segunda-feira, 13 de julho de 2015

Flamengo e Corinthians fazem ‘Clássico das Américas’ e visam projeto internacional: ‘Temos interesses e ameaças em comum’


Guerrero não entra em campo, mas é arma do Fla no projeto de internacionalização. Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

Flamengo e Corinthians fazem hoje, às 16h, no Maracanã, o “Clássico do Povo", mas querem extrapolar a popularidade para fora do Brasil, batizando o duelo de “Clássico das Américas". Os dois clubes se reaproximaram com a intenção de internacionalizar suas marcas promovendo o maior jogo do continente, mesmo que vivam situações distintas dentro e fora de campo atualmente — O Flamengo ainda briga na parte de baixo da tabela e o Corinthians luta pela Libertadores.

— Os dois clubes têm todas as condições de ter, no futuro, a dimensão de clubes mundiais como Barcelona e Real Madrid. Ainda mais levando em consideração o fato de que no Brasil disputamos um campeonato muito mais parelho e competitivo do que na Espanha — garante o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello.

Somando cerca de 60 milhões de torcedores, os gigantes botaram os seus departamentos de marketing para conversar, enquanto usam o futebol para acirrar a rivalidade como produto. A contratação de Guerrero e Sheik, fora da partida de hoje, foram o principal incremento para que o duelo das torcidas extrapolasse o campo, mas ficasse apenas na provocação. Através das redes sociais, os dois clubes criaram mensagens para tirar vantagem do rival, e reacenderam polêmicas sobre tamanho de torcida, etc.

A proximidade das duas diretorias é estratégica, também, visando a nova votação de cotas de televisão, prevista para 2016. O mandatário rubro-negro deixa claro:

— Hoje temos interesses e ameaças em comum, mas no momento não existe nenhuma parceria formal. Porém, não descartamos que isso aconteça no futuro — disse.

Flamengo e Corinthians são os que mais recebem direitos de transmissão, mas hoje o Rubro-negro depende bem menos da verba, já que teve a maior receita de 2014, R$ 64 milhões, com patrocínios recordes. O Corinthians, com uma dívida de quase R$ 100 milhões em seu último balanço, tenta se reestruturar após cair na Libertadores.

— É a fábula da formiga e da cigarra. O Flamengo fez a reestruturação, paga impostos, o Corinthians se atolou em dívida e vinha sonegando desde 2007— avalia o consultor Amir Somoggi.

Bandeira diz que nesse ritmo o Flamengo pode pensar em nível mundial.

— O Flamengo vem se estruturando nos últimos anos de forma profissional para que, em breve, possamos dar o salto que nos permita mudar de patamar em termos de receita. Mais fortes financeiramente, temos condições de sonhar com um Flamengo verdadeiramente mundial.

Aproximação para reforçar time

O Flamengo se aproximou do Corinthians, também, interessado na "liquidação" corinthiana de atletas. Sondou Jadson, Petros, Elias, Sheik, Guerrero e até Alexandre Pato, que pertence ao clube mas foi emprestado ao São Paulo. No fim, ficou com o principal jogador, Guerrero, e seu companheiro, Sheik. Segundo o presidente Eduardo Bandeira de Mello, a intenção foi reforçar o time, não ajudar o coirmão.

— Temos uma boa relação e isso não passa só pela negociação de jogadores. O Flamengo não se preocupou em ajudar o Corinthians. Se preocupou em reforçar seu time de futebol — afirmou o mandatário, que concordou de bom grado com o presidente Roberto Andrade para não usar Guerrero e Sheik hoje.

Para Amir Somoggi, não há razão para o Flamengo se solidarizar ao Corinthians.

— Não sei porque o Flamengo quer se juntar com o Corinthians, que está quebrado e tenta sobreviver e pagar um estádio de R$ 1 bilhão. Tinha que trabalhar em prol do futebol brasileiro, não de Flamengo e Corinthians. Quando o Corinthians nadava de braçada não se preocupou com o Flamengo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário