Titular
absoluto desde sua chegada ao Flamengo até o sub-15, o meia Lucas
Paquetá teve seu futuro na Gávea ameaçado quando pulou para a categoria
seguinte. Franzino e com apenas 1,53m aos 15 anos, tinha técnica, mas
não conseguia ganhar no corpo de seus adversários. Isso o fez ficar fora
de várias partidas. A dispensa parecia questão de tempo, principalmente
porque não conseguia crescer fisicamente. Após familiares e empresários
insistirem muito, o tratamento vingou e, ao aparecer nos juniores com
biotipo totalmente diferente, a pergunta mais ouvida era: "Esse é aquele
Paquetá mesmo?". Hoje, aos 18 anos, tem 1,80m e, inclusive, foi um dos
escolhidos por Oswaldo de Oliveira para treinar entre os profissionais
no fim da temporada.
- Eu tive esse problema ósseo, fiz vários tratamentos, mas nada deu resposta rapidamente. Fui evoluindo com o tempo - afirmou.
Lucas Paquetá é marcado por Wallace em treino com os profissionais (Foto: Gilvan de Souza/Fla Imagem)
Chegou
ao sub-20 rubro-negro em 2015 e jogou por praticamente todas as
posições do meio-campo. Também atuou no ataque, mas, apesar da
versatilidade, Paquetá esclarece que sua área é mesmo a zona central.
- Minha posição mesmo é meia de ligação, jogo de volante também e já atuei de atacante.
Em
relação a referências, aponta três nomes: um estrangeiro que é um dos
maestros do atual campeão mundial, um brasileiro de sucesso na Europa e
na Seleção e um do próprio Flamengo.
Antes baixinho, Paquetá cresceu muito e hoje tem 1,80m de altura (Foto: Editoria de arte)
- Meu ídolo é o Kaká e atualmente me inspiro no Iniesta. Dentro do Flamengo meu espelho é o Alan Patrick - enumerou.
Diferentemente
da maioria dos jovens atletas da atualidade, Lucas Tolentino Coelho de
Lima, nascido em Paquetá - ilha localizada no interior nordeste da Baía
de Guanabara -, não quer trocar o Rio de Janeiro pelo frio europeu tão
cedo.
- Uns dos meus sonhos é me tornar jogador do Flamengo, fazer história no clube e ser lembrado dentro do clube - encerrou.
Se
o crescimento dentro do Flamengo for proporcional ao ganho físico em
relação aos 15 anos, a torcida rubro-negra pode esperar muito de
Paquetá.
Diretor da base destaca crescimento tardio do atleta
Diretor
da base rubro-negra, Carlos Noval confirma a surpresa que muitos
tiveram com a espichada de Paquetá. Para ele e outros coordenadores da
base, porém, o crescimento tanto fisicamente quanto tecnicamente era
esperado.
- Paquetá sempre foi um talento desde pequeno, só
que a maturação dele foi muito tardia. É um exemplo de que você
realmente tem que segurar o atleta até o final. Foi muito lenta. No ano
passado, deu uma despontada, maturou e se formou bem fisicamente e
tecnicamente. É muito inteligente. Já já vamos vê-lo entre os
profissionais - arriscou.
Noval está certo de que Paquetá é um
ativo que renderá muito aos cofres do Fla futuramente. E sua
versatilidade também é destacada.
- Não tenho dúvida (de que
trará ganhos financeiros ao Flamengo), realmente é diferenciado, lógico
que ainda falta muita coisa, tem que aperfeiçoar muitas coisas. É
extremamente identificado e comprometido. A técnica dele é muito grande.
Só não faz o primeiro homem de meio-campo e é um excelente finalizador.
Por ter um excelente saída de bola, às vezes era escalado como segundo
homem.
Por fim, o diretor explicou o que permitiu o jovem de 18 anos crescer.
-
Nós, que estávamos ali dentro, tínhamos consciência do talento dele,
mas sabíamos que de uma hora para outra iria estourar. Entrou para um
grupo especial de atletas, com suplementação diferenciada e deu uma boa
despontada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário