sexta-feira, 30 de julho de 2010

Desprestigiado e ofendido pelo técnico, Fabrício quer sair do Fla

A cena aconteceu no jogo do Flamengo contra o Inter, domingo, em Porto Alegre. Fabrício foi comentar uma situação de jogo com Rogério Lourenço. Cena normal na gestão de Andrade. Mas a reação do treinador foi agressiva, com xingamentos e mandando o zagueiro sentar-se no banco de reservas.

- Quando eu quiser ajuda, peço – disse Rogério, gritando.

Foi a gota d’água para a constatação: a Gávea não serve mais para o defensor. Aos 20 anos, Fabrício era tratado por joia das divisões de base pelo ex-vice de futebol Kleber Leite. Antes mesmo de estrear nos profissionais, passou por um período de empréstimo no Hoffenheim, da Alemanha.

Voltou e ficou na reserva dos experientes Fábio Luciano e Ronaldo Angelim, mas continuou a ser um jogador cobiçado pelo mercado. Desta forma, não demorou muito e o Rubro-Negro, apertado por credores, negociou os direitos econômicos dele com Traffic (50%) e BMG (50%).

Ele teve algumas chances em 2009 e no início de 2010. O suficiente para ganhar a empatia da torcida. Nesta semana, aliás, os rubro-negros lançaram um tímida campanha “Fica, Fabrício” no Twitter quando souberam que o destino o coloca na rota do Palmeiras.

Deve ser em vão. Após o treino de quinta-feira, na Gávea, o zagueiro parou pacientemente para atender os fãs mirins. Antes, quando questionado se era a hora de deixar o clube que o revelou, foi lacônico.

- Vamos ver, vamos ver – disse, antes de arremessar a garrafa de isotônico na lata de lixo e sair andando.

As palavras que faltaram a ele sobraram ao presidente da Traffic, Fernando Gonçalves. Ele foi claro ao dizer que Fabrício quer sair do Flamengo e que os investidores não gostam de vê-lo pouco aproveitado.

- O Fabrício está esperando o Flamengo se posicionar. Por contrato, nós até temos a prerrogativa de poder negociá-lo a qualquer momento. Mas queremos que o clube resolva a situação. Deixa o Zico digerir esse assunto. O problema é que o Fabrício não quer mais ficar e chegou ao seu limite. E nós também não queremos ver um ativo parado, sem oportunidades. A questão não é ele ir para o Palmeiras ou para a Europa. É ter uma posição mais concreta quanto a sua situação. Mas o mais importante é que essa questão seja resolvida pelo Flamengo e tudo fique bem para todo mundo – explicou.

No treino de quinta-feira, Rogério Lourenço deu mais uma demonstração que não conta com o atleta. Quando Ronaldo Angelim saiu por causa de um corte no rosto, o treinador preferiu improvisar Welinton no lado esquerdo da zaga do que colocar o canhoto Fabrício no time titular.


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