O balanço financeiro de 2014 da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) mostra um aumento de receitas de R$ 16,5 milhões para R$ 25,4 milhões. A maior fatia desse crescimento é atribuída à publicidade - o Carioca do ano passado teve patrocínio de uma marca de bebidas. No entanto, o documento aponta um superávit menor em relação a 2013, caindo de R$ 2.006.895,38 para R$ 1.006.478,12.
O item "créditos" revela o saldo das contas correntes dos clubes, que passou de R$ 6.060.110,94 para R$ 7.199.314,40. Mas não há descrição de quem deve e quanto deve. Para se ter ideia do peso desse "crédito", um clube como o Bonsucesso teve receita bruta anual de R$ 761.502,06 em 2013, de acordo com o seu balanço. Ou seja, o clube arrecadou em um ano 10,5% do valor que a Ferj tem de "crédito" com seus filiados - sem levar em conta que o Bonsucesso fechou aquele ano com déficit de R$ 582 mil e despesas de R$ 1,34 milhões.
Se houve aumento nas receitas e um
superávit menor, as despesas também cresceram. As despesas financeiras
passaram de R$ 146.913,92 em 2013 para R$ 967.164,23 em 2014. As
"despesas gerais" foram de R$ 3,9 milhões para R$ 7,3 milhões. Há também
um salto de R$ 384 mil para R$ 5,4 milhões no item "despesas com
indenizações judiciais".
Outros itens são curiosos, como as
"doações", em redondos R$ 760.000,00 em 2013, e que caíram para R$
716.701,60 no último exercício. No fim do documento, consta ainda o
parecer do Conselho Fiscal da entidade, Leonardo Ribeiro, também
conhecido por Capitão Léo, que já exerceu o mesmo cargo no Flamengo.
O
Flamengo questionou diversos pontos da demonstração financeira em nota
oficial exibida em seu site, incluindo empréstimos feitos pela entidade,
sem referência de quem recebeu o dinheiro. O Fluminense também
concordou com os questionamentos, levados à Assembleia Geral nesta
quinta-feira, na sessão que aprovou o balanço - com voto contrário da
dupla. Os dois clubes alegam não ter acesso aos documentos e indagam
sobre possível favorecimento de determinadas instituições.
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