Os orçamentos apresentados por Flamengo e vasco para a temporada 2018 mostram situações bem distintas. Segundo o colunista Rodrigo Capelo, da revista "Época", enquanto o do Rubro-Negro aparenta ser confiável, pois previu valores até menores do que investiu em 2017, o do favelado da Colina contém otimismos exagerados que podem ocasionar problemas. Na opinião do jornalista, o abismo que se abriu entre Flamengo e vasco financeiramente é o maior da história destes dois clubes. E isso faz muita diferença dentro de campo.
No caso do clube do galinheiro de São Januário, a maior receita é a vinda da televisão (R$ 139 milhões). Nos quesitos patrocínios (R$ 29 milhões) e estádio / sócio-torcedor (R$ 27 milhões), os valores são muito baixos em comparação aos de outras equipes. Além disso, é uma instituição que depende da venda de atletas - a previsão é arrecadar R$ 48 milhões este ano. No total, o Vasco estima ter R$ 275 milhões em receitas. Deste total, R$ 226 milhões seriam para despesas.
- Um orçamento sério não deveria nem considerar estes valores com a venda de jogadores, pois vender jogador é algo difícil de prever. O vasco não só conta com a venda do jogador, como também conta com o mecanismo de solidariedade, aquele em que o clube lucra numa venda futura por ser sido o formador do atleta, como foi o caso do Philippe Coutinho na transferência do Liverpool para o Barcelona. Outros clubes também contam com a negociação de atletas nos seus orçamentos, o que é algo irresponsável. Apenas Flamengo e Palmeiras atualmente trabalham com números muito baixos ou nenhum neste item - explicou Capelo durante participação no programa "Redação SporTV".
O Flamengo, por sua vez, tem R$ 200 milhões a mais em receitas que o favelado da Colina. Além da quantia superior com TV (R$ 219 milhões), os valores com patrocínios (R$ 124 milhões) e os previstos com estádio / sócio-torcedor (R$ 96 milhões) são quatro vezes maior que o do vasco. No total, o Rubro-Negro estima ter R$ 477 milhões em receitas. Deste total, R$ 424 milhões seriam para despesas.
- Se você olhar para os dois orçamentos, você vai ver que o maior problema nem é a televisão. É o estádio, o sócio-torcedor, o patrocínio. Tudo aquilo que o vasco não consegue fazer funcionar por absoluta falta de competência e credibilidade, pela bagunça política e administrativa que é o clube.
Na visão de Capelo, embora a situação financeira seja caótica no vasco, Fluminense e Botafogo por causa dos baixos rendimentos, dívidas enormes e necessidade de vender jogador, o Tricolor vive a pior realidade por estar mal acostumado com os títulos do Brasileirão em 2010 e 2012, além dos ídolos contratados com o auxílio do patrocinador que saiu.
- Os torcedores do Fluminense ainda acham que o clube é o maior do mundo, tem o maior faturamento e deve competir de igual com o Flamengo financeiramente. E a realidade não é essa. O presidente (Pedro) Abad está fazendo o seu plano de austeridade, mas não pode fazer cortes demais para não comprometer o resultado dentro de campo. E ainda tem que lidar com este tipo de torcedor, ao contrário de Botafogo e Vasco, que têm históricos recentes menos vitoriosos.
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