O confronto em si contra a Argentina já seria o bastante para que os
brasileiros torcessem para a Suíça nesta terça-feira, pelas oitavas de
final da Copa do Mundo. Porém, para pelo menos quatro deles, há um
motivo ainda mais especial: foi um mês inteiro de convivência - para
alguns até um pouco mais - com a delegação suíça. Seja jogadores ou
comissão técnica, o tempo junto com os helvéticos fará com que Stéphano,
Edílson, Sílvia e Tânia torçam ainda mais por uma classificação
histórica para as quartas de final. Eles são os brasileiros que integram
o staff da Suíça na Copa do Mundo
Ao lado do chefe de segurança suíço, da esquerda para a direita: Sílvia, Stéphano, Tânia e Edílson (Foto: Divulgação)
Com
experiência de ter trabalhado como analista tático do Flamengo, com
Vanderlei Luxemburgo, Stéphano Loyo trouxe o conhecimento do futebol
para sua função na Suíça. É ele quem coordena toda a logística da
delegação, desde o transporte até pequenas compras para os jogadores.
Tudo passa por ele, que foi indicado por um amigo para Associação Suíça
de Futebol ainda em 2013.
-
Todas as equipes da Copa tem um coordenador que viaja junto com a
seleção. Eu fui chamado no ano passado, e tive que pedir licença do
Flamengo. Eu tenho dupla nacionalidade, nasci no Brasil, mas tenho
passaporte alemão, falo alemão. Morei 12 anos na Alemanha, meus pais são
alemães. E facilitou também o fato que já fui algumas vezes para a
Suíça e entendo bem o alemão-suíço, que não é a mesma coisa. Para
explicar o trabalho, por exemplo: para vir para São Paulo, foram cinco
toneladas de
equipamentos que vieram de avião. Então, você tem que consultar a
companhia aérea, saber como é o procedimento, se é possível. É
importante ter o conhecimento da logística, mas também do futebol, saber
como funciona, que os jogadores são "as estrelas", eles têm a
preferência. Para mim foi fácil, tinha essa experiência - disse.
Por
já ter trabalhado no Flamengo, próximo a Vanderlei Luxemburgo, Stéphano
confessa que acabou tendo seu trabalho facilitado, principalmente no
trato com os jogadores. Com intimidade junto aos principais nomes do
grupo, ele consegue fazer com que os suíços se sintam à vontade para
perguntar e descobrir mais sobre o Brasil.
- Os jogadores têm
muita curiosidade, querem conhecer o país. Saber o que tem na cidade,
qual é a comida típica. É importante passar um pouco da cultura para
eles, também, e por isso é importante conhecer muito do nosso país. Por
exemplo, tapioca, pão de queijo, festa de São João, pé de moleque...
querem saber de onde é, se é tradicional. Eles também perguntam sobre o
Campeonato Brasileiro, quem foi o último campeão, como está agora, se os
salários são altos - explicou Stéphano.
Stéphano posiciona câmera em treino do Flamengo (Foto: Divulgação)
Além
dele, a equipe de segurança brasileira é parte essencial do staff.
Edílson é quem faz a coordenação, entrando em contato com os órgãos
locais, e procurando sempre garantir que os treinamentos só sejam
acessados por pessoas autorizadas, por exemplo. Na ajuda para manter a
ordem e proteger a delegação estão as policias federais, Tânia e Silvia.
Todos sempre em contato com o suíço Dominique, chefe da segurança.
As
mulheres do grupo ajudam também a manter um clima amistoso com os
jogadores. A amizade feita com os suíços, inclusive, gerou bastante
tristeza após o corte do zagueiro Steve Von Bergen, um dos mais queridos
pelos brasileiros. O goleiro Benaglio e o meia Gelson Fernandes, até
por falarem português, são os mais próximos do grupo. A fita de Senhor do Bonfim recebida por Benaglio, inclusive, foi um presente da parte brasileira da delegação.
Nesta
terça-feira, a Suíça terá o apoio não só de seu staff tupiniquim, mas
também de boa parte dos brasileiros que irão a Arena Corinthians, na
partida contra a Argentina, às 13h (de Brasília) pelas oitavas de final
da Copa do Mundo.
Em treino aberto da Suíça, Silvia ajuda no comando policial (Foto: Thiago Quintella)
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