Se o período de 4h30m sobre rodas não é novidade na vida de boleiro, é certo que a maioria dos jogadores estava desacostumada. A última viagem longa do Flamengo de ônibus foi de Sucre para Potosí, na Bolívia, pela primeira fase da Libertadores, em fevereiro de 2007. Na ocasião, foram cerca de 3h45m em estradas esburacadas até a altitude. Desde então, apenas trechos curtos,como até Teresópolis ou Volta Redonda, que não passam de 2h.
- É bem mais cansativo, mas vindo no dia anterior é tranquilo. Dá para recuperar – disse o lateral-esquerdo Juan, visivelmente um dos mais desgastados, mas que superou o cansaço para atender os cerca de 50 torcedores que esperavam a delegação na porta do hotel.
Por uma questão de logística, o Flamengo optou por chegar a Campos por terra. Não há linhas aéreas frequentes para o município, e o fretamento de uma aeronave se tornou inviável por conta da instabilidade metereológica no estado do Rio de Janeiro.
A aventura fez com que alguns jogadores relembrassem o passado em outros clubes.
- A ultima vez que viajei de ônibus foi pelo Paraná. É diferente. Ainda mais com treino pela manhã, como tivemos. Fica mais corrido – lembrou Josiel.
O goleiro Bruno foi ainda mais atrás no tempo.
- Rapaz, a última vez que fiz uma viagem assim foi ainda pelo Atlético-MG. Para jogar contra o Ituiutaba. São oito horas. Para chegar aqui eu nem sei, entrei no ônibus e apaguei (risos) – brincou o goleiro Bruno.
Para se ter uma ideia do desgaste da viagem entre Rio de Janeiro e Campos, o deslocamento para nenhuma partida prevista para o Brasileirão durará tanto tempo de avião. E a delegação gastou o mesmo tempo para chegar a lugares bem mais distantes, como Montevidéu, no Uruguai, pela Libertadores de 2007 e 2008, e Campos Grande-MS, pela Copa do Brasil deste ano.
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