Ao reclamar da dificuldade que o Flamengo encontra para contratar
reforços, Vanderlei Luxemburgo tinha um alvo com nome e sobrenome:
Michel Levy. Mesmo sem citar diretamente o vice de finanças, o treinador
disparou contra o departamento financeiro. Em entrevista à edição de
quinta-feira do jornal “O Globo”, disse que o elenco atual não está
pronto para a próxima temporada e vê o clube “engessado” na tomada das
decisões.
A crítica é mais uma troca de farpa pública entre eles, uma marca da temporada rubro-negra. Na teoria, um deveria apontar os reforços que interessam, enquanto o outro estabeleceria até quanto e como o clube poderia pagar. Não é o que ocorre na prática. Luxa não abre mão de ir além do trabalho no campo e ganhou poderes de manager no clube desde a chegada, há pouco mais de um ano. Levy, por sua vez, toma a dianteira nas negociações e faz as vezes de diretor de futebol.
Os atritos são constantes. O último deles ocorreu há alguns dias, durante uma reunião da cúpula do futebol, e deflagrou a mais grave crise entre eles. Vanderlei decidiu que o Flamengo deveria abandonar as tratativas com o Al Hilal por Thiago Neves e aplicar o recurso na contratação de Wesley, de 24 anos, do Werder Bremen. O ex-santista - que é versátil e já jogou de volante e lateral - chegou à Alemanha na temporada passada e, segundo o treinador, custaria o mesmo preço de Thiago: cerca de R$ 16 milhões.
Michel Levy discordou do técnico e o clima ficou tenso. O vice de finanças não acatou o desejo do treinador e pediu ao empresário de Thiago, Léo Rabello, que negocie com o clube da Arábia Saudita até que as chances se esgotem.
Vanderlei também não gosta da forma direta com que o vice de finanças fala sobre os negócios do departamento de futebol. Segundo ele, prejudica o andamento das tentativas. Enquanto o treinador e o diretor de futebol Luiz Augusto Veloso têm a frase “contratação é assunto interno” como discurso padrão, Levy costuma dar entrevistas sobre o tema quase diariamente.
O treinador não é o primeiro a se incomodar com a vice-presidência de finanças. No ano passado, quando deixou o cargo de diretor-executivo do Flamengo, Zico falou em “falta de sintonia” com Michel Levy. Um dos primeiros problemas aconteceu quando Zico queria esmiuçar o orçamento para contratações, e o vice de finanças estava na África do Sul assistindo à Copa do Mundo. O episódio criou um desgaste que se acentuou com a intervenção de Levy em algumas contratações - a do volante Gilberto Silva, por exemplo.
Levy resolve caso Felipe
Por conta do bom relacionamento com Bruno Paiva, um dos empresários do goleiro Felipe, Luxemburgo participou diretamente da negociação com o jogador no fim do ano passado. Foi o técnico quem bancou a contratação do reforço, ainda que a presidente Patricia Amorim relutasse por conta do perfil polêmico de Felipe.
Agora, na hora de renovar, houve dificuldade. Levy sempre deixou o negócio por conta de Vanderlei.
- Esta negociação está com o treinador. Nunca vi nenhum dos empresários do Felipe, nem sei quanto temos que pagar - disse, na terça-feira.
Nesta quinta, no entanto, a empresa que agencia a carreira do goleiro divulgou nota oficial em que cita a intervenção do vice de finanças nas conversas como fundamental para o acerto. O Flamengo adquiriu 100% dos direitos econômicos do camisa 1, que ficará no clube por mais quatro temporadas.
Cobrança pública
Em maio, mesmo que em tom de brincadeira, Vanderlei cobrou publicamente da diretoria o pagamento da premiação da conquista do Campeonato Carioca. Durante o discurso da entrega da taça, o treinador lembrou, sorrindo, que o clube ainda não havia quitado o valor prometido ao grupo pelo título. Levy estava no palco, quase ao lado de Luxa.
Coincidência ou não, depois do evento que premiou os destaques da competição, quando o salão da casa de espetáculos já estava praticamente vazio, Luxemburgo e Michel Levy tiveram uma conversa longa, de cerca de 15 minutos. E o clima não parecia ser dos mais tranquilos.
Luxa participa diretamente da definição dos prêmios e já havia feito a cobrança durante uma de suas entrevistas coletivas no Ninho do Urubu.
