"Em princípio, tenho contrato com o Flamengo e vou respeitar este contrato".
As
palavras acima são de Lucas Mugni nesta terça-feira. O jogador
argentino, hoje com 24 anos, desembarca no Rio na noite desta quarta com
o pensamento de voltar a treinar no plantel principal do Flamengo. Há
algum tempo, ele poderia ser considerado reforço para o setor de criação
do time, que tem Alan Patrick e Mancuello e alguns outros de
característica de arrancada e de condução de bola. Mas está longe disso.
"O jogador está fora dos planos do Rubro-Negro neste
momento". É o que diz a direção do Flamengo. Não é à toa. Mugni que se
reapresenta nesta sexta-feira no Ninho do Urubu, depois de empréstimo
sem destaque ao Newell´s Old Boys, passou de esperança à incógnita e
pode virar problema no Flamengo. Desde que chegou na Gávea - onde fez 51
jogos e cinco gols com muito mais baixos do que altos -, recebeu
ofertas milionárias que pagariam o investimento do Flamengo, mas sempre
recusou ofertas.
Lucas Mugni assina com o Fla em janeiro de 2014: meia chegou como revelação do futebol argentino (Foto: Divulgação )
Meia
em ascensão no futebol argentino em 2014, ele foi contratado por US$
1,5 milhão, com salário de R$ 150 mil. Valores que faziam jus ao status
de canhoto revelação do futebol portenho, com passagens pela seleção
sub-17, sub-20 e convocação para a principal por Alejandro Sabella. Mas
ele pouco jogou e virou incógnita até em aceitar ofertas. Nas últimas
semanas, intermediários levaram o nome à diretoria do Vitória, que
pagaria o salário do jogador. Consultado, Mugni ainda não respondeu e a
embrionária negociação ficou travada.
- Amanhã (quarta) chego
ao Rio e me apresento de novo na sexta-feira. Em princípio, volto a
treinar com o grupo. Sei da possibilidade do Vitória, mas vou falar com a
diretoria. Há alguns assuntos pendentes. A partir de sexta vamos
resolver se posso sair, se posso ficar. Tenho que falar com o Flamengo -
disse o jogador, que passa fim de férias em Santa Fé, cidade onde
nasceu e despontou como revelação do pequeno Colón, da Argentina.
Não
é a primeira vez que Mugni mostra indefinição em deixar o clube. O
jogador deu para trás, depois de tudo acertado, em outras oportunidades.
Numa delas, irritou a diretoria do Flamengo. O jogador teria contrato longo - de cinco anos - com o Al Rayyan, do Catar. A
transação valeria quase 6 milhões de euros ao Flamengo - dono de 90%
dos direitos econômicos - e Mugni receberia o equivalente a R$ 600 mil
por mês, sem contar altas luvas de assinatura de contrato. Propostas, do
mesmo clube, ainda pintaram em outras janelas, mas o jogador não quis
sair.
Proposta milionária do Catar recusada
No
ano passado, antes de aceitar proposta do Newells, que arcou com seus
salários, mas ainda deve cerca de US$ 300 mil do empréstimo ao Flamengo,
Mugni foi até Curitiba e sentou-se na mesa de negociação com a diretoria do Atlético-PR.
Assistiu ao jogo do Furacão ao lado de o presidente do clube Mario
Celso Petraglia, que já o queria para a disputa da Libertadores em 2014,
mas preferiu mudar de planos e foi para o Newell´s, atraído pela chance
de trabalhar novamente com Roberto Sensini, seu ex-treinador e
ex-jogador da seleção argentina, atualmente diretor executivo de
futebol.
Representante do jogador na chegada ao Flamengo,
Rafael Beys aguarda definição de Mugni sobre o futuro. Ele não confirma o
interesse do Vitória no argentino.
- Tem um clube da Série A
que fez consulta. Mas o jogador ainda não deu responda. Vamos aguardar a
chegada dele para conversar com o atleta - disse Beys.
Afastado no Newell´s e cobrança no Fla
O jogador cobra do clube argentino salários atrasados
e entrou na Justiça contra o Newell's, que terminou encostando Mugni.
Há também um débito com o Flamengo. O clube carioca tem dívida de 10
meses de atraso de direitos de imagem - quantia que chega a US$ 200 mil
dólares, cerca de R$ 700 mil.
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