Apesar de o público ter sido apenas razoável no ginásio do
Tijuca, dois personagens do esporte chamaram a atenção dos rubro-negros. Se
Mancuello, novo reforço do time de Muricy Ramalho, tirava uma foto atrás da
outra, Roony Turiaf, ex-pivô de Los Angeles Lakers, Golden State Warriors, New
York Knicks, entre outras equipes da NBA, a liga americana de basquete, era assediado por
quem realmente conhece do assunto. Amigo de JP Batista – os dois estudaram
juntos na Universidade de Gonzaga, nos EUA -, o francês de 2,08m vibrava a cada cesta do Flamengo,
mas sabia que a coisa não estava das melhores. Se desta vez a atuação
rubro-negra não encheu os olhos dos ilustres torcedores, pelo menos serviu para
ampliar a série invicta dos donos da casa. Num jogo fraco tecnicamente, o atual
tricampeão venceu por 75 a 65 (33 a 33), chegou à 10ª vitória consecutiva e
manteve a liderança isolada do NBB 8.
O americano Meyinsse teve boa atuação na partida (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
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Era um jogo que nós sabíamos que seria difícil até o final e mesmo
tentando 20 pontos a menos que o habitual nós tivemos a mesma eficiência
e mostramos a força do nosso grupo. A oscilação no terceiro quarto é
uma coisa normal num jogo desse nível, mas conseguimos recuperar rápido,
abrimos uma boa diferença e conseguimos uma vitória que nos mantém na
liderança - afirmou o técnico José Neto.
Marquinhos foi o cestinha, comandando o Flamengo, com 17 pontos, pegando
ainda oito rebotes. Rafa Luz colaborou com 10 pontos, cinco rebotes e
quatro assistências. Dawkins fez 15 pontos e liderou o Paulistano na
pontuação, mas sem conseguir levar seu time a mais uma vitória.
O jogo
O jogo começou
arrastado. Mas não só por culpa das duas equipes. É verdade que Flamengo (22.2%)
e Paulistano (29.5%) tiveram um aproveitamento horroroso nos arremessos de
quadra, mas o cronômetro dos 24 segundos do ginásio do Tijuca também não ajudou
o bom andamento da partida. Com problemas técnicos, o equipamento parou de
funcionar e fez a arbitragem interromper o jogo três vezes. No entanto, nada disso justifica
os donos da casa terem demorado quatro minutos para sair do zero. A derrota
parcial por 13 a 8 só não foi mais desastrosa, porque o time paulista também abusou
dos erros.
Mancuello prestigiou o jogo do Flamengo no TIjuca Tênis Clube (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Como de costume, José Neto começou a mexer suas peças ainda
no fim do primeiro quarto. Com a bola em jogo no segundo, apenas Marquinhos, dos
titulares, permaneceu em quadra. Gustavinho fez o mesmo, só que em menor
proporção. As substituições não alteraram tanto
o panorama, mas as bolas de três ao menos começaram a cair. Primeiro
do lado do Flamengo, com Mineiro e Marcelinho, depois do Paulistano, com Picos
e Jhonatan. O jogo melhorou, ganhou emoção, e a houve uma alternância liderança. No fim, tudo igual: 33 a 33.
O Flamengo voltou diferente no segundo tempo e
muito melhor. Com Marcelinho e Rafael Mineiro entre os titulares, a equipe
entrou mais ligada e abriu quatro pontos. Valtinho diminui, Meyinsse ampliou novamente,
mas Dawkins deixou tudo igual novamente. O jogo de gato e rato parou por ai. Dispostos
a aumentar a série vitoriosa, os donos da casa apertaram a defesa, fizerem sete
pontos seguidos e abriram a maior vantagem do jogo. Na mesma hora Gustavinho
parou o jogo. O pedido de tempo até quebrou o ritmo do time carioca, e a
diferença diminuiu após uma cesta de três de Gruber. Mas a reação paulista
ficou nisso. Os rubro-negros continuavam melhores, chegaram a abrir 11 de
frente, mas entraram no último período vencendo por nove.
Rafa Luz teve atuação decisiva no último quarto (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Quando parecia que a coisa ia engrenar de vez, o time
paulista entrou com tudo no segundo quarto, fez 6 a 0 e diminuiu o prejuízo
para apenas três pontos. Neto parou o
jogo, segurou a reação do Paulistano, mas o time paulista dava toda pinta de que
viraria o jogo. Mas com um elenco forte como o técnico José Neto tem nas mãos,
uma hora a situação muda. E foi exatamente isso que aconteceu, o time carioca
fez oito pontos seguidos, abriu 11 de frente e deixou a vitória bem
encaminhada. Gustavinho parou o jogo, mas era tarde para calar o ginásio do
Tijuca. Com um barulho ensurdecedor, o Flamengo resistiu e venceu mais uma.
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