quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Vice do Flamengo admite decepção com Cadu e acha difícil trazer craque em 14


O vice de marketing do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, respondeu a um conjunto de perguntas de torcedores reunidas pelo rubro-negro Sandro Rilho no Facebook e publicadas no blog "Ser Flamengo". Entre os principais temas, Bap admitiu estar decepcionado com Carlos Eduardo, embora ainda acredite numa reviravolta do atleta, tratou a questão do estádio próprio como algo distante, negou que o clube esteja sendo elitizado e esfriou as expectativas da torcida por um craque em 2014.

Perguntado se não valeria mais tentar um craque de repercussão internacional, um camisa 10 clássico, do que contratar jogadores oriundos do interior paulista ou Carlos Eduardo, Bap fez mea-culpa, reconhecendo a contribuição ineficaz de Cadu até então, porém lembrou ter conversado com Kaká.

- A maioria destes jogadores a que você se refere foram destaques em seus respectivos clubes, e contratados com valores muito abaixo dos que se imaginam. Todos eles, exceção feita ao Carlos Eduardo, não custam mais que R$ 120.000/mês. Então, com esse dinheiro não se paga nem meio Elias. Ou seja, se um deles vingar, está tudo pago. Foi assim que o Corinthians "descobriu" o Ralf, o Paulinho, o Elias. Agora, há que se ter sorte. A camisa pesa muito para alguns, o momento é difícil. Então o cara novo entra com a pressão de arrebentar e, infelizmente, não acontece com a maioria, mas vai dar certo. É uma questão de tempo. Em relação a um "clássico camisa 10": onde está esse cara hoje no Brasil? Eu sempre digo: me passem os nomes e onde estão. Temos dinheiro? Os poucos que estão por aqui ganham fortunas e seus passes são caríssimos. Tentamos o Kaká, que nem é um "clássico 10" e não funcionou, infelizmente. Decidimos pelo Carlos Eduardo. Era uma aposta. Brigamos contra Inter, Santos e Fluminense. Ganhamos ali, por milímetros. Ele está conosco há oito meses. O Forlan no Inter demorou um ano para se provar. Pena que o Carlos Eduardo não tenha atingido o ponto que se esperava dele, mas quem sabe? - afirmou.

Luiz Eduardo Baptista BAP Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com) 
Luiz Eduardo Baptista crê que o Flamengo pode ir bem em 2014 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
 
A possibilidade de contar com um craque na próxima temporada, aliás, é remota, segundo o vice de marketing. Para ele, os nomes são escassos. Em contrapartida, mirando-se no Corinthians campeão do mundo em 2012, crê que astros não sejam necessários para a formação de um time competitivo.

- Um grande nome: quem? Me diga. Realmente, difícil. Seria ótimo? Claro. Seria fundamental? Não. Veja o time do Corinthians campeão do mundo. Apenas o Paulinho na Seleção. E olha que, apesar de ótimo jogador, ele não é esse craque, certo? Portanto, a escolha dos jogadores certos, com o DNA rubro negro, com vontade de vencer, é que vai ser determinante. E é isto que iremos priorizar. Agora, se aparecer "outro Elias" na área, é bola na rede.

A construção de um estádio próprio foi colocado momentaneamente em segundo plano por Bap, que deixa isso para o futuro. Para ele, prioridade é o futebol dar certo, algo que vê automaticamente ligado ao sucesso do projeto sócio-torcedor. Vencida esta etapa, aí sim ele crê ser possível pensar numa arena. Sobre o sócio-torcedor, aliás, ele disse não ser viável a popularização das tarifas. O plano mais econômico atualmente cobra R$39,90 mensais. Um fã propôs a redução para R$ 10, algo que o vice tratou como algo muito complicado.

- Tudo na vida depende do momento, não é? Hoje, o Flamengo mais do que nunca precisa muito de sua torcida, esteja ela onde estiver. Os preços estão mais caros que os de outros times, mas este é o "preço" que todos estamos pagando por termos começado dez anos depois do Inter, cinco anos depois do Corinthians. É duro, mas é a nossa realidade. Anos e anos de incompetência e letargia, agora nos obrigam a diversos sacrifícios. Temos que fazer cinco anos em um, no mínimo. E faremos. Ainda assim, somos o plano que mais cresce desde o lançamento (abril de 2013), estamos com 38 mil sócios-torcedores, sendo que 50% deles de fora do Rio, o que só confirma o que todos sabemos: somos a maior torcida em pelo menos 19 estados do Brasil! Teremos novidades em breve, de forma a melhorarmos o plano, expandirmos a possibilidade de acesso para uma gama maior de torcedores, com mais benefícios. Agora, seria mentiroso de minha parte dizer que vejo a possibilidade de criarmos no curto prazo uma ponta de preços a R$ 10,00, ainda que eu acredite que, com o crescimento do plano e sua maturidade, isto seja possível, mas vai levar tempo, ainda que os preços tendam a ficarem mais acessíveis.

Questionado se o Flamengo e outros clubes estão sendo elitizados, prática da qual a atual diretoria é acusada por seus opositores, Bap negou veementemente.

- Olha não se deixe iludir por essas bobagens que a gente lê toda hora na imprensa. Essa história de "elitização" é uma p... burrice, para não dizer sacanagem. Hoje - diferentemente de dez anos atrás, milhões de pessoas podem assistir jogos do Flamengo na TV aberta. De graça. No Rio de Janeiro, de cada quatro pessoas que vão ao estádio, uma não paga nada, duas pagam meia. Jornalistas não pagam nada, nunca. Hoje, os jogadores ganham de 30 a 40 vezes mais do que na época do Zico. Deixam o país e o clube ao menor sinal de dinheiro da Sibéria. Hoje, a lei protege primeiro: os jogadores - joguem eles bem ou não, dediquem-se, ou não. Honrem o Manto Sagrado ou não; segundo: os "agentes" que ganham fortunas dos clubes apenas para "negociar". E os clubes estão se elitizando? Onde, meu Deus? A verdade é que os clubes de futebol em geral estão "sucateados" por estas questões acima, mais uma pitada de má-fé e incompetência. É muito mais fácil falar (e escrever) do que fazer. O mundo está repleto de "professores de Deus", sabem tudo, de tudo entendem. Aqui no Flamengo de hoje eu tenho muito orgulho de dizer que "não temos professores de Deus", mas temos fora de campo um time de guerreiros "fazedores". E que isto vai se refletir dentro de qualquer quadra/campo/piscina muito em breve, porque isso aqui é Flamengo.

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