Prefeitura do Rio de Janeiro formalizou na manhã desta sexta-feira a
assinatura do Protocolo de Intenção para a Construção do Estádio
Acústico da Gávea. Depois de muitos anos com a Associação de Moradores
do Leblon se colocando contra o uso do local para jogos por conta de
barulho e trânsito, o prefeito Marcelo Crivella mostrou-se favorável a
uma remodelação do terreno do Flamengo, e a intenção é usar a Gávea para
jogos de menor apelo e com capacidade aproximada de 25 mil pessoas - a
ideia inicial era para cerca de 20 mil, mas o número mencionado no
evento foi maior. É bom destacar que é apenas o início do
processo: o Rubro-Negro ainda precisa definir seu projeto de estádio
para posteriormente correr atrás da diversas licenças que necessita para
a construção da arena.
Estiveram presentes no evento na Prefeitura, além de Crivella, o
presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, a subsecretária
municipal de Esportes e Lazer - e ex-presidente do Flamengo -, Patrícia Amorim, e a secretária municipal de desenvolvimento, emprego e inovação, Clarissa Garotinho.
- Temos o mais importante: a boa vontade do prefeito. A vontade do
clube todos sabem que sempre tivemos. Recursos também não serão
problema. O importante é saber que temos aval e compromisso do prefeito
para realizar nosso sonho. Claro que há outras etapas burocráticas,
vamos seguir as regras do jogo.
Bandeira revelou que o Rubro-Negro projeta a construção de um estádio funcional, confortável e de baixo custo.
Destacou também que outras novidades estão anexadas ao projeto do
Flamengo, situação que pode gerar geração de emprego e valorização da
área.
- É perfeitamente possível minimizar o barulho. Será superfuncional,
vai ajudar a recuperar aquela área de trás da Gávea e com acesso por
três estações de metrô. A ideia é ser um estádio com custo barato por
torcedor. Não tem necessidade de ser luxuoso. Tem que ser funcional e
confortável. Há a geração de emprego na construção do estádio e a
valorização da área. Um estádio tem a ele acoplado uma série de
elementos, como loja de materiais esportivos, restaurante, bares
temáticos, e existe também ideia de criação de um centro de convenções
do esporte. Vamos ter um estádio bonito, interessante e funcional - afirmou o presidente.
JOGO DA SOLIDARIEDADE
Dentro do acordo, o Flamengo formalizou também a doação de 70 mil
cestas básicas para viabilizar a reabertura dos restaurantes populares. E
a estreia pelo Brasileiro, contra o Atlético-MG, neste sábado, no
Maracanã, servirá como uma forma de arrecadação. Bandeira demonstrou
bastante empolgação. É necessário destacar que, independentemente do
resultado financeiro do duelo com o Galo, a doação está garantida.
- Tenho certeza que a torcida do Flamengo vai abraçar a causa do Jogo da Solidariedade, como chamou o prefeito, que vai ajudar a abastecer 350 toneladas de alimentos para os restaurantes populares. Estreia no Brasileiro já com cheirinho de hepta. (A assinatura do protocolo de intenção) Gesto de extrema compreensão e correspondendo a um antigo anseio da construção do estádio da Gávea, um nosso grande sonho e que agora vai se tornar real.
O Flamengo pôde praticar preços mais populares contra o Galo, pois
estará isento da taxa de 5% sobre a renda que a Ferj cobra. A Odebrecht,
concessionária do Maracanã, também não cobrará o aluguel do estádio.
A prefeitura ainda completou com detalhes sobre a festa deste fim de semana.
- Amanhã é uma grande festa. Festa começa às 15h30, 30 minutos antes do
jogo. Festa que preparamos com muito carinho. Teremos a presença da
Rainha Xuxa, que vai apresentar o evento. Teremos muitas surpresas, Dudu
Nobre, Neguinho da Beija-Flor, bateria da Mangueira... Muitas crianças envolvidas, será um evento muito especial, com muitos efeitos especiais.
Sobre a Gávea, o prefeito ainda destacou o termo "acústico", lembrou
que o metrô até a Gávea vai facilitar a locomoção de torcedores e usou a
Arena Palmeiras como exemplo.
- É possível fazer um estádio acústico, é bom destacar essa palavra acústica,
na Gávea. Não havia tecnologia nem metrô, então sempre esbarrava no
trânsito. Como vamos colocar 25 mil pessoas num estádio? Como eles vão
chegar e como vão sair? Será uma confusão, pensavam. O Estado levou o
metrô até à Gávea. Vai haver convênio para os jogos. O estádio acústico
do Palmeiras é um modelo que serve de exemplo para nós. É possível fazer
com que as pessoas brinquem, celebrem sem atrapalhar os moradores
vizinhos. Os moradores do Selva de Pedra (conjunto de edifícios vizinhos
ao clube do Flamengo) não deixarão de ver filmes ou novelas. Não serão
incomodados.
Prazo: "Três anos é um chute"
O presidente do Flamengo falou sobre os investimentos, mas não projetou
custos. Sobre o tempo para começar a usar a Gávea, deu um palpite.
- Claro que existem fonte de recursos que o Flamengo melhor do que
ninguém sabe como fazer e buscar. O custo eu não vou chutar, porque isso
depende do projeto, mas não vai fugir aos estádios mais eficientes,
como a Arena da Baixada, que tem um custo por torcedor bastante
interessante.
Vamos ter um estádio bonito, funcional e interessante.
Três anos é um chute que estou dando aqui. Com o projeto pronto, vamos
dizer que quanto tempo vai levar. Patrícia pessoa de confiança do
prefeito e que está nos ajudando muito nesses projetos que envolve o
Flamengo, inclusive no projeto do Morro da Viúva.
Crivella: rubro-negro por um dia
Sorridente, Marcelo Crivella ingressou no auditório da Prefeitura às
10h40 e pediu aplausos a Eduardo Bandeira de Mello, o segundo a subir no
palco onde concederam coletiva. Alvinegro de coração, afirmou que será
flamenguista neste sábado, contra o Atlético-MG.
- Sou botafoguense, todos sabem, embora a Xuxa seja Flamengo, o Dudu
seja Flamengo, o Neguinho seja Flamengo (fala de participantes do evento
que antecederá o jogo)... Eu sou Botafogo e vou estar lá. Então a
torcida do vasco, do Fluminense e do Botafogo... É quase um milagre
(risos). Mas é o Jogo da Solidariedade - brincou, numa frustrada tentativa de pedir que torcedores rivais apoiassem o Flamengo em prol da causa.
Sem ressentimentos?
Embora as eleições presidenciais do Flamengo de 2012 tenham sido
realizadas em clima beligerante, com ataques fortes entre os
correlegionários de Eduardo Bandeira de Mello e os de Patrícia Amorim, o
presidente garantiu não ter qualquer restrição pessoal à subsecretária,
peça importante na viabilização da assinatura do protocolo de intenção.
Questionado sobre a atuação de sua antecessora na presidência do Fla,
fez elogios abrangentes à Prefeitura.
- Nunca houve problema de cunho pessoal meu com a Patrícia. O papel da
Patrícia ajudando o Flamengo mostra que o clube está acima de tudo.
Diria que a Patrícia, assim como toda a equipe da Prefeitura, o Tadeu, o
Isaías, e a equipe da prefeitura tem atuado da melhor maneira possível.
Temos o caso do estádio da Ilha, que é a nossa solução provisória, que a
gente tem tido muita colaboração por parte da Prefeitura. Integração
total com a Prefeitura.
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