O julgamento do técnico Abel Braga e do atacante Rafael Moura, ambos do Fluminense,
na terça-feira, no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi
alvo de críticas do comentarista do Telmo Zanini e de Carlos Eduardo
Éboli, da Rádio CBN. No clássico entre o Tricolor e o Flamengo,
no dia 9 de outubro, no Engenhão, o treinador foi expulso pelo árbitro
Felipe Gomes da Silva e se recusou a sair de campo. O centroavante não
foi expulso, ma trocou empurrões como o árbitro e ainda cuspiu na
direção do meia rubro-negro Renato Abreu.
Para Telmo Zanini, a pena recebida por Abel Braga (quatro partidas de
suspensão) é muito leve e, em outros países, o treinador receberia
punições bem maiores.
- Na Itália, o Abel pegaria no mínimo um ano de suspensão. Na
Inglaterra, poderia ser punido por mais tempo ainda. O que o Abel fez
foi uma desmoralização. Essa punição de quatro jogos é uma palhaçada -
comentou, no "Redação SporTV" desta terça.
Carlos Eduardo Éboli atacou o argumento do técnico. Abel Braga alegou
que não xingou o árbitro, e sim usou uma expressão comum em Portugal. O
treinador já comandou quatro equipes lusitanas.
- Na hora de reclamar com o árbitro ele liga a tecla SAP e está no futebol português? - ironizou.
Rafael Moura foi punido com dois jogos de suspensão. A defesa do
Fluminense conseguiu inocentar o jogador da acusação de cuspir em um
adversário alegando que não havia provas de que o atacante era o autor
do cuspe.
- Repórteres de rádio, televisão, imprensa escrita, todos viram que o
cuspe foi do Rafael Moura. Ninguém colocou em dúvida. Isso foi ignorado
no tribunal. Depois desse julgamento, todo mundo que cuspir daqui para a
frente tem que ser absolvido. O STJD está dizendo para os jogadores
'Cuspam à vontade porque, nessa reta final, a gente não vai punir
ninguém' - disse Telmo.
O apresentador André Rizek lembrou que, em 2007, o meia Hugo, do São Paulo, foi punido por 120 dias pelo STJD, após cuspir no volante Goiano, do Paraná.
Tribunal tirou a autoridade do árbitro, diz Éboli
Tribunal tirou a autoridade do árbitro, diz Éboli
Já Renato Abreu foi punido por duas partidas por ato hostil. O jogador
atingiu Rafael Moura com o cotovelo. Durante a partida, o árbitro
considerou o lance acidental e não expulso o meia rubro-negro. De acordo
com Carlos Eduardo Éboli, o STJD não deveria rever decisões que a
arbitragem toma em campo, pois abriria uma brecha para se contestar
qualquer outro tipo de decisão do trio:
- O árbitro está perdendo a autoridade. Ele viu o lance e a sua
interpretação foi aquela. Para mim, tem que valer. O lance foi visto,
analisado e julgado pelo árbitro. Então, quando ele deixar de marcar um
pênalti, o tribunal tem que mandar voltar a partida. É a mesma situação.
O meia Souza, do Fluminense, também foi julgado por sua expulsão no
Fla-Flu e foi punido por uma partida. A pena já foi cumprida. O árbitro
Felipe Gomes da Silva foi punido por 15 dias, por empurrar Rafael Moura.
O Flamengo entrará com recurso contra a punição a Renato Abreu.
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