terça-feira, 19 de julho de 2011

Marketing do Fla estaciona: quase oito meses sem produtos de R10

Boneco de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona (Foto: Reprodução )
Boneco de Ronaldinho? Só dos tempos de Barça

Quando Ronaldinho Gaúcho pegou o telefone da mão do irmão e empresário Assis para comunicar pessoalmente a presidente Patricia Amorim que resolvera aceitar a proposta do Flamengo, a dirigente ficou emocionada, as mãos começaram a tremer e ela teve que encostar o carro no acostamento para acreditar no que acabara de ouvir. Quase oito meses depois da chegada do camisa 10, o carro-chefe do Rubro-Negro está estacionado. Além de ainda não ter acertado com um patrocinador master, o clube não licenciou nenhum produto com a marca do jogador, o que renderia verbas para as duas partes envolvidas.

- Estamos para fechar os contratos de licenciamento esta semana, no máximo na semana que vem. Falta definir a relação Flamengo-Ronaldinho, definir o percentual das partes. Serão mochilas, bonés, linha de vestuário, bonequinhos. Vamos fazer uma parceria de produtos do gênero alimentício também – garantiu o vice-presidente de marketing do Flamengo, Henrique Brandão.

Há um mês, houve um encontro entre dirigentes do clube e Assis para tratar do tema. A reunião, realizada numa churrascaria do Rio, apontou os produtos que seriam licencidados, só que nada aconteceu.

O discurso tem sido o mesmo há algum tempo, mas até agora nenhum bonequinho para contar história. No Vasco, por exemplo, o goleiro Fernando Prass, nome bem menos badalado do que Ronaldinho, já tem sua miniatura à venda. Carlos Alberto também tinha quando estava no clube. Na apresentação de Juninho Pernambucano, além do uniforme oficial, camisas personalizadas do jogador estavam à disposição dos torcedores. O Rubro-Negro recebe apenas royalties da fornecedora de material esportivo com as vendas da camisa 10.

- A demora dessa e outras ações de marketing ocorre porque algumas coisas não podem ser desenvolvidas. Em alguns casos, o Ronaldinho já tem contrato e parceria, como revistas em quadrinho, por exemplo – ponderou Henrique Brandão.

Ronaldinho Gaúcho na derrota do Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Camisa de R10 é a mais vendida, mas já sai de fábrica com número e nome

Segundo dados do departamento de marketing do Flamengo, o número de peças compradas pelos torcedores entre janeiro e maio deste ano chegou a 100 mil por mês. A maioria, 65%, de Ronaldinho. Cabe a ressalva de que a camisa já sai da fábrica com o nome e número do capitão.

Em janeiro, o Gaúcho foi apresentado na Gávea diante de cerca de 20 mil torcedores e num palco onde estavam centenas de pessoas, entre elas Valesca Popozuda, Ivo Meirelles, torcedores e dirigentes que nada tinham a ver com a festa. Depois de dizer ‘Tamo junto, agora sou Mengão’, o camisa 10 logo deixou o palco de madeira que parecia frágil diante de tanto peso.

Recentemente, o Botafogo convocou Gerson, o Canhotinha de Ouro, para recepcionar Renato na sua apresentação em General Severiano. Na chegada do volante Airton, campeão brasileiro em 2009, contratado por empréstimo junto ao Benfica-POR, nenhum dirigente apareceu para entregar a camisa ao reforço. A tarefa ficou sob responsabilidade dos assessores de imprensa.  


boneco Ronaldinho Gaúcho Barcelona (Foto: Arquivo Pessoal)Outro boneco de R10 no Barcelona: à venda em várias partes do mundo (Foto: Arquivo Pessoal)

- Não vejo essas apresentações como diferencial. O mais importante é que os jogadores entrem no time para jogar e ajudar o Flamengo a ser campeão. O perigo é fazer oba-oba e o tiro sair pela culatra. Claro que são jogadores importantes, mas isso não faz diferença. É diferente da chegada de Ronaldinho e Thiago Neves – completou Brandão.

Internamente, o departamento de marketing tem sofrido questionamentos. Sobre o patrocinador master, o clube rejeitou recentemente uma proposta de R$ 16 milhões até o fim do ano de uma empresa do ramo de automóveis. 

- Estamos negociando, e pode evoluir na semana que vem – completou Henrique Brandão, na resposta padrão dos últimos tempos.





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