No
primeiro jogo que assistiu in loco antes de assumir o Flamengo,
Reinaldo Rueda exibiu expressão de preocupação enquanto fazia diversas
anotações no caderninho durante a derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG,
na abertura do returno.
É hora de tirar o caderninho da gaveta e fazer novas anotações neste
intervalo entre a derrota para a Ponte Preta, nesta segunda, e o
clássico com o Fluminense, marcado para 12 de outubro, no Maracanã. Se a
defesa subiu de produção, o ataque caiu demais. Confira abaixo:
1) Ataque em queda livre
O Flamengo tem o melhor ataque dos clubes da Série A em 2017. Fez 111
gols. Mas a média caiu drasticamente após a chegada de Reinaldo Rueda.
Em 13 partidas, balançou a rede apenas 14 vezes (1,07 por partida). Nos
53 confrontos anteriores na temporada, marcou 97 vezes (1,83). É preciso
ser justo em relação à defesa. Com o gringo, o Fla levou apenas 6 gols
(0,46 por jogo).
2) Laterais sobem pouco
Rueda, com o objetivo de dar maior liberdade aos pontas, resolveu
prender mais os laterais. A estratégia influenciou diretamente o
rendimento defensivo do Rubro-Negro, mas as boas triangulações que
Pará/Rodinei ou Trauco/Renê faziam pelas alas tornaram-se cada vez mais
escassas.
Na derrota diante da Ponte Preta, Pará tentou ligar algumas vezes
Éverton Ribeiro ou Geuvânio da linha do meio-campo. Renê fez sua melhor
jogada com um lançamento longo, bem longe da linha de fundo. Arão
recebeu na área, mas cabeceou para fora.
3) Centroavante isolado
Guerrero ou Lucas Paquetá, este eleito por Rueda como substituto
imediato do peruano embora não seja da posição, estão muito sozinhos na
frente. Com o espaçamento das linhas, dificilmente a referência do
ataque consegue tabelas para infiltrações dos homens que vêm de trás. O
Flamengo tem atacado com poucos homens, e as jogadas de linha de fundo
têm rareado.
4) Sem variação nas faltas laterais
Com zagueiros altos e a boa participação aérea de Willian Arão, o
Flamengo se deu bem na temporada em muitos escanteios e faltas laterais.
Mas é difícil ver nesse Fla de Rueda uma variação. O time se limita a
levantar bolas na área sem pensar em algo diferente. Contra a Ponte, o
time levantou 20 bolas (quatro em escanteio).
5) Questão Diego
Diego é incontestavelmente uma das lideranças técnicas do Flamengo. Sua
chegada, em julho de 2016, mudou o patamar do clube. Teve lesão no
joelho direito contra o Atlético-PR, na Libertadores, em 12 de abril
deste ano. Voltou quase dois meses depois e caiu.
Mesmo em queda, sempre buscou a bola e tentou comandar o time em campo.
Fez gols no período, mas pecou em jogos com Corinthians (1x1),
Palmeiras (2x2) e Cruzeiro, na decisão da copa do Brasil. Perdeu
pênaltis diante dos últimos dois. O contra a Raposa custou o título.
Preocupa o fato de estar sumindo em muitos jogos. Como Diego admite o
momento ruim, trabalhar ao lado dele e identificar carências técnicas e
psicológicas é fundamental agora.
É bom destacar que o camisa 35 apresentou dores musculares na coxa
esquerda na apresentação à Seleção, nesta terça-feira, e acabou cortado.
O problema, entretanto, não impede que o treinador e comissão
investiguem as causas da brusca queda.
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