No último deslize que cometeu como funcionário do Flamengo, Adriano
faltou a três treinos, quando avisou a Zinho que não estaria presente
através de mensagens de texto via celular. Na ocasião, o papo do diretor
foi reto: ele daria a chance derradeira para que o jogador seguisse na
luta para voltar a ser o Imperador. O dirigente, porém, deixou claro que
seria necessário um acompanhamento psicológico. Mas até o momento,
quase 20 dias depois, o atacante não avançou na ideia de ter um
profissional para 'cuidar' dos problemas de sua cabeça. O clube está
pronto para ajudar caso o jogador se mostre disposto.
No clube, porém, há quem acredite que o remédio para Adriano seja
voltar a jogar futebol, o que não faz desde o dia 4 de abril, quando
disputou sua última partida oficial, ainda pelo Corinthians.
- Ainda não avançou (a questão do psicólogo) - limitou-se a dizer José
Luiz Runco, que faria o meio-campo entre Adriano e um médico para
ministrar o acompanhamento.
Depois da última falta de Adriano, Zinho chegou a pedir paz para Adriano, mas confirmou a necessidade de acompanhamento médico.
- Essa é uma questão mais particular. Transcende um pouco o campo. E um
pedido que estou fazendo para a imprensa é para dar um tempo com isso.
Para não ficar massificando quando ele vai ter psicólogo, onde é, vamos
deixar esse acompanhamento por parte do clube com ele, para que isso não
afete o trabalho psicológico que estamos fazendo com ele, de motivação.
Se ele infelizmente cometer um erro, aí vocês têm que bater. De agora
em diante, peço um pouco mais de moral, de motivação, mas não deixou de
ser uma exigência do clube. O doutor Runco já indicou o profissional, e é
uma responsabilidade dele fazer o contato para iniciar - disse o
diretor de futebol, no dia 6 de outubro.
'Remédio é jogar futebol', afirma dirigente
Vice-presidente de relações exteriores, Walter Oaquim acompanhou todos
os passos de Adriano no clube, desde as categorias de base, a saída em
2001, o retorno em 2009 e a atual luta para voltar a jogar. O dirigente
cita que o clube se colocou à disposição para oferecer acompanhamento de
um psicólogo, admite que o jogador escorregou em alguns momentos, mas
aponta o remédio que pode deixar o atacante bom da cabeça e do pé.
- Desde sempre, dei muito apoio ao Adriano. Ele está se esforçando
muito pela sua recuperação. Aconteceu uma falha ou outra, mas ele seguiu
com muita vontade. Colocamos à disposição apoio psicológico, mas não
tem melhor remédio do que ele voltar a jogar futebol. Ele ama o
Flamengo, ama jogar bola. Tenho convicção de que ele voltará a jogar em
alto nível - apostou Walter Oaquim.
Para esta quinta-feira, está prevista a participação de Adriano num
jogo-treino contra o time B do Audax, no Ninho do Urubu. Depois da
movimentação, médicos e preparadores farão uma avaliação para saber como
o atacante reagiu ao treinamento. Segundo Runco, o jogador "está se soltando cada vez mais".
Adriano disputou sua última partida no dia 4 de março, ainda pelo
Corinthians. A segunda cirurgia no tendão de Aquiles do pé esquerdo do
atacante foi realizada no dia 13 de abril. No último sábado, a operação
completou seis meses.
Adriano pode reaparecer no banco de reservas do Flamengo em breve. Para
isso, tem de buscar fôlego, ganhar confiança no potente chute de perna
esquerda, manter a cabeça no lugar. E provar que o futebol ainda pode
ser um remédio.
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