim. Na hipótese
de não ter nenhuma opção no Rio, seria uma alternativa. Poderia ser
usado para um jogo de Sul-Americana eventualmente. Não está acertado,
mas a gente acha que existe a possibilidade, sim - explicou Fred.
Vale a pena apostar em Deodoro?
Para
saber se a alternativa buscada pelo Flamengo é interessante, a
reportagem conversou com jornalistas do GloboEsporte.com que estiveram
no Complexo Esportivo de Deodoro. Em pauta, questões como acesso,
conforto e estrutura.
Visão por trás de um dos gols na decisão do Futebol de 7, na Paralimpíada (Foto: Richard Souza/GloboEsporte.com)
O
repórter Richard Souza foi na última sexta-feira ao estádio para
assistir à decisão do Futebol de 7, entre Ucrânia e Irã. Como torcedor,
Richard elogiou o acesso ao local e o gramado, mas mencionou duas
adaptações que considera indispensáveis: a colocação de catracas e a
substituição de alambrados no lugar das grades.
- Escolhi o
BRT como meio de transporte e não me arrependi. Saí da estação Morro do
Outeiro, em frente ao Parque Olímpico, e segui viagem até a estação Vila
Militar. O trajeto não durou mais de 40 minutos, e conseguimos chegar
com alguns minutos de antecedência. Em dia de final olímpica, o palco
estava cheio. Muita gente demorou a entrar e a se acomodar, mas muitos
por opção, já que optaram por comprar bebida e comida antes de a bola
rolar. Fiquei imaginando como seria o acesso num jogo de futebol, pois
não há catracas e a entrada se deu por uma única entrada. Isso teria de
ser alterado. No futebol de 7, as dimensões no campo também são menores,
mas creio que seja possível aumentar o tamanho do campo. O gramado me
pareceu em boas condições, apesar da distância. No lugar de alambrados,
grades separam a torcida do campo. E o limite poderia ser facilmente
ultrapassado por torcedores, até porque estamos falando de um outro tipo
de público no futebol. De forma geral, o estádio é confortável, mas
precisa passar por adequações para abrigar o futebol profissional. O
número de lanchonetes e banheiros também poderia ser maior, imaginando
jogos com casa cheia.
Presente no complexo para cobrir eventos
de tiro esportivo e do hóquei sobre a grama, o repórter Marcelo Barone
atentou ao fato de não haver cobertura, o que, segundo ele, deixa os
torcedores expostos a eventuais chuvas ou a um forte sol. Em
contrapartida, concordou que trata-se de um local confortável e exaltou a
estrutura oferecida à imprensa.
Estádio de Deodoro pode ser usado para jogos de futebol e tem boa iluminação (Foto: Rodrigo Breves)
-
Com chuva, era complicado trabalhar na arena, porque era aberta,
molhava tudo. Eu tinha um plástico duro pra proteger o laptop, mas as
pessoas ficam à mercê do clima que estiver fazendo no dia. Com sol ou
chuva, ficava desprotegido. Não sei se tem solução, mas é importante
dizer isso. A sala de imprensa era boa, a zona mista também, mas o
calcanhar de Aquiles, na minha opinião, foi a comida. As opções eram
escassas. Mas o campo é bonito, a arquibancada estava limpa, e a
estrutura me pareceu organizada e confortável - completou.
Leo
Velasco, repórter inserido na cobertura de rúgbi, mostrou-se preocupado
quanto ao acesso. O fato de o espaço entre um dos lados do estádio e o
canal que o corta ser muito estreito também foi mencionado por Velasco.
-
No único dia que usei transporte público, peguei um ônibus até a
estação São Cristovão e o trem (parador) até a estação Magalhães Bastos
porque a estação Vila Militar, mais perto do estádio, era usada apenas
para embarque. Entre caminhada e paradas para revistas e passagem por
detector de metais, devo ter demorado cerca de 30min depois de sair da
estação. Passei pela Avenida Brasil apenas usando o ônibus oficial de
imprensa, que, com faixa exclusiva, fazia o percurso até o Centro sem
muito problema. Há ainda o BRT, mas não usei nenhum dia. Acho que é
difícil comparar o que o Flamengo pode fazer com o estádio porque a
Olimpíada funciona com esquema especial tanto de transporte quanto de
organização para entrada, até porque outras competições estavam sendo
disputadas no entorno. Durante o torneio de rúgbi, acho que o estádio
funcionou bem e não lembro de ter vistos grandes problemas, mas não sei
se isso significa que funcionaria para um time de futebol. O estádio não
estava sempre lotado, havia muitos parentes e amigos de atletas nas
arquibancadas. Uma cena comum era imprensa, atletas e torcedores
dividindo o mesmo espaço pelos corredores ao redor das arquibancadas.
Sobre o estádio propriamente dito, se for mantida a mesma estrutura, uma
coisa que me preocupa pensando em jogo lotado é que as laterais me
pareceram um pouco apertadas e sem espaço para ampliação (para um lado
tem rua, e para o outro tem um canal, onde o espaço é ainda menor - veja na foto abaixo).
A visão aérea do estádio de rúgbi de Deodoro (Foto: Divulgação)
A melhor maneira de acesso é por BRT ou trem*
Da Zona Sul: Integração do metrô com trem na estação Central até estação Vila Militar
Da Zona Norte: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Da Barra: BRT Vila Militar- Terminal Paralímpico (Recreio) até estação BRT Vila Militar
Da Zona Oeste: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Aeroporto Santos Dumont: VLT até a estação de metrô Cinelândia. Integração com metrô até estação Central do Brasil e integração com trem até a estação Vila Militar
Rodoviária: Linha Troncal 4 (São Conrado- Rodoviária) até estação Central do Brasil e integração com trem até estação Vila Militar
Aeroporto Internacional: BRT Transcarioca até a estação Madureira-Manaceia e integração com trem até estação Vila Militar
Da Zona Norte: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Da Barra: BRT Vila Militar- Terminal Paralímpico (Recreio) até estação BRT Vila Militar
Da Zona Oeste: Trem na estação Central até estação Vila Militar
Aeroporto Santos Dumont: VLT até a estação de metrô Cinelândia. Integração com metrô até estação Central do Brasil e integração com trem até a estação Vila Militar
Rodoviária: Linha Troncal 4 (São Conrado- Rodoviária) até estação Central do Brasil e integração com trem até estação Vila Militar
Aeroporto Internacional: BRT Transcarioca até a estação Madureira-Manaceia e integração com trem até estação Vila Militar
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