A reunião do Conselho Deliberativo que aconteceu na noite desta
quinta-feira, no Flamengo, teve clima pesado. Segundo relatos de
conselheiros presentes, era grande o número de seguranças e a imprensa
foi barrada na portaria do clube. Em meio aos discursos em relação à
renovação do contrato de transmissão, aprovada em votação da casa, um
bate-boca chamou atenção: o vice de relações externas Walter Oaquim e o
ex-vice de futebol Marcos Braz tiveram uma discussão áspera. O motivo
seria uma dívida do clube com o Marítimo, de Portugal, pela venda de
Souza, hoje no Bahia, ao Panathinaikos,da Grécia, em 2008.
Em maio de 2011, o vice jurídico Rafael de Piro e o vice de finanças
Michel Levy embarcaram para Portugal. Em pauta, a contratação de Aírton e
também uma tentativa de acordo com o Marítimo. Segundo Oaquim, o
Flamengo, na época da venda, recebeu cerca de 3 milhões de euros, mas
não repassou os 40% que caberiam ao clube português. A dívida estaria em
torno de 1,5 milhão de euros. Oaquim, contudo, não soube precisar o
valor. Marcos Braz não foi encontrado para comentar a questão.
- Há dívidas a pagar. Essa do Souza, temos de pagar. É coisa de 1,2
milhão de euros, não sei ao certo. O dinheiro já entra penhorado. Temos
R$ 16,6 milhões em imposto da gestão passada para pagar. Ninguém está
pegando adiantamento para sair gastando - disse Oaquim, confirmando que,
como o caso está na Fifa, a punição pode ser séria e, por isso, há
urgência na solução do caso.
Outro assunto que poderia ter entrado em pauta nesta quinta, ficou para
a próxima semana. A comissão de inquérito para apurar possível gestão
temerária de Patricia Amorim e que pode terminar em impeachment seria
nomeada, mas o protocolo do pedido impetrado por Marcio Braga atrasou
por falta de duas assinaturas. A decisão foi, então, adiada. De acordo
com o artigo 59 do estatuto, o presidente do Conselho Deliberativo,
Sylvio Capanema, tem cinco dias a partir da data em que o pedido foi
protocolado para julgá-lo e, se aprovado, nomear a comissão e seu
presidente.
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