A
falta de entendimento entre o Flamengo e a Federação de Futebol do
Estado do Rio de Janeiro (Ferj) ganhou mais um capítulo nessa
quarta-feira. Por conta de novas críticas à entidade, Vanderlei
Luxemburgo foi suspenso preventivamente pelo Tribunal de Justiça
Desportiva (TJD-RJ) e só conseguiu comandar o time rubro-negro à beira
do campo no duelo contra o Bangu, vencido por 2 a 1, devido a uma
liminar obtida logo em seguida. O julgamento do caso está marcado para a
próxima segunda-feira.
Em entrevista coletiva na terça-feira, no Ninho do Urubu, o técnico do
Fla bradou contra o regulamento do Carioca, que restringe o número de
inscritos e não permitiu a convocação de mais jovens da base diante dos
muitos desfalques rubro-negros. Em determinado momento, disse que a
imprensa deveria "dar porrada na federação", no sentido de criticá-la. O
TJD, por sua vez, interpretou no sentido literal e considerou incitação
a violência.
Apesar de reafirmar que o Flamengo está rompido
com a Ferj por conta de outros desentendimentos recentes, o presidente
do clube, Eduardo Bandeira de Mello, evitou nova polêmica e focou apenas
em defender Luxemburgo. Ele acha que o técnico não receberá outra
punição na segunda-feira.
- Ele foi mal interpretado. Não quis
ofender, muito menos incitar a violência. Nós agimos corretamente,
recorremos e esperamos que isso seja esclarecido, que todo mundo entenda
que ninguém no Flamengo incita a violência nem faz qualquer tipo de
propagando de ações como essa. Então, acho que tudo vai terminar bem.
Questionado
se acredita em má fé da Ferj na punição a Luxa pelo histórico recente
da relação entre clube e federação, Bandeira respondeu de forma
negativa.
- Prefiro acreditar que não. Vamos acreditar que tenha sido simplesmente uma interpretação literal de uma frase em que ele obviamente quis usar o sentido figurado.
- Prefiro acreditar que não. Vamos acreditar que tenha sido simplesmente uma interpretação literal de uma frase em que ele obviamente quis usar o sentido figurado.
Vanderlei, por sua vez, falou sobre a acusação na coletiva pós-jogo contra o Bangu e se manteve em linha de tiro contra a Ferj.
- Não tiro uma vírgula do que falei. Quando falei em dar porrada, é
impossível. Lá é parede. Foi uma interpretação totalmente mal
intencionada, tendenciosa. Alguma coisa aconteceu. Quando falo dar
porrada, é criticar o procedimento. A ditadura acabou, a constituição
mostra isso aí. Briguei demais como estudante por isso. Não é para dar
porrada em ninguém. O torcedor do Flamengo está de parabéns, torce junto
com rivais, e quero deixar claro que falei porrada no sentido figurado.
Quem está em cargo público, tem que saber que vai ser cobrado. Não
ofendi ninguém, não falei nada ofensivo, e vou continuar falando o que
tiver que falar para colaborar com minha profissão. Futebol tem um
linguajar nosso, não tem como mudar. Se interpretar como no dicionário,
estamos roubados.
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