terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mengão celebra 30 anos da goleada de 6 a 0 sobre Bota



Flamengo x Botafogo - Em 8 de novembro de 1981, Zico e o timaço que seria campeão mundial devolveram a goleada sofrida nove anos antes (Foto: Sebastião Marinho/Agência O Globo)   
Zico e o timaço que seria campeão mundial devolveram a goleada sofrida nove anos antes (Foto: Sebastião Marinho/Agência O Globo)

Uma das conquistas mais marcantes da gloriosa história do Clube de Regatas do Flamengo faz aniversário hoje. São trinta anos de uma vitória que, se não valeu ao Mais Querido um troféu, foi uma das mais comemoradas, até hoje, pela nação rubro-negra: os 6 a 0 sobre o Botafogo.

Até o dia 8 de novembro de 1981, foram nove anos em que os rubro-negros, torcida e jogadores, tiveram de aturar provocações por conta de um episódio humilhante ocorrido em 1972: a goleada, também por 6 a 0, imposta pelos rivais alvinegros na data oficial do aniversário de fundação do Flamengo, 15 de novembro, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro.

Naquele dia, em 1972, o Furacão da Copa de 1970, Jairzinho, comandou um brilhante Botafogo na vitória que deixou, além de profundas marcas na alma rubro-negra, a sensação de um feito inigualável, que garantiria aos alvinegros o direito à superioridade eterna sobre os rivais.

Diante de um público de 46.279 torcedores, o Furacão da Copa marcou três vezes, uma delas de calcanhar; Fischer fez dois e Ferreti marcou uma vez. A patir dali, uma faixa, simplória na forma, mas extremamente significativa e pesada no conteúdo, passou a ser vista por engasgados rubro-negros no meio da torcida rival. Seus dizeres, direto ao assunto, não permitiam ao outro lado o almejado esquecimento: 6 a 0. Talvez, sem imaginar, os responsáveis pela amarga recordação tenham sido, também, culpados pela redenção.

- Aquilo era muito chato. Em todo jogo contra o Botafogo, olhávamos para a arquibancada, em frente à saída do túnel, e lá estava a faixa lembrando os 6 a 0. Queríamos muito acabar com aquilo - lembrou Zico que, no jogo de 1972, já era jogador do Flamengo, mas fora preterido pelo técnico Zagallo e assistiu a tudo da arquibancada.

No ano de 1981, o mais vitorioso do clube, o Flamengo seria coroado campeão do mundo após conquistar a Copa Libertadores da América e o Carioca. Contudo, os rubro-negros não tinham, até o início de novembro, vencido o Alvinegro em quatro partidas disputadas. Ainda assim, naquele oito de novembro, na terceira vez em que os rivais se enfrentavam pelo certame local, a torcida compareceu num total de 69.051 espectadores que, ao ocuparem as arquibancadas do, então, maior estádio do mundo, não imaginavam o desfecho do que seria muito mais que uma vitória em um jogo de futebol.

Com a bola rolando, aos sete minutos de jogo, Nunes escorou, de pé esquerdo, cruzamento da direita para abrir o placar. Aos 27, Zico tentou duas vezes e, na segunda, marcou em arremate de canhota que ainda bateu na trave esquerda do goleiro alvinegro, Paulo Sérgio, antes de entrar. O terceiro saiu do pé direito de Lico, em preciso arremate da entrada da área. Ainda na primeira etapa, Adílio subiu mais que a zaga alvinegra e marcou, de cabeça, o quarto, mandando boa parte dos torcedores botafoguenses de volta para casa. Os que ficaram devem ter se arrependido, pois, aos 30, o Galinho de Quintino marcou em cobrança de pênalti sofrido por Adílio..

Com o quinto gol, foi a vez de a torcida rubro-negra lembrar, em coro, aqueles 6 a 0. Clamavam pela redenção que, por obra do destino, caberia a uma das maiores equipes que o Flamengo já teve. Quando, aos 42 da etapa final, Adílio cruzou da direita, Zico escorou e viu-se a camisa 6 rubro-negra disparar em direção à bola, muitos torcedores comemoraram antes mesmo de Andrade soltar a bomba, de bate-pronto, que estufou as redes alvinegras e fez o Maracanã explodir de alegria. Ao camisa 6, coube a glória do sexto gol. Gol que calou as gozações alvinegras e apagou das arquibancadas do estádio a lembrança de um terrível aniversário flamenguista.

- Quando o Andrade marcou o sexto gol, saímos correndo, pulando, falando todos os palavrões que se possa imaginar. Agora acabou, acabou tudo, a gente gritava, pensando naquela faixinha. Ô faixinha danada! Tu nuca mais vai aparecer aí! Ali, nós estávamos como torcedores mesmo. Tanto que não quisemos fazer mais. Agora, vamos fechar aqui, retranca e esperar acabar o jogo. Seis a zero, na mesma moeda - recordou recentemente Zico, ainda vibrando com a forra que ajudou, como um torcedor dentro do campo, seu Flamengo a conquistar.



Nenhum comentário:

Postar um comentário