Levy também participa da negociação com a Traffic para encerrar a crise entre o clube e a empresa de marketing esportivo. As partes tentam chegar a um acordo para que Ronaldinho Gaúcho volte a receber o salário normalmente. A maior parte dos rendimentos do jogador não cai na conta há quatro meses: R$ 3 milhões.
A crítica é mais uma troca de farpa pública entre eles, uma marca da temporada rubro-negra. Na teoria, um deveria apontar os reforços que interessam, enquanto o outro estabeleceria até quanto e como o clube poderia pagar. Não é o que ocorre na prática. Luxa não abre mão de ir além do trabalho no campo e ganhou poderes de manager no clube desde a chegada, há pouco mais de um ano. Levy, por sua vez, toma a dianteira nas negociações e faz as vezes de diretor de futebol.
Os atritos são constantes. O último deles ocorreu há alguns dias, durante uma reunião da cúpula do futebol, e deflagrou a mais grave crise entre eles. Vanderlei decidiu que o Flamengo deveria abandonar as tratativas com o Al Hilal por Thiago Neves e aplicar o recurso na contratação de Wesley, de 24 anos, do Werder Bremen. O ex-santista - que é versátil e já jogou de volante e lateral - chegou à Alemanha na temporada passada e, segundo o treinador, custaria o mesmo preço de Thiago: cerca de R$ 16 milhões.
Michel Levy discordou do técnico e o clima ficou tenso. O vice de finanças não acatou o desejo do treinador e pediu ao empresário de Thiago, Léo Rabello, que negocie com o clube da Arábia Saudita até que as chances se esgotem.
Vanderlei também não gosta da forma direta com que o vice de finanças fala sobre os negócios do departamento de futebol. Segundo ele, prejudica o andamento das tentativas. Enquanto o treinador e o diretor de futebol Luiz Augusto Veloso têm a frase “contratação é assunto interno” como discurso padrão, Levy costuma dar entrevistas sobre o tema quase diariamente.
O treinador não é o primeiro a se incomodar com a vice-presidência de finanças. No ano passado, quando deixou o cargo de diretor-executivo do Flamengo, Zico falou em “falta de sintonia” com Michel Levy. Um dos primeiros problemas aconteceu quando Zico queria esmiuçar o orçamento para contratações, e o vice de finanças estava na África do Sul assistindo à Copa do Mundo. O episódio criou um desgaste que se acentuou com a intervenção de Levy em algumas contratações - a do volante Gilberto Silva, por exemplo.
Levy resolve caso Felipe
Por conta do bom relacionamento com Bruno Paiva, um dos empresários do goleiro Felipe, Luxemburgo participou diretamente da negociação com o jogador no fim do ano passado. Foi o técnico quem bancou a contratação do reforço, ainda que a presidente Patricia Amorim relutasse por conta do perfil polêmico de Felipe.
Agora, na hora de renovar, houve dificuldade. Levy sempre deixou o negócio por conta de Vanderlei.
- Esta negociação está com o treinador. Nunca vi nenhum dos empresários do Felipe, nem sei quanto temos que pagar - disse, na terça-feira.
Nesta quinta, no entanto, a empresa que agencia a carreira do goleiro divulgou nota oficial em que cita a intervenção do vice de finanças nas conversas como fundamental para o acerto. O Flamengo adquiriu 100% dos direitos econômicos do camisa 1, que ficará no clube por mais quatro temporadas.
Michel Levy (primeiro à esquerda) tem atritos com Luxa (Foto: Alexandre Vidal-Leandra Benjamin/Fla Imagem)
Em maio, mesmo que em tom de brincadeira, Vanderlei cobrou publicamente da diretoria o pagamento da premiação da conquista do Campeonato Carioca. Durante o discurso da entrega da taça, o treinador lembrou, sorrindo, que o clube ainda não havia quitado o valor prometido ao grupo pelo título. Levy estava no palco, quase ao lado de Luxa.
Coincidência ou não, depois do evento que premiou os destaques da competição, quando o salão da casa de espetáculos já estava praticamente vazio, Luxemburgo e Michel Levy tiveram uma conversa longa, de cerca de 15 minutos. E o clima não parecia ser dos mais tranquilos.
Luxa participa diretamente da definição dos prêmios e já havia feito a cobrança durante uma de suas entrevistas coletivas no Ninho do Urubu.
Levy também participa da negociação com a Traffic para encerrar a crise entre o clube e a empresa de marketing esportivo. As partes tentam chegar a um acordo para que Ronaldinho Gaúcho volte a receber o salário normalmente. A maior parte dos rendimentos do jogador não cai na conta há quatro meses: R$ 3 milhões.
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