segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fábio Luciano confirma a aposentadoria: ‘Todo jogador escolheria esse fim’

O adeus agendado do capitão do Flamengo se confirmou nesta segunda-feira. Em entrevista coletiva na Gávea, Fábio Luciano avisou que a partida contra o Botafogo, no domingo, foi a última de sua carreira. Por mais de dez minutos, o zagueiro de 34 anos fez um pronunciamento e explicou os motivos que o levaram a não aceitar prorrogar a carreira até o fim da Copa do Brasil.

- Chegou o momento de dizer adeus e seguir um novo caminho. Estou bem preparado para isso, pensei na minha família. Minha esposa se privou de tantas coisas e chegou a hora de privar da coisa que mais amo para dar uma atenção especial a eles – disse, visivelmente emocionado.

Em menos de dois anos na Gávea, Fábio conquistou duas vezes o Campeonato Carioca e participou da reação do Brasileiro de 2007 que tirou o Flamengo da zona de rebaixamento e o levou à Libertadores.

Capitão e exemplo de liderança, o jogador se despediu dos companheiros no vestiário do clube. Houve comoção e lágrimas de Bruno e Léo Moura. Segundo ele, despede-se dos campos para virar torcedor.

- O Flamengo foi um marco na minha vida. Não estou trocando o Flamengo por outro clube. Abri mão de um bom salário. Não tem dinheiro no mundo que pague vestir essa camisa. Tudo o que fiz aqui foi de coração.

Confira trechos da despedida de Fábio:

Fim ideal?

- Todo jogador escolheria esse fim. Pude terminar campeão, com a torcida gritando o meu nome e os companheiros me carregando. Se tivesse que escrever não seria tão perfeito como o de ontem (domingo).

Agradecimentos

- Queria agradecer a todos que compartilharam o dia a dia do Flamengo. Fica o meu agradecimento aos torcedores. Muitas e muitas demonstrações de carinho. Algumas coisas a gente guarda em fotos, imagens e outras só no coração. O que eles deixaram no meu coração, torcida alguma deixou. Foram os momentos mais especiais. Talvez não tenham sido os títulos mais importantes, mas os momentos especiais foram.

Relação com a imprensa

- Para alguns covardes da imprensa eu deixo meu até logo e que vivam a vida medíocre que têm. Aos demais deixo meus sinceros agradecimentos. Todos os elogios que tive foram gratuitos porque não tenho amizade com ninguém. Respeito, mas sei que são carreiras muito distintas”.

A distância da família

- Minha esposa perdeu um filho com três meses de gestação, às 10h, e só soube à meia-noite depois de um jogo da Libertadores. Também não vi meu filho nascer, a maior frustração que tenho na vida. Ele é a pessoa que mais amo ao lado da Isabela (outra filha). Neste momento maravilhoso retribuo o carinho da minha família e vou ficar ao lado deles.

Expulsão contra o Botafogo

- Fiquei feliz por ter sido expulso. Pude em poucos minutos me transformar em torcedor. Senti o que eles sentiram. Agora vou virar torcedor.

Orgulho de ser rubro-negro

- Quem trabalha no Flamengo já é abençoado. Vejo a alegria do Barata, do Babão, do Klebinho, os roupeiros (chora e para)... todo mundo que veste essa camisa seja no campo ou fora dele tem que agradecer. É bom demais.

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