Tricampeão pan-americano pela seleção brasileira, dono de quatro títulos brasileiros e sete cariocas, Marcelinho Machado
escreveu seu nome na história do basquete verde e amarelo. Com
passagens por clubes de Brasil, Itália, Espanha e Lituânia, o
ala-armador viveu um momento especial em sua carreira na última
temporada, quando sagrou-se bicampeão pelo Flamengo no NBB - o primeiro
título foi em 2009, na edição que inaugurou a liga. Satisfeito com a
campanha rubro-negra, o jogador comemorou a permanência de Marquinhos e
Benite, mas lamentou a saída de Caio Torres,
recém-contratado pelo São José. Sem medir elogios, Marcelinho ressaltou
a "conduta impecável" do pivô, eleito o melhor jogador da final contra o
Uberlândia, com um ar nostálgico.
- Eu torço muito pelo Caio, é uma grande pessoa, merece todo o nosso
carinho e respeito. A gente brinca que ele só tem tamanho, é uma dama de
uma conduta impecável, um cara que realmente vai deixar saudades para a
torcida e nós, jogadores, companheiros e amigos. Nós temos uma
profissão e cada um segue o caminho que acha melhor. Vou torcer para que
ele fique sempre em segundo, já que a nossa expectativa é sempre ganhar
o campeonato. Mas, brincadeiras à parte, espero que ele seja muito
feliz - declarou Marcelinho.
Apesar do desfalque do pivô, Marcelinho celebrou a renovação de
contrato com Marquinhos, que mesmo dizendo ter propostas da NBA (Dallas
Mavericks e New Orleans Pelicans) e da Europa, optou por permanecer na
Gávea. Eleito o melhor jogador do último NBB, o ala fica por mais dois
anos na equipe.
- Jogar mais uma temporada com o Marquinhos vai ser muito bom, ele é um
jogador supertalentoso. Joguei com ele na seleção e atuar ao lado dele
no clube é uma alegria, ver um talento daqueles no seu dia a dia, um
jogador de uma capacidade enorme. E não só ele, jogar com o Benite e
outros jogadores de nível de seleção, como o Duda, é maravilhoso. Você
tem um clima e ambiente de seleção dentro do clube o ano inteiro -
contou Marcelinho.
Afastado por lesão, Marcelinho se reencontra fora de quadra
O ala-armador classificou a campanha rubro-negra no NBB como
"formidável". Segundo ele, o clube da Gávea superou uma série de
dificuldades para chegar ao topo. O maior obstáculo veio logo no primeiro jogo contra
o Vila Velha, no Espírito Santo, quando sofreu uma grave lesão no
joelho. Obrigado a se afastar, Marcelinho iniciou uma corrida contra o
tempo, fez fisioterapia e treinos de recuperação até voltar ao banco de
reservas, ainda sem condições de jogar. Se em um primeiro momento, o
mundo parecia ter desabado, o jogador de 38 anos acabou encontrando um
caminho para ajudar os companheiros.
- Um dos momentos mais difíceis foi a minha lesão. O meu grande
aprendizado foi perceber que você pode fazer parte de uma conquista sem
desempenhar aquela função pré-determinada de estar na quadra, onde me
sinto mais à vontade. Demorei para entender que poderia contribuir de
outras formas. Fiquei muito chateado no início, mas descobri uma outra
função, de incentivar o time, passando um pouco da minha experiência em
vitórias e derrotas. O grupo respondeu bem, sempre me ouvindo,
dialogando e alguns até dedicaram o título para mim. A conquista foi
brilhante, com uma festa linda da torcida na arena para entrar para a
história. Fiquei muito feliz por ter feito parte de uma equipe tão
vitoriosa - declarou Marcelinho, que espera uma próxima temporada com um
equilíbrio de forças no NBB
Marcelinho é um dos principais destaques do Flamengo no basquete (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)
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