Em votação realizada nesta noite de quinta-feira na sede da Gávea,
o Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou o acordo costurado entre a
atual diretoria do clube e o grupo Multiplan, do Consórcio Plaza. A
proposta passou com ressalva de não confissão de dívida, apesar do
pagamento. Isto significa que uma investigação interna pode apontar
responsável pelo débito e possível cobrança em ação de regresso.
O
clube vai pagar R$ 10 milhões à vista, liberar mais de R$ 40 milhões
que estavam depositados em juízo - resultado de penhora de recebíveis do
Flamengo, que iam desde cotas de TV a empréstimos e patrocínios
diversos (Triunfo, Adidas, Peugeot, BMG) -, além de parcelar o restante
de um total de R$ 61,5 milhões do acordo com o grupo Multiplan.
O
tema mobilizou os conselheiros do Flamengo. Houve leitura de pareceres
do caso e defesa para a aprovação do acordo do Conselho Fiscal do clube,
reeleito recentemente na Gávea, alinhado à atual direção rubro-negra.
Conselheiros questionaram a origem e o cálculo atual da dívida, que era
de R$ 6 milhões - pelo empréstimo em 1996 -, passou a R$ 16 milhões na
ação judicial de 2002 e saltou para R$ 90 milhões, de acordo com os
cálculos da diretoria rubro-negra.
O assunto é controverso e
remete aos tempos do ex-presidente Kleber Leite. O dinheiro à época
serviu para o Flamengo contratar Edmundo, tirando o jogador do
Palmeiras. O grupo Multiplan arrendaria a Gávea por 25 anos, explorando o
shopping que seria erguido no local. Depois de aprovada na Câmara de
Vereadores do Rio e assinada pelo ex-governador Garotinho, a construção
do estabelecimento comercial foi vetada - revelação de suborno na Câmara
fez o governo do Rio revogar a decisão.
Entenda o caso
Entenda o caso
A disputa judicial entre Flamengo e Consórcio Plaza se arrasta desde 2002 nos tribunais. O problema começou em 1996, quando Kleber Leite era o presidente do Flamengo. O montante se refere a uma dívida, que o clube não reconhecia, contraída com um empréstimo de R$ 6 milhões feito junto ao consórcio, que arrendaria a Gávea por 25 anos para a construção de um shopping. O empreendimento não saiu do papel, a verba foi aplicada na contratação de Edmundo, e o caso passou a ser contestado na Justiça. Com o passar dos anos, a dívida se multiplicou e hoje, de acordo com cálculos das partes, chega a R$ 90 milhões.
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