A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) iniciou nesta
quinta-feira o seu primeiro fórum de debates para chegar a conclusões
sobre os motivos que afastam o torcedor dos estádios, focada, claro, no
Campeonato Carioca. De acordo com dados de uma pesquisa realizada a
pedido da entidade pela LabPop Content, o principal motivo que afasta a
torcida das arquibancadas é a violência, seguida do preço dos ingressos.
O evento teve a presença de dirigentes como o presidente do Botafogo,
Maurício Assumpção, e o diretor geral do Flamengo, Fred Luz. O tema do
dia - os eventos se repetirão em todas as quintas-feiras até 11 de
novembro, abordando questões variadas - foi o horário das partidas e,
logo em sua introdução, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, afirmou que,
pelos dados apresentados, somente o horário analisado de forma isolada
não é preponderante para que o torcedor deixe de ir ao estádio.
Diante dos números, Lopes lembrou que, em jogos noturnos, a questão da segurança precisará talvez de um apoio maior das autoridades, especialmente Polícia Militar e Guarda Municipal. Em tom de brincadeira, o presidente afirmou que antes mesmo do apito final os agentes de segurança pública já estão se aprontando para encerrar o serviço.
- É uma metáfora. A Guarda Municipal e a PM fazem muito, estão semanalmente aqui nas reuniões, mas a falta de segurança, não somente no estádio, em jogos noturnos, é um fator importante. A gente também deve ver o que podemos fazer para mobilizar a Guarda e a PM a dar um pouco mais ao torcedor. O poder público deve estar conosco para verificar esses pontos.
A apresentação da pesquisa foi feita por Henrique Serra, da LabPop
Content. Ele explicou que foram abordados somente homens acima de 18
anos, visto que, de acordo com seus dados, são raras as mulheres que
compram ingresso para irem sozinhas ao estádio. Somente 5,1% dos
entrevistados informaram não ter assistido a nenhum jogo pela televisão.
Mas 43,5% disseram não ter visto nenhuma partida do Carioca no estádio.
Em dado momento, os pesquisadores apresentaram opções de resposta sobre
o motivo de os torcedores deixaram de comparecer aos jogos. E a
violência ficou no topo. Nos números totais, a ordem foi: violência de
torcidas, com 24,39%; ingresso caro, com 16,58%; insegurança, com
15,83%; horário inadequado, com 14,03%; e dificuldade de acesso, com
12,48%.
Outro dado relevante mostrado pela pesquisa foi a rivalidade como motivação para levar o torcedor à arquibancada. Este foi o segundo item mais importante apontado pelos torcedores quando feita a pergunta sobre o principal fator para ir ao estádio além do amor pelo time, sendo votado por 28,7% dos entrevistados. A questão primordial, contudo, é a qualidade do espetáculo: 29,3% dos torcedores apontaram que este seria o principal motivo para comparecer aos jogos. Em terceiro lugar, ficou a presença do ídolo em campo, com 15,7%, seguida do atual momento do time, com 12,2%. Somente 4,7% escolheram descontos e promoções como fator preponderante. Curiosamente, quando a pergunta mudou para sugestão para motivar o torcedor a ir ao estádio, o item no topo foi justamente diminuir o preço dos ingressos, com 8,4%, à frente de segurança, com 7,1%.
A conclusão da pesquisa apresentada atesta: "Ao concluir os estudos
sobre os dados obtidos na pesquisa podemos observar que existe um fator
principal, na opinião da maioria dos entrevistados e que os influencia
diretamente na opção de não ir aos estádios. Esse fator é a violência. A
qualidade do espetáculo é citada como a principal motivação de
comparecimento ao estádio, mas como já mencionamos na análise, essa
qualidade está relacionada diretamente a soma de itens compostos como
acomodações, estacionamento, alimentação e até partidas preliminares".
Após a apresentação de Henrique Serra, outra palestra, de Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, expôs o cenário atual do futebol carioca. Mostrou uma média de preço de ingressos em R$ 40,90, renda bruta média por jogo de R$ 116 mil, e média de pagantes de 2.828 torcedores. Mas há dados alarmantes como 86% dos jogos com prejuízo líquido, 48% dos jogos com público abaixo de 500 pagantes, e 39% da renda total do campeonato concentrado na fase final, que se resume a 5% das partidas.
Ferreira também mostrou dados da oscilação da presença de público em
relação ao horário dos jogos. Foi apontado que jogos sábado às 18h30 e
19h30, e domingo no mesmo horário, são os que mais agradam aos
torcedores. Sendo o de quinta-feira, às 16h ou 17h, o que menos atrai
público. A Pluri também apresentou fatores de alto, médio e baixo
impacto para afastar o público e colocou, entre os principais pontos, a
baixa qualidade do espetáculo, o ausência de ídolos/craques, e preço de
ingressos e pacotes familiares.
Diante dos números, Lopes lembrou que, em jogos noturnos, a questão da segurança precisará talvez de um apoio maior das autoridades, especialmente Polícia Militar e Guarda Municipal. Em tom de brincadeira, o presidente afirmou que antes mesmo do apito final os agentes de segurança pública já estão se aprontando para encerrar o serviço.
- É uma metáfora. A Guarda Municipal e a PM fazem muito, estão semanalmente aqui nas reuniões, mas a falta de segurança, não somente no estádio, em jogos noturnos, é um fator importante. A gente também deve ver o que podemos fazer para mobilizar a Guarda e a PM a dar um pouco mais ao torcedor. O poder público deve estar conosco para verificar esses pontos.
Violência entre torcidas, ingresso caro e horários inadequados formam o pódio das reclamações (Foto: Reprodução)
Outro dado relevante mostrado pela pesquisa foi a rivalidade como motivação para levar o torcedor à arquibancada. Este foi o segundo item mais importante apontado pelos torcedores quando feita a pergunta sobre o principal fator para ir ao estádio além do amor pelo time, sendo votado por 28,7% dos entrevistados. A questão primordial, contudo, é a qualidade do espetáculo: 29,3% dos torcedores apontaram que este seria o principal motivo para comparecer aos jogos. Em terceiro lugar, ficou a presença do ídolo em campo, com 15,7%, seguida do atual momento do time, com 12,2%. Somente 4,7% escolheram descontos e promoções como fator preponderante. Curiosamente, quando a pergunta mudou para sugestão para motivar o torcedor a ir ao estádio, o item no topo foi justamente diminuir o preço dos ingressos, com 8,4%, à frente de segurança, com 7,1%.
Baixo nível técnico do futebol brasileiro também é apontado como fator importante da falta de público (Foto: Reprodução)
Após a apresentação de Henrique Serra, outra palestra, de Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, expôs o cenário atual do futebol carioca. Mostrou uma média de preço de ingressos em R$ 40,90, renda bruta média por jogo de R$ 116 mil, e média de pagantes de 2.828 torcedores. Mas há dados alarmantes como 86% dos jogos com prejuízo líquido, 48% dos jogos com público abaixo de 500 pagantes, e 39% da renda total do campeonato concentrado na fase final, que se resume a 5% das partidas.
Maiores médias de público foram em jogos quinta-feira, sábado e domingo, sendo 18h30 ou 19h30 (Foto: Reprodução)
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