sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Luxa fala em investimento consciente, mas afirma: "Craque é o mais barato"


O ano de 2014 já terminou para o Flamengo. Falta apenas cumprir a tabela do Campeonato Brasileiro, disputando mais três jogos antes das férias. No entanto, o planejamento para 2015 já iniciou há algum tempo e foi acelerado depois de o time cair na Copa do Brasil e se livrar da zona da confusão. Uma reformulação se faz necessária, com jogadores em fim de contrato, outros que voltam de empréstimos e, principalmente, a busca de um nome para assumir o papel de ídolo.

Uma das preocupações da diretoria ao se discutir a contratação de um grande nome é o alto valor do mercado. Com participação ativa na discussão sobre reforços para 2015 e preocupado em disputar títulos importantes em 2015, o técnico Vanderlei Luxemburgo vê de uma forma diferente essa situação.

- Craque é o mais barato. Ele traz campeonato, atrai novos torcedores e enche o estádio. Na época do Zico, a gente dizia: "vamos correr que ele resolve". Caro é quem não dá resposta. Hoje, o problema é que qualquer jogador é craque. Pode ter um projeto. Aquele time do Palmeiras de 1993, quando começou, ninguém conhecia Roberto Carlos e Edílson. Tem que ver no mercado o potencial de crescimento e se aí tornam diferentes. É buscar para dar o tiro certinho, ver quantos jogos faz por ano, se contagia os colegas, olhar e dizer que pode ser - comentou Luxemburgo.

Nessa busca intensa, o treinador mantém seu apoio ao trabalho realizado pela atual diretoria do Flamengo. Para ele, é preciso manter essa responsabilidade, com o departamento de futebol dentro do orçamento, mas sem perder a capacidade de fazer grandes contratações mesmo sem ter recursos. Para isso, lembra a participação dos investidores.

- Não se monta um grande time sem investidores. Isso existe há tempos no futebol. Tem que olhar o mercador sul-americano, ver os brasileiros que estão voltando do futebol internacional. A gente tem que ter discernimento de análise. Não podemos ser irresponsáveis pela necessidade de construir um time. É criar um sem comprometer o orçamento. É questão de inteligência. Modéstia à parte, já faço isso há muito tempo. Nas gestões em que participei, ganhamos campeonatos e auferimos lucros com jogadores de mercado para serem vendidos depois - disse.

Luxemburgo vem conversando diariamente com os dirigentes para determinar nomes capazes de mudar o patamar do Flamengo em 2015. Para ele, esse jogador de mais destaque precisa criar uma identificação para suprir essa ausência de ídolo que o clube vive.

- A gente não pode chegar em um lugar, e o Luxemburgo ser o carro chefe, quem mais tira foto. Tenho minha identificação com o Flamengo e prestígio no futebol, mas precisamos daquele jogador que sai primeiro no saguão do aeroporto para levar a torcida toda com ele e o restante poder sair sem problema. Temos que descobrir esse jogador. O Flamengo precisa desse ídolo. Pode ser que não contrata e surja um. Há alguns meses, queriam trocar o Gabriel pelo Feijão. Pergunta hoje para o torcedor se ele quer que o Gabriel vá embora. Pela jeito de jogar, insinuante, moleque, pode se tornar um ídolo - comentou o treinador.


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