terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Luta pela grandeza no grupo do Flamengo: sonhada, perdida, jamais encontrada



Ronaldinho comemora gol do Flamengo sobre o Real Potosi (Foto: Press 21/Tony Dias)
É avaliando sua própria grandeza que os adversários do Flamengo entram no Grupo 2 da Libertadores. Cada qual tem sua realidade. A do Emelec é de quase sempre disputar uma competição na qual quase sempre apanha. A do Lanús é de encontrar uma força que repetidos adversários na Argentina já alcançaram. A do Olimpia é despertar um gigantismo adormecido.

Todos eles têm um pouco de sangue argentino. O Emelec costuma apostar em hermanos – caso, agora, de Figueroa. O Olimpia tem Maxi Biancucchi, o primo de Messi, ex-jogador do time rubro-negro.

Dependendo do andamento do grupo, o Flamengo pode enfrentar clima adverso nos três jogos como visitante. Mas nada capaz de assustar uma equipe acostumada com decisões.
 
Emelec-EQU (Foto: Arte esporte)
 
O Emelec nasceu da luz. O nome do clube é formado com as iniciais de Empresa Eléctrica del Ecuador. É uma das equipes mais tradicionais do país, com longa experiência na Libertadores. Na prática, longa experiência de derrotas na Libertadores. Está em sua 22ª participação na disputa, mas não costuma ir longe. Passou de 150 jogos pela competição, com duas vezes mais derrotas do que vitórias. Em 1995, porém, rumou até as semifinais. Foi eliminado pelo Grêmio.
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Torcida do Emelec (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)
Torcida costuma ver o Emelec na Libertadores: mas perdendo... (Foto: Alexandre Alliatti)
 
O elenco dos “eléctricos” é rodado na disputa da Libertadores. O clube mantém titulares dos últimos anos: casos de Carlos e Pedro Quiñónez, de Achilier, de Wila e de Bagui. Repatriou um de seus principais jogadores nas temporadas recentes, o meia paraguaio Fernando Giménez, e manteve a tradição de apostar em estrangeiros: os argentinos Luciano Figueroa e Marcos Mondaini e o uruguaio Nicolás Vigneri.

O Emelec jamais venceu times brasileiros pela Libertadores. Foram 16 duelos: seis contra o Inter, quatro diante do Grêmio e dois frente a Palmeiras, Atlético-PR e Cruzeiro. Os equatorianos empataram seis partidas e perderam as outras dez contra equipes do Brasil.

Fique de olho: o Emelec costuma apostar em atacantes argentinos. E a grande esperança do clube para a Libertadores é Luciano Figueroa. O jogador, aos 31 anos, ex-River Plate, Boca Juniors, Rosario Central, Birmingham, Villarreal e Genoa, é uma das principais contratações da história do clube de Guaiaquil. Ele defendeu a seleção argentina em 15 partidas. Fez nove gols.

Efeito caldeirão: o Emelec joga no estádio George Capwell – bonito por fora, envelhecido por dentro. Ele é acanhado. A torcida fica próxima do campo. Existe efeito caldeirão, mas com uma ressalva: não é comum as arquibancadas ficarem lotadas em jogos da primeira fase da Libertadores.

Desempenho recente: o Emelec largou bem no Campeonato Equatoriano. Fora de casa, fez 2 a 0 no Olmedo. Volta a jogar no domingo, em casa, contra o Macará.
 
Lanus-ARG.png (Foto: Arte esporte)
 
O Lanús chega pela quarta vez à Libertadores. É consequência do somatório de pontos na última edição do Campeonato Argentino. No Apertura 2011, ficou na sexta colocação. Alcançou 29 pontos, com sete vitórias, oito empates e quatro derrotas. Antes, no Clausura, havia ficado em segundo.

Não chega a ser um clube grande da Argentina. Mas tem tradição. Ganhou o Apertura de 2007 e a Copa Conmebol de 2006. E vem em crescimento. A prova está na própria Libertadores. Sua primeira participação no torneio foi em 2008, quando chegou às oitavas de final. Depois, voltou a disputá-la em 2009 e 2010. Não enfrentou brasileiros.

Tem um elenco experiente, com jogadores como os atacantes Mariano Pavone, de 29 anos, ex-Estudiantes e River Plate, e Mario Regueiro, de 33 anos, uruguaio.

Fique de olho: Diego Valeri é o principal jogador da equipe. Ele tem tudo para chamar a atenção das equipes brasileiras e repetir o sucesso de Conca, Montillo e D'Alessandro no país. Atua como meia, 'doble enganche', e ainda como segundo volante. Tem forte chegada à frente, bom toque de bola e já chegou a ser comparado a Riquelme e Lampard.

Efeito caldeirão: o adversário do Flamengo joga em uma cidade de mesmo nome, colada a Buenos Aires. A torcida é fanática, mas lotar o estádio Ciudad de Lanús não é simples. Ele tem capacidade para mais de 40 mil pessoas. Os torcedores fazem barulho e ficam grudados no campo, com dimensões de 105 por 70 metros. É pressão.

Desempenho recente: o Lanús disputou amistosos como preparação para a Libertadores, para a Copa Argentina e para o Clausura. Com o Vélez Sarsfield, empatou por 2 a 2 com os titulares e por 0 a 0 com os reservas. No Tigre, aplicou 5 a 2. Diante do Huracán, ganhou uma por 2 a 1 e perdeu outra por 1 a 0.
 
Olimpia-PAR (Foto: Arte esporte)
 
 Argentino Maxi Biancucchi, ex-Flamengo, atua pelo  Olimpia  (Foto: EFE)
 
 Maxi Biancucchi comemora gol do Olimpia sobre o Rubio (Foto: EFE) Um gigante adormecido do futebol sul-americano coloca ainda mais tradição no grupo do Flamengo. O Olimpia, tricampeão da Libertadores, campeão do mundo, tenta voltar a mostrar força na competição que conquistou pela última vez há dez anos. O clube busca ressurgir como potência continental. Um dado mostra o declínio do Rei de Copas paraguaio: está fora da Libertadores desde 2004.

O clube de Assunção tenta mesclar experiência e juventude. Mas é visivelmente nostálgico. Não por acaso, o elenco tem dois expoentes do título da Libertadores de 2002: o meia uruguaio Ortemann, ex-Grêmio e Atlético-PR, e o defensor Julio César Cáceres, capitão do time, atleta presente nas Copas de 2002, 2006 e 2010 com a seleção paraguaia.

O Olímpia tem 36 participações em Libertadores. Além dos três títulos, teve três vices, incluindo o da primeira disputa, em 1960, para o Peñarol.

Fique de olho: o Flamengo reencontrará um conhecido quando enfrentar o Olímpia. O time paraguaio tem o atacante Maxi Biancucchi, o primo de Messi, que defendeu a camisa rubro-negra de 2007 a 2009. Ortemann e Marin são outros jogadores do time de Assunção que tiveram passagem pelo futebol brasileiro.

Efeito caldeirão: costuma ser um problema jogar no Defensores del Chaco, o Maracanã dos paraguaios. Quando a torcida lota o estádio, vira uma panela de pressão. São reincidentes episódios de violência no local – especialmente arremesso de objetos para dentro do campo. Em 2009, o local foi interditado depois do desabamento de parte das arquibancadas. Dois policiais morreram no incidente.

Desempenho recente: o Olímpia estreou com vitória no Campeonato Paraguaio. Em casa, fez 3 a 2 no Deportivo Carapeguá.

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