Marcelo Cirino foi confirmado como jogador do Flamengo nos últimos
dias de 2014. A transação obedeceu exatamente a data limite para a
mudança da regra na Fifa de investidores participarem de negociações de
atletas - à época, o grupo Doyen comprou Cirino e o repassou ao
Flamengo. Mas, dois anos depois, a solução da parceria para os cariocas
vira uma espécie de bomba-relógio para o Rubro-Negro.
Em bom
português, a situação é a seguinte: o Flamengo tem contrato de
empréstimo do jogador, junto ao Atlético-PR, até 31 de dezembro de 2017.
Se até o final do ano não vender Marcelo Cirino, os cariocas terão que
pagar à Doyen Sports 3,5 milhões de euros, acrescidos de juros de 10% ao
ano - o que vai representar cerca de R$ 20 milhões saindo da Gávea. O
status de revelação paranaense ao declínio na Gávea torna a expectativa
para qualquer negociação pelo jogador cada dia menor.
Cirino
terminou a temporada de 2016 em baixa, jogando pouco e, nos bastidores,
já reconhece que é o momento de deixar o Flamengo. A vontade do clube é
a mesma. Mas há a barreira da cláusula de indenização à Doyen que
atrapalha os clubes interessados. Santos e Internacional já mostraram
interesse, e o diretor de futebol do Flamengo abriu o jogo sobre o
desejo das partes de conseguirem negócio favorável para os dois lados.
- No que depender do
Flamengo, e isso já foi dito, existirá muita boa vontade em aproximá-lo
do Inter. Não por não existir interesse nele, mas por respeitar o
Internacional, e o atleta também demonstrar interesse. Como já foi dito,
tem muito interesse do atleta em ter uma sequência maior - afirmou
Rodrigo Caetano, em entrevista à Rádio Gaúcha na primeira semana de
janeiro.
Hoje, o Flamengo trabalha com a ideia de minimizar o
prejuízo no final do acordo com a Doyen. O agente de Cirino, Pablo
Miranda, conversou com a diretoria do Flamengo na semana passada, mas
ainda não há solução em vista. Uma das possibilidades é negociá-lo por
empréstimo com possibilidade de divisão do impacto financeiro da dívida
com a Doyen.
- Como são muitas partes e muitos interesses
específicos, não vejo uma solução a curto prazo. Se continuar do jeito
que está, ele cumpre o contrato com o Flamengo, que é válido até o final
do ano - disse o empresário de Marcelo Cirino.
No Flamengo, a
diretoria conversa com os investidores para tentar rever o acordo, o
que não é simples. Com boa relação com a Doyen, o Fla avalia propor
outro negócio futuro que poderia evitar o ressarcimento aos investidores
no fim deste ano. O futuro de Marcelo Cirino ainda é uma incógnita, mas
não parece que vai ser na Gávea na temporada 2017.
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