Um jogo como outro qualquer. É dessa maneira que Wallace está
encarando a estreia do Flamengo na Libertadores, quarta-feira, contra o
León, no Nou Camp, pela primeira rodada do Grupo 7. Campeão da
competição há dois anos, pelo Corinthians, o zagueiro usa esta postura
como se fosse um antídoto contra todos os fatores externos que envolvem a
competição continental. Catimba, pressão, futebol mais duro,
arbitragem... Não são poucos os ingredientes que tornam a disputa
especial. Nada, porém, é capaz de mexer com os nervos do camisa 14
rubro-negro.
O zagueiro Wallace concede entrevista no México (Foto: Cahe Mota)
Ciente
da obsessão que o torcedor do Flamengo tem pela competição, Wallace é
objetivo ao admitir que levar em consideração toda carga emocional que
uma Libertadores acarreta será prejudicial. Assim, tenta passar a
tranquilidade que exibe para os mais jovens e pede que a equipe entre em
campo com a mesma postura dos campeonatos nacionais.
-
É mais um jogo. Tão importante quanto os outros. Vai muito da cabeça de
cada atleta, como recebe a competição. Acho que temos que encarar como
foi o Carioca, o Brasileiro e a Copa do Brasil do ano passado. Tento
tirar o máximo do peso possível. Até porque, há 33 anos o Flamengo não
conquista esse título. Se eu trouxer esse peso para mim, fica mais
complicado. Fico tranquilo, mas há jogadores que encaram mesmo como uma
competição diferente. De certa forma, não deixa de ser pelas viagens,
pelas equipes com características diferentes, mas tudo vai da maneira
como se portar - explica.
Wallace não quer ver seus companheiros caindo em pilha dos adversários (Foto: Cahe Mota)
Baiano
de Conceição do Coité, Wallace cresceu ouvindo histórias exatamente
daquele Flamengo que conquistou a única Libertadores da história do
clube, em 1981. Rubro-Negro fervoroso, o avô sempre foi um dos mais
empolgados. Tanto que o zagueiro não esconde que nem um bicampeonato
neste ano fará com que o time atual se aproxime da geração comandada por
Zico.
- Não sou tão velho assim, mas minha família é
toda flamenguista. Meu avô é um dos melhores. Por isso, vi, sim, a
geração de 80 jogar. Ganharam 36 títulos, o meu avô me conta todas
essas histórias, que era uma equipe muito forte. Até me acostumei a
falar com meus amigos que, se vencermos a Libertadores, e temos grandes
possibilidades, vamos ser como a primeira geração. Essa geração de 80
não conta, porque é fora de série. Vamos marcar história e todos têm que
ter essa mentalidade de que vai ser um marco na história de cada um e
do clube. A geração do Tita, Zico, Adílio, Nunes, Leandro... Não podemos
nos comparar. Estamos muito abaixo.
Para
a partida em si, o camisa 14 cobrou paciência e serenidade dos
companheiros. Com o León em crise e vindo de duas derrotas consecutivas
em casa, a tendência é que se mande para o ataque e faça valer o estádio
cheio. Por outro lado, Wallace não quer um Flamengo pilhado por conta
disso.
- Temos que ter calma. O León é um time que
chega muito forte ao ataque, já vimos alguns vídeos. Então, a defesa tem
que ter toda paciência possível para dar tranquilidade ao pessoal da
frente - frisa na sequência.
Se o León não vive um
bom momento, o Flamengo chegou ao México com uma goleada de 3 a 0
sofrida no clássico diante do Fluminense na bagagem. Resultado ingrato,
mas que Wallace aponta fatores positivos.
- É bom
que colocamos o pé no chão, para vermos que as coisas não eram um pouco
como achávamos, e voltamos um pouco para o caminho que sempre fizemos. O
Jayme já nos alertou. Perder nunca é bom, mas perdemos no momento que
podíamos, apesar de ser clichê falar isso. Vamos corrigir os erros e não
há muito tempo para treinar.
Flamengo e León se
enfrentam na quarta-feira, às 22h (de Brasília) - 18h, horário local -,
no Estádio León, apelidado de Nou Camp, pela primeira rodada do Grupo 7
da Libertadores. Emelec e Bolívar completam a chave, e jogam
sexta-feira, no George Capwell, em Guayaquil.
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