quarta-feira, 2 de junho de 2010

Após depor, atacante Adriano terá sigilos bancários e telefônicos quebrados


Intimado a depor na última segunda-feira para esclarecer suposto envolvimento com traficantes, o atacante Adriano apareceu apenas nesta quarta-feira para se explicar. Em vez de ir na 38ª DP de Brás de Pina, que investiga o caso, compareceu no Ministério Público do Rio de Janeiro, a pedido de seu advogado. Pelo visto, poderá comparecer mais vezes, já que o promotor Alexandre Themístocles, que acompanha o caso, autorizou a quebra dos sigilos bancário e telefônico do jogador.

Adriano está sendo investigado por supostas transações financeiras com membros de uma quadrilha de traficantes da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. O centroavante teria sido grampeado pela Polícia Civil e, nas ligações interceptadas, teria dito que enviaria R$60 mil a um amigo de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, chefe do tráfico na Vila Cruzeiro.

Themístocles não quis dar entrevista, mas, em nota oficial divulgada pelo Ministério Público, considerou que os fatos pelos quais Adriano é suspeito “são gravíssimos e há fortes indícios que o mesmo tenha repassado dinheiro ao traficante FB, líder do comando vermelho”. O jogador não quis falar com a imprensa e esteve acompanhado de Adilson Fernandes, seu advogado.

O prédio do Ministério Público, na Rua Nilo Peçanha, no Centro do Rio de Janeiro, foi fechado à espera do Imperador, impedindo a entrada de jornalistas e de dezenas de curiosos que aguardavam na calçada em frente ao edifício, que é comercial. O centroavante chegou ao local às 13h50 em um carro importado, acompanhado de dois seguranças, e entrou pela porta dos fundos, para evitar tumulto. A saída foi pelo mesmo portão, 1h50 depois de ter entrado.

Também pesou contra o ex-jogador do Flamengo fotos comprometedoras ao lado de amigos, publicadas pelo jornal O Dia na última segunda-feira. Em uma, segurava o que seria uma arma, enquanto na outra fazia, com as mãos, sigla de uma facção criminosa. No mesmo dia, o empresário do atacante, Gilmar Rinaldi, afirmou que seriam armas de brinquedo que o Imperador tinha na época em que morava na Itália.

Esta foi a segunda vez no ano que Adriano é chamado pela polícia para dar esclarecimentos. Em abril, o atleta teve de se explicar na 22ª DP por ter comprado uma moto e a mesma ter sido registrada no nome da mãe de um traficante. Na ocasião, o jogador afirmou desconhecer o fato e convenceu os investigadores.

Em meio às polêmicas, que também têm repercutido nos jornais italianos, o Imperador deverá viajar neste domingo para a Itália, onde passará alguns dias de férias na Sardenha e assinará contrato com a Roma, clube que defenderá a partir do segundo semestre.


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