A
sexta-feira no Ninho do Urubu foi de muito sol e calor, tanto que
Márcio Araújo pegou seu carro para deslocar-se da sala do departamento
de futebol até o contêiner onde concedeu coletiva. Poupou-se de
caminhada de aproximadamente de 200 metros. O tema principal da
entrevista foi, claro, o clássico de domingo, contra o vasco.
Questionado se o grupo está ainda mais motivado com a possibilidade de
frear a reação do adversário no Campeonato Brasileiro na luta contra o
rebaixamento, negou veementemente, afirmando que ele e seus companheiros
não estão preocupados com o arquirrival.
- Nosso maior
estímulo é chegar ao G-4, independentemente se o adversário vai cair ou
não. Sem hipocrisia. Até porque a gente não vai ganhar nada se o vasco
cair. Nossa vitória é chegar ao G-4, que é a única coisa de bom que nos
resta no campeonato. A gente não quer saber de vasco, se vai cair ou
deixar de cair. Sou torcedor e jogador do Flamengo, eu penso no meu
clube - garantiu.
Márcio não recorreu ao discurso comum quando
perguntado da relevância do confronto de domingo. Em vez de dizer que
se trata de um jogo comum como os outros 37 do Brasileiro, destacou que o
peso do resultado no clássico é diferente para atletas e torcida.
-
Ganhar o clássico é tudo. A gente não joga os 38 jogos do Brasileiro
contra o vasco. Temos que aproveitar ao máximo oportunidade contra o
nosso maior rival. São os mesmos três pontos, mas é contra nosso maior
rival. Quando perde, a zoação é grande, e a cabeça fica inchada. Quando
vence, o sentimento de alegria é muito maior.
O vasco vive
melhor momento no Clássico dos Milhões. Não perde para o Flamengo há
cinco jogos. Mas, segundo o volante de 31 anos, a situação é cíclica, e o
panorama pode mudar a qualquer momento.
- É mais de momento,
as coisas mudam. Quando cheguei aqui era o inverso, mas hoje, em
clássicos, o momento do vasco é superior. Temos que manter a pegada,
porque estamos bem próximos do nosso objetivo, que é a Libertadores.
Normal conseguirem essa vantagem, mas tudo tem seu tempo. Nada que vá
tirar nosso sossego.
Confira outros pontos abordados por Márcio Araújo:
Nesta
semana, quase todos os treinos foram integralmente fechados. A imprensa
pôde acompanhar somente alguns minutos por dia, fato que se repetiu
nessa sexta. Mistério ganha jogo?
É mais em relação a
sossego. É bom não ter imprensa, e o professor Oswaldo veio mais no
papo conosco. Tudo se resolve é nos 90 minutos. Claro que se ganhar ou
perder vão lembrar do treino fechado, mas foi a primeira semana cheia de
trabalho do Oswaldo (sem jogos quarta e domingo). Foi bom para
conversar e recuperar o desgaste dos jogos de quarta e domingo.
O Flamengo agora tem dois jogos em casa contra adversários no Z-4 (Vasco e Joinville). Vencer é obrigação?
É
muito fácil olhar pra tabela e achar que os resultados viriam de acordo
com que a tabela apresentava. Fomos para Brasília e deixamos os três
pontos fugirem de maneira até surpreendente contra o Coritiba, o clima
lá em Brasília atrapalhou bastante também. O negócio é conseguir jogar
bem os 90 minutos. Todos os times têm reações no campeonato. O Vasco
teve, o Coritiba teve, e a gente também. Fizemos aquela ótima arrancada
de seis jogos. É normal. No futebol tudo é momento, as coisas mudam
rapidamente.
Há a possibilidade de Maracanã lotado novamente. Isso é um ingrediente a mais?
Para
a gente não é novidade. Todo jogo, seja no Maracanã ou fora, a torcida é
fantástica. A gente não pode reclamar deles, pode reclamar da nossa
atitude. Hoje acho que é mais fácil (ir ao Maracanã) na situação que
estamos, mas quando a gente não estava bem eles compareciam e apoiavam
100%.
